sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Natal : Esperança ! E acontecerá !





credits: Ideal Home

"Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.

Era gente a correr pela música acima.

Uma onda uma festa. Palavras a saltar."(...)


Manuel Alegre, Natal


Questiono-me. Como se deseja Boas Festas quando vivemos uma época natalícia, de novo, em afastamento familiar e social? E como se retribui, quando alguém nos envia votos de Feliz Natal

Feliz Natal? Bom Natal? 

Talvez Santo Natal, no sentido de Sereno Natal! É necessário passar uma mensagem de serenidade, positividade. A vida tem ainda o Sol que brilha quando as nuvens cerradas transformadas em lágrimas de chuva se afastam.

Reforçar o optimismo, é preciso. Não é fácil. Mas é possível. Mau grado, o Inverno tormentoso, aqui na nossa parte do mundo. Mas as nuvens, o frio, o cinzento bréu fazem parte do nosso ciclo de vida. 

Protejam-se da tristeza! Mantenham a esperança, mesmo que pequenina. Novos tempos virão... 

Talvez a maneira mais positiva de expressar os votos, nos tempos que agora vivemos:

Sereno Natal para todos nós !


"Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).

Todo o tempo num só tempo: andamento

de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia." (...)


Manuel Alegre, Natal


G-S

Fragmentos Culturais

24.12.2021

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terça-feira, 5 de outubro de 2021

Júlio Dinis : 150 anos & Feira do Livro do Porto





Feira do Livro do Porto 2021
@MS

Agosto foi bastante atípico. Um verão com aromas primavera-outono. A Feira do Livro do Porto começou a 26 Agosto. Sem chuva.

E Setembro entrou vistosamente! Fim-de-semana quente, sol resplandecente sobre o rio e o mar !

Noites amenas! Fui então à Feira do Livro. Sexta-feira, início de noite. Naquela hora quebrada, em que a maioria das pessoas está no horário de jantar. Uma noite de temperatura amena! Sem humidade.



Feira do Livro do Porto

Além de novos stands, tipo quiosques, bem mais apelativos, o espectáculo nocturno multicolor da Avenida das Tílias! As noites de sextafeira de jazz. Sobre o Douro!  E livros! Só coisas boas.

Vá se lá saber que estações do ano atravessámos nestes meses ! De tudo se experimentou ao longo de dois meses.




Feira do Livro do Porto

A simbólica tília dedicada a um.a escritor.a. Destas vez a Júlio Diniso homenageado desta edição 2021 que teve lugar na tarde de 12 de Setembro. Precisamente na data em que se assinalam os 150 anos da morte do escritor portuense, desaparecido precocemente, ainda nem completara 32 anos. Tão injustamente esquecido. 

Um autor particularmente acarinhado na cidade onde nasceu e morreu. o romancista que todos lemos no ensino secundário. Talvez demasiado cedo?





Uma Família Inglesa
Julio Diniz, 1875
via BNP Digital

Não esqueço Uma Família Inglesa. No meu imaginário, revivia as cenas do romance, quando passava pela casa que deu origem ao livro, e onde viveu efectivamente uma família inglesa. Uma casa ao bom estilo romântico, muito perto da casa de meus pais.

Uma Família Inglesa faz parte dos livros digitalizados da BN Portugal e poderá ser lido online.



Julio Diniz [1839-1871]

Pseudónimo literário de Joaquim Guilherme Gomes Coelho. Estudou na Academia Politécnica do Porto e na Escola Médico-Cirúrgica da cidade. Nunca exerceu Medicina mas foi durante algum tempo docente na instituição em que se formou, tendo posteriormente desistido devido à doença que o vitimou, a tuberculose. 





Obras de Júlio Dinis, vol. I e II, Lello & Irmão – Editores, Porto, s.d.
In-8º gr., de XXVIII-1232 e 1338 pp.,
Edição em papel-bíblia, c/ gravuras a cores, extratexto, de página inteira, assinadas por Laura Costa

Procurou curar-se em Ovar – localidade em cujo ambiente rural se inspirou para compor os romances As Pupilas do Senhor Reitor (1867) e A Morgadinha dos Canaviais (1868). A sua casa ovarense, é hoje Museu Júlio Dinis.

Foi também até ao Funchal, tendo aí escrito Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871), romance cuja revisão já não pôde concluir.

No ano da sua morte, tinha apenas 31 anos, publicou-se o romance Os Fidalgos da Casa Mourisca. Só depois da sua morte se publicaram Inéditos e Esparsos, em dois volumes, assim como as suas Poesias, dadas à estampa entre 1873 e 1874. 

A casa onde nasceu no Porto foi demolida com a abertura da Rua Nova da Alfândega, e aquela onde morreu, deu lugar à construção de uma casa de espectáculos cinematográficos. Que lição de cultura cívica deu Ovar ao Porto!






Monumento dedicado a Júlio Dinis
escultor, João da Silva
início Avenida dos Aliados, Porto

belíssimo monumento do escultor João da Silva, dedicado a Júlio Dinis que se situava na Avenida dos Aliados, rodeado do jardim em calçada portuguesa, está hoje situado no Largo do Professor Abel Salazar, em frente ao Hospital de Santo António. 

A homenagem partiu de uma iniciativa da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), tendo sido inaugurada em 1926.






Painel Sophia de Mello Breyner
com o filho Miguel Sousa Tavares
créditos: Miguel Nogueira

Ao longo da Avenida das Tílias, na Alameda dos Escritores, são já sete as placas que recordam e perpetuam o.as autore.as homenageado.as a cada edição do certame organizado pela Câmara do Porto.

Lembremos Vasco Graça Moura (2014), Agustina Bessa-Luís (2015), Mário Cláudio (2016), Sophia de Mello Breyner Andresen (2017), José Mário Branco (2018), Eduardo Lourenço (2019) e Leonor de Almeida (2020).




Feira do Livro do Porto 2021

Percorri os quisoques ditos stands da Avenida das Tílias. Tirando um ou duas editoras, uma escolha paupérrima, para quem gosta de livros.

Detive-me junto de um, em especial, onde encontrei o romance de Clara Ferreira Alves.




Pai Nosso
Clara Ferreira Alves,2015
edições Clube do Autor

""Porque tens medo desta história? Porque não sei se consigo contá-la direito."

Já lera sobre este livro, suponho que o primeiro romance de Clara Ferreira Alves. Estava bastante curiosa, confesso. É alguém que escreve muito bem. 

Romance não é assim tão fácil, mas Clara tem um dos melhores background culturais do país. Muitos anos de escrita jornalítica e crítica literária. tem vários livros publicados. Estou certa que não se atreveria a enveredar pelo romance, sem ter a convicção que o faria bem.

Não me posso pronunciar para já. Ainda leio, partilhando com um livro de Antonio Tabucchi. Podem ler a sinopse aqui

Percorri antes de abandonar o corredor dos alfarrabistas, demasiado escondido, na minha opinião. É uma área que adoro! Descobrir raridades nos livros. 

Lembro-me que percorria, há alguns anos, os melhores alfarrabistas da cidade, como Chaminé da Mota, ou Moreira da Costa.

E eis que encontro um livro autobiográfico de uma das melhores violoncelistas portuguesas. Madalena Sá e Costa, filha do compositor Luis Costa, aluna de Gulihermina Suggia, e Pablo Casals. professora do antigo Conservatório de Música do Porto. 

A edição original, 2008, completamente nova. Quantas recordações despoletaram em mim! O meu tempo de miúda e aluna da Professora Hélia Soveral, na classe de piano. As duas eram muito amigas. E conviviam de muito perto com os alunos de ambas.

 



Memórias e Recordações
Madalena Sá e Costa
Clube do Autor


"Esta herança que de forma simples e cativante é narrada na primeira pessoa por Madalena Sá e Costa, na obra “Memórias e Recordações” musicais que é também acompanhada de uma preciosa iconografia, acumulada ao longo de três gerações." 

A edição de 2015 foi apresentada na Casa da Música, suponho que no ano do Centenário  de Madalena Sá e Costa, com a presença da mesma.

Sem dúvida, uma viagem na cultura  literária e musical, nesta minha passagem pela Feira do Livro do Porto.

G-S

Fragmentos Culturais

05.10.2021
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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Crónica cultural de uma pandemia !






Sala Suggia
Casa da Música
créditos: © Casa da Música


É bom voltar a falar de cultura. Tempo infinito sem cultura. Ao vivo. Música, senti imenso a falta. Nada se  compara a um concerto live

Cinema? Sempre se iam vendo alguns filmes via televisão. Mas não comparado como um grande ecrã, aquele som fabuloso. E a magia de uma sala de cinema.





Salas de cinema
créditos: Zoltan Balogh/ LUSA


Sempre que podia, lá estava eu. Numa sala de concerto ou de cinema. Perdida em mim, desfazendo-me do quotidiano. A música, o cinema transmitem-me bem estar, intimidade, refazer da alma. 


A pandemia veio coartar-nos das melhores coisas da vida. Um tempo sem cultura. Cinema? Poucos filmes e nada de interessante, depois de Nomadland e The Father. Excepcionais. 


Concertos na Casa da Música? Apenas voltei para um concerto. Há talvez dois meses. Fui ouvir Orquestra de Jazz de Matosinhos : What's This? Como convidados, Perico Sambeat e Ricardo Toscano (Saxofone alto) no dia 5 Junho. Quanto tempo!




"Sem a música de Ornette Coleman o jazz tinha sido outra história. A partir do momento em que lançou os seus álbuns revolucionários The Shape of Jazz to Come e Free Jazz, em 1959 e 60, um mundo novo de possibilidades se abriu."

Com direcção musical de Pedro Guedes, Perico Sambeat e Ricardo Toscano em saxofone alto, o programa foi dedicado inteiramente à música de Ornette Coleman, com arranjos de Carlos Azevedo, Telmo Marques, Ohad Talmor e Guillermo Klein.




Orquestra Jazz Matosinhos : Ornette : What Is This ?
© GS

Senti uma enorme tristeza em ver a Sala Suggia tão vazia! E o palco tão despido de músicos. As condições sanitárias assim o exigiam.

Pese embora essa situação, o público presente foi basntante caloroso. 






Perico Sambeat, confesso, não conhecia. E adorei as suas interpretações. Considerado um dos mais importantes músicos espanhóis da actualidade, com um enorme prestígio e uma extraordinária carreira internacional. Mas não conhecia.




Orquestra Jazz Matosinhos : Ornette : What Is This ?
© GS

Rodrigo Toscano, mais fogoso, bem mais free style. Mas, não há dúvida que me senti mais próxima de Perico Sambeat!

Adoro saxofone, Mas prefiro a sonoridade do saxofone baixo, mais quente, mais intimista. Gerry Mulligan, Ben Carter, e Ben Webster entre meus favoritos. Sobretudo Ben Webster. Incluidos em The 50 Best Jazz Saxophonists of All Time




Orquestra Jazz Matosinhos : Ornette : What Is This ?
© GS

"A extraordinária imaginação melódica e rítmica de Ornette Colman pedia uma liberdade que precisava de explorar outros caminhos, e a verdade é que a sua musicalidade assume toda a negritude que o jazz transporta desde as raízes." 





Orquestra Jazz Matosinhos : Ornette : What Is This ?
© GS

A Orquestra Jazz de Matosinhos encontrou-se com a música deste grande mestre do jazz e propõs um conjunto de novos arranjos para temas na intensa expressão musical dos solistas. Como convidados, dois saxofonistas de excepção. Sem dúvida. 

Uma noite nostálgica e sedenta dos bons concertos de jazz que ouvira, ao longo dos anos, na Sala Suggia da Casa da Música. 

Quanta saudade desses belos momentos a que veio por cobro a pandemia. Por largos meses. Mais de um ano. Lembranças musicais inolvidáveis.




César 2021
Affiche Académie des Arts & Techniques du Cinéma
crédits: © Lira Films / Sonocam / Fida Cinematografica / 
Collection ScreenProd / Photononstop

E cinema? Bom voltar a falar de cinema em sala própria. Escrevi sobre cinema a propósito de Les Césars 2021. Um belíssimo cartaz! Dois actores inolvidáveis, já desaparecidos. Romy Schneider e Michel Piccoli

depois, sobre a Cerimónia dos Oscars 2021. Exprimi a minha enrome decepção. Apenas recuperada pela entrega de Oscars a dois prometedores filmes. Nomadland e The Father. Hsitórias enriquecedoras, bandas sonoras de qualidade, actores excepcionais. 





The Courrier
Dominic Cook,2020

Depois desses dois filmes, nada de interessante. Até chegar à estreia desse esplêndido filme, The Courrier, traduzido como O Espião Inglês, baseado em factos reais. 






O Espião Inglês, baseado na verdadeira história do empresário britânico Greville Wynne, interpretado por Benedict Cumberbatch. O britânico que ajudou Secret Intelligence Service (MI6) a penetrar no programa nuclear soviético durante a Guerra Fria.






The Courrier
Dominic Cook,2020

Wynne e sua fonte soviética, Oleg Penkovsky (codename Ironbark), forneceram informações cruciais que levaram ao encerramento da crise dos mísseis cubanos.




Benedict Cumberbatch & Merab Ninidze
The Courrier
Dominic Cook,2020

Excelente interpretação do galardoado Benedict Cumberbatch. Para quem gosta de filmes da história mundial recente, sem dúvida o filme mais interessantesque vi ultimamente. Benedict Cumberbatch, um dos melhores actores da actualidade. 





The Imitation Game
Morten Tyldum, 2014

Relembro e recomendo vivamente The Imitation Game.  Um filme, também interpretado por Benedict Cumberbatch, baseado no livro Alan Turing : Enigma de Andrew Hodges. Livro que serviu de mote ao filme. 





Alan Turing, c. 1930s
créditos: © Fine Art Images - Heritage Images/age fotostock

Alan Turing, matemático britânico, descodificador do código utilizado na II Guerra Mundial pelos Alemães.

Apesar do imenso talento científico, morreu precocemente. Há que falem em suicídioo
e há quem fale em assassinato. Já foi redimido pelo governo inglês. Too late!





Está a Fazer-se Cada Vez Mais Tarde
Antonio Tabucchi
Bertrand

Até os livros abandonei um pouco. Durante curto tempo. Sentia-me desmotivada, já que afastada de tudo o que amava. Até dos afectos da família. 

Mas vou retomando. Depois de ter acabado os dois livros sobre os quais já escrevi. Leio agora Está a Fazer-se Cada Vez Mais Tarde, do meu admirado Antonio Tabucchi que acaba de ser publicado. 


G-S

Fragmentos Culturais

21.08.2021
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domingo, 11 de julho de 2021

Uma noite de cinema, em casa : La La Land, a magia !

 




La La Land
Damien Chazelle, 2016

Adoro cinema. E uma noite destas, fazendo zapping pelos canais de cinema, eis que bato o olhar num dos filmes que mais gostei. Fui vê-lo em sala de cinema, no ano em que foi galardoado em várias cerimónias de cinema. 

Bons tempos! Tempo em que se ia ao cinema por gosto, sem máscaras, nem medos. Só o receio das pipocas por perto. 

Filme de 2016, arrecadou imensos prémios. Quebrou recordes ao ser um dos mais premiados nos Golden Globes e nos Bafta Awards, entre muitos outros e vastíssimas nomeações. Até chegar aos Oscars, com seis estatuetas.

Já escrevera um pouco sobre La La Land, no ano em que foi o grande vencedor dos Golden Globes e se preparava para arrecadar mais prémios nos Bafta Awards 2017. Mas só ligeiras impressões. 





La La Land
Damien Chazelle, 2016

Tudo em La La Land me prendeu. As interpretações de Ryan Gosling e de Emma Stone, a direcção de Damien Chazelle, a história poderosa que nos transmite, a banda sonora. E a homenagem emotiva aos grandes clássicos de Hollywood.

Há quem não apreciam musicais. Ou preferem filmes mais intelectuais. Também os aprecio muito. Mas cada um tem o seu lugar.

Vão dizer que um filme como La La Land, que parece tão simples, nunca poderá ficar entre os grandes na história do cinema.

Possivelmente esquecem-se que o filme The Artist conseguiu ganhar um Oscar, relembrando o tempo dos filmes sem palavras. Esquecem, talvez que o grande cinema americano começou por ser assim. Histórias simples. E muitos com musicais.

Pois é! Adoro um bom musical. 





La La Land
Damien Chazelle, 2016

Não sei se La La Land foi um dos melhores filmes do ano, para alguns. Para mim foi! É. Por isso, fiquei agarrada ao televisor, até altas horas da madrugada. Segui-o com todo o encantamento. Como se fosse a primeira vez. 

La La Land é lindo! Ou Melodia do Amor, tradução to título original é mágico!





La La Land
Damien Chazelle, 2016

Não sigo muito as élites. Embora seja muito selectiva na minhas escolhas cinematográficas. Mas guio-me pelos afectos. O amor, a vida, a dança, a música. Os realizadores, e os bons actores.

Posso ser suspeita, porque adoro musicais. E gosto quando conjugam, numa simbiose perfeita, a história com a música. Fazem-nos sentir acima do éfemero. Voamos fora da imortalidade. Estamos lá. Com a alma.





La La Land
Damien Chazelle, 2016

O que Chazelle conseguiu, ao escrever e realizar La La Land, foi um filme de fantasia que toca no real. O desencontro de duas almas gémeas, como tantas vezes acontece na vida. 

Apesar de vermos momentos musicais a surgirem em sítios improváveis, sequências de dança lindas, sincronizadas no momento, toda a história nos toca. De uma maneira muito real. E crua. Como a vida.





La La Land
Damien Chazelle, 2016

MiaSeb, ela actriz, ele pianista de jazz, são semelhanres a tantos de nós. Lutam pelos seus sonhos, apaixonam-se, vivem com os obstáculos que surgem na sua relação, na tentativa de atingirem os seus próprios sonhos profissionais. E têm de entender o que é melhor para ambos. Não só enquanto casal, mas também enquanto pessoas, indivídualmente. 

Todos já passámos por aí. Ou podemos passar. Num certo momento da nossa vida.




La La Land
Damien Chazelle, 2016

Chazelle escreveu e realizou um outro filme, Whiplash (2014). Também com a temática da música e dos sonhos de cada um. Consegue transporta-nos para uma a cidade de Los Angeles contemporânea onde situa a história de Seb e Mia. Mas, ao mesmo tempo, transpira toda a  história de Hollywood e do cinema clássico.

É impossível vermos La La Land sem nos passarem pela memória visual e emotiva, filmes da época doirada de Hollywood. A forma como está filmado, as sequências de dança, alguns diálogos das personagens, levam-nos até a essa época que todos pensavam ter sido deixada para trás.

Chazelle faz uma homenagem vibrante a esses tempos, sem que tenha abdicado de tudo o que faz deste filme, um musical contemporâneo.





La La Land
Damien Chazelle, 2016

Claro que Gosling e Stone dão um toque de magia ao enredo. Eles cantam, dançam, tocam. Gosling teve que aprender piano para tornar real as cenas de interpretação, sentado ao piano.

Interpretam com muita emoção. E transmitem-na. A cena final do reencontro, já no club de jazz de Seb, é belíssima. Só o silêncio do olhar. Penetrante. Nesse olhar passa todo o sentimento, todo o amor os uniu. E os une. Mesmo seguindo caminhos opostos.









La La Land
Damien Chazelle, 2016

É impossível não ficar rendida à paixão que Gosling transmite enquanto toca piano, ou à fragilidade de Stone quando acredita que os seus sonhos não passam disso mesmo. Sonhos.

Sem eles, acho que La La Land não seria a mesma coisa. Eles dão-nos a emoção que sentimos.

A mestria de Chazelle, as interpretações dos dois actores, as coreografias, a banda sonora, merecem definitivamente rever o filme, em canais de televisão, Ou numa plataforma online. Sem dúvida.

La La Land fica na minha memória afectiva. E adoro que fique. A magia é que importa. Toca-nos.

G-S

Fragmentos Culturais

11.07.2021
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