sábado, 15 de setembro de 2007

A propósito de um quadro...






Júlio Pomar


A pintura contemporânea é a liberdade de experienciar todos os sentires sem prisões a conceitos ou explicações do belo ou do feio da modernidade. Todos somos uma sensibilidade imensa. E o que é belo para um, pode e tem uma realidade para outro.

Júlio Pomar é o pintor português com que me identifico por inteiro! É com um olhar inteiramente livre que contemplo as suas telas! Sempre!






Maio 68
Julio Pomar
créditos: WikiArt
https://www.wikiart.org/fr/julio-pomar

Não busco a compreensão da tela! Deleito meu sentido estético-visual no esplendor da cor, na profusão pictórica, naquele traço que lhe é tão peculiar.






Le bain turc d'après Ingres

Julio Pomar

créditos: Museu Calouste Gulbenkian
https://gulbenkian.pt/museu/en/works_cam/le-bain-turc-dapres-ingres-154305/

Não me constrangem a imaginação nem me atam a conceitos! Olho cada uma das suas telas, independentemente dos vários ciclos temáticos, como uma narrativa onde construo minha própria trama sensitiva, colorida, multifacetada, em esparsos cambiantes de forte aconchego interior!


[...] e cuja base imaginária assenta (assentará?) no infinito do nada onde mergulham sem mercê nuvens, razões, poderes."

Júlio Pomar, Da Cegueira dos Pintores, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1986






Camões
Julio Pomar, 1989

Vem a propósito este meu divagar ao ler a notícia do reaparecimento do quadro Camões pintado por Júlio Pomar entre 1988-1989 e que estava dado como desaparecido desde 2003!

Há coisas inexplicáveis?


"Quanto mais uma obra «actual» possuir os elementos particulares do artista e do seu século, tanto mais facilmente encontrará acesso à alma dos seus contemporâneos." (...)


Kandinsky, Do Espiritual na Arte
, Publicações Dom Quixote, 1987


G-S

Fragmentos Culturais

16.09.2007
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