terça-feira, 23 de dezembro de 2014

E Natal chega !





créditos : Farrow and Ball


Estamos apenas a um dia do Natal. Tempo de afectos, de luzes e de velas. Tempo de serenidade.


Lá fora, o vento voltou, as nuvens adensam-se em tons que não têm a ver com as cores de Natal.
 

Azevinho, e estrela-de-natal (poinsétia) dão cor a nossas casas. E enfeitam nossas mesas. Juntmente com as velas. Luz !


Tempo de odores da doçaria tradicional, e de memória(s). Ternura com cor. Natal. Momentos com sabores a canela, frutos secos, e doçaria da época.


Quando me sentei para escrever, pensei numa mensagem, simples. Afinal divagara há dois dias na entrada do solstício de Inverno


E foi quando li. Joe Cocker calou-se para sempre. Compreendi por que razão o dia amanheceu mais frio, e o silêncio se fez profundo. 


Percorri as melodias, busquei as palavras, ouvi a voz que canta a alma. 


N'oubliez jamais em Köln (2013). Me encanta. Medito.


A noite de Natal vai chegar. Junto à lareira, um par de asas descansa junto à chaminé. Há uma nova estrela, esta noite.


Um pouco mais de intensidade no brilho do olhar. Emoções.


O meu carinho muito especial para todos os amigos e leitores. Aconteça Natal! Paz para o mundo tão conturbado. E uma vida mais digna para os que pouco têm.


G-S

Fragmentos Culturais em tons de Natal

23.12.2014
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domingo, 21 de dezembro de 2014

Solstício de Inverno anuncia o Natal



La Nevada
Francisco de Goya | Museo Nacional del Prado
Inverno ! Entra no dia mais curto, mas esfuziante de sol. Doce luminosidade. A Natureza prepara-se para hibernar, mais aquecida. 

Não, não posso deixar queixumes de inverno porque o sol me tem brindado com a sua alegria cálida. Daqui para a frente, os dias vão-se tornando gradualmente maiores. Quero fruir deste sol! E da promessa que me traz.

O verde já não é tão verde, mas resiste com tranquilidade. As árvores despidas não parecem tão fantasmagóricas, e alguns ocres próprios do Outono teimam em ficar.

Inspiro profundamente a brisa dos raios solares que aromatizam os espaços. Intensamente.

O Inverno abre seu manto imenso, majestoso. Mas quem sou eu para falar de solstício de Inverno?

Oiçamos a voz da poetisa sussurrada na caneta. Maria Teresa Horta. Mais serena. Nesta sua escrita impregnada de sensibilidade.

O meu amado duvida
e julga perder-me
na brancura da neve impassível

– Oh Branca de Neve!
chama por mim

E o lince esquiva-se
por trás das árvores
de tão ruivo que é entre as folhas caídas

A fitar-me nos olhos desconfiado

Enquanto eu cuido de apagar
cada um dos meus traços
deixados para trás:

As pegadas leves de pássaro
o rumor do sorriso
as estalactites das lágrimas

O sussurro da caneta amando
cada verso que deito no papel

No entanto o meu amante
não descansa de mim
e segue-me pelos trilhos inexistentes

Reconhecendo aqui o meu suspiro
ali os sinais da minha tristeza
mais além a inquietação jubilosa

Na devassa das paixões insustidas

Mas eu sigo à sua frente
no tocar das estrelas
a distanciar-me na celebração do sol
Solstício! – confesso

Desejando atingir
o eixo da Terra
no seu âmago impossível

Maria Teresa Horta, Solstício de Inverno
21 de Dezembro de 2014
(in página oficial)

G-S

Fragmentos Culturais

21.12.2014
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