José Saramago
caricatura F. Santos
via netcabo (desactivado)
José Saramago, A Caverna,
Tenho para mim que só a partir dele, outros grandes nomes se aventuraram numa nova perspectiva de olhar a escrita literária. Portanto, não posso retirar-lhe esse mérito inovador!
A escrita tal como a palavra oral sofrem a evolução natural, e mantê-las dentro de uma escolástica perene, é impensável.
A evolução é saudável. Claro que me refiro ao uso da Língua Portuguesa com dignidade, respeito, orgulho, valorizando-a em tudo o que ela tem de mais belo, já que na sua génese se encontram as línguas clássicas.
Devo, desde já afirmar que sou contra o Acordo Ortográfico! Mas nem aqui me vou debruçar sobre opiniões pessoais desse cariz.
Serviu este texto para divulgar que Saramago promoveu e participou na Conferência sobre Jorge Luís Borges "Falando sobre Borges" que teve lugar na sua casa em Lanzarote, e que contou com a presença de Maria Kodama, viúva do grande escritor argentino.
"A conferência marca o início de um ciclo de encontros na Biblioteca da Fundação José Saramago, em Lanzarote, que se converterá num espaço público para «debater ideias» sobre temas como literatura, arte, política e temas da actualidade."
Lusa/Sol
Jorge Luís Borges é um dos maiores escritores do século XX. No entanto não foi nunca premiado com o Nobel da Literatura. Merecido, mas infelizmente não galardoado.
Saramago confessa que sofreu grande influência de Borges, o que se repercute nomeadamente no seu livro "O Ano da Morte de Ricardo Reis".
"Estavam no quarto. Fernando Pessoa sentado aos pés da cama, Ricardo Reis numa cadeira. Anoitecera por completo. Meia hora passou assim, ouviram-se as pancadas de um relógio no andar de cima, É estranho, pensou Ricardo Reis, não me lembrava deste relógio, ou esqueci-me dele depois de o ter ouvido pela primeira vez. Fernando Pessoa tinha as mãos sobre os joelhos, os dedos entrelaçados, estava de cabeça baixa. Sem se mexer, disse, Vim cá para lhe dizer que não tornaremos a ver-nos, Porquê, O meu tempo chegou ao fim,"(...)
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis,
Caminho
Este foi um dos livros que mais gostei de ler. mas não só. Também Do mesmo modo, O Evangelho segundo Jesus Cristo, Memorial do Convento e alguns mais.
G-S
Fragmentos Culturais
03.03.2008
Autoritárias, paralisadoras, circulares, às vezes elípticas, as frases de efeito, também jocosamente denominadas pedacinhos de ouro, são uma praga maligna, das piores que tem assolado o mundo. Dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo, como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais dificultosa operação humanas, (...)
José Saramago, A Caverna,
Caminho, 2000, 2ª edição
Sei que José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998, não tem por cá, grandes simpatias! Conheço-o apenas pelas suas obras! E a ideia que tenho da sua personalidade vem das entrevistas e das palavras que vou ouvindo nos meios de comunicação social.
No entanto, não posso de modo nenhum tirar-lhe o valor pela iniciação de uma nova literatura em Portugal, e de um novo código de escrita.
No entanto, não posso de modo nenhum tirar-lhe o valor pela iniciação de uma nova literatura em Portugal, e de um novo código de escrita.
Tenho para mim que só a partir dele, outros grandes nomes se aventuraram numa nova perspectiva de olhar a escrita literária. Portanto, não posso retirar-lhe esse mérito inovador!
A escrita tal como a palavra oral sofrem a evolução natural, e mantê-las dentro de uma escolástica perene, é impensável.
A evolução é saudável. Claro que me refiro ao uso da Língua Portuguesa com dignidade, respeito, orgulho, valorizando-a em tudo o que ela tem de mais belo, já que na sua génese se encontram as línguas clássicas.
Devo, desde já afirmar que sou contra o Acordo Ortográfico! Mas nem aqui me vou debruçar sobre opiniões pessoais desse cariz.
Conversa sobre Borges
https://www.josesaramago.org/ (desactivada)
Serviu este texto para divulgar que Saramago promoveu e participou na Conferência sobre Jorge Luís Borges "Falando sobre Borges" que teve lugar na sua casa em Lanzarote, e que contou com a presença de Maria Kodama, viúva do grande escritor argentino.
Jorge Luis Borges [
crédito retrato: Greta Stern
https://literatureart.files.wordpress.com/ (desactivado)
https://literatureart.files.wordpress.com/ (desactivado)
Jorge Luís Borges é um dos maiores escritores do século XX. No entanto não foi nunca premiado com o Nobel da Literatura. Merecido, mas infelizmente não galardoado.
Praticou um género curto que revela ensinamentos filosóficos.
(...) com humor agridoce e o coração apertado, Borges recebeu em cada Outubro dos seus últimos vinte anos a notícia de que não tinha merecido o Prémio Nobel. Adoptou uma expressão de quem sabe perder. Muitos indignaram-se. Discriminação extraliterária contra o maior escritor vivo! Em contrapartida, o visado manteve a imagem imutável do homem sozinho na sua biblioteca, do cego que como Homero não escreve para as academias ou para os prémios, mas que dita e filtra as palavras para a memória do tempo e o ouvido interno, que não admite falsas notas.(...)
Jorge Luís Borges
Jorge Luís Borges
Saramago confessa que sofreu grande influência de Borges, o que se repercute nomeadamente no seu livro "O Ano da Morte de Ricardo Reis".
O Ano da Morte de Ricardo Reis
José Saramago, 1ª edição, 1984
Editora Círculo de Leitores (encerrada)
créditos: Fundação Saramago
"Estavam no quarto. Fernando Pessoa sentado aos pés da cama, Ricardo Reis numa cadeira. Anoitecera por completo. Meia hora passou assim, ouviram-se as pancadas de um relógio no andar de cima, É estranho, pensou Ricardo Reis, não me lembrava deste relógio, ou esqueci-me dele depois de o ter ouvido pela primeira vez. Fernando Pessoa tinha as mãos sobre os joelhos, os dedos entrelaçados, estava de cabeça baixa. Sem se mexer, disse, Vim cá para lhe dizer que não tornaremos a ver-nos, Porquê, O meu tempo chegou ao fim,"(...)
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis,
Caminho
Este foi um dos livros que mais gostei de ler. mas não só. Também Do mesmo modo, O Evangelho segundo Jesus Cristo, Memorial do Convento e alguns mais.
Memorial do Convento
José Saramago
edições Caminho 1994
"Era uma vez um Rei que fez a promessa de levantar um convento em Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido. Era uma vez.!
Memorial do Convento, 22ª ed.,
Lisboa, Editorial Caminho, 1994
Recentemente recuperado de uma pneumonia, José Saramago já retomou a escrita do seu próximo romance que. segundo explicou o próprio á Lusa, na terça-feira se intitulará A viagem do Elefante.
A Viagem do Elefante
José Saramago
A obra está bastante avançada, será terminada em Lisboa até Junho e lançada no Outono, confirmou Saramago.
"Voltei a escrever, já tenho 70 ou 80 páginas. Tive que interromper a escrita pelo período da minha convalescença e doença" - explicou o escritor, numa entrevista à Agência Lusa.
O Ano da Morte de Ricardo Reis
JoãoBotelho, 2020
Mais tarde, O Ano da Morte de Ricardo Reis foi adaptado ao cinema por João Botelho, 2020.
Fragmentos Culturais
03.03.2008
actualizado 19.07.2025
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