domingo, 10 de fevereiro de 2008

Festa do Livro no Porto





Praça do Infante D. Henrique | Porto | Portugal

http://img219.imageshack.us


Pormenores
Mercado Ferreira Borges | Porto



"Ler é trazer a si, mas não cenas e imaginação. Trazer o real de outra vida que nos chame humanos."

Maria Gabriela Llansol, Restante Vida, 1978


Mais de cem mil livros estão à venda, até 24 de Fevereiro, a preço de saldo, no Mercado Ferreira Borges, no Porto, na feira «Festa do Livro», organizada pela Calendário de Letras.

O portuense Mercado Ferreira Borges, que em breve será concessionado a privados, despede-se com livros - alguns há muito desaparecidos do mercado.

Nas bancas, de tudo um pouco se encontra. Dos
Poemas Ameríndios
, traduzidos para português por Herberto Hélder, à colecção "Teatro Vivo", da Plátano, há muito fora do mercado, com Peter Handke, Virgílio Martinho, Jorge de Sena ou Jaime Salazar Sampaio entre os autores. Mas também há livros de cozinha, jardinagem, música, história e literatura para crianças.



(texto com supressões)

Durante a Festa do Livro, a Calendário de Letras vai homenagear o escritor açoriano Cristóvão de Aguiar, autor de uma vasta obra de que se destaca a trilogia de romances "Raiz Comovida", estando o escritor convidado a vir ao Porto para participar na homenagem.

"Quando publiquei o primeiro volume de "Raiz Comovida" chamei-lhe romance. Foi uma estreia na literatura com sorte. Entrei com o pé direito, ganhei o prémio Ricardo Malheiros e recebi centenas de críticas. Acontecia que muitos dos críticos que se debruçavam sobre a minha obra dedicavam grande parte da crítica a interrogar-se sobre se a obra era ou não um romance... Desde então passei a catalogar os meus textos, para os fintar. O "Ciclone de Setembro" passou a ser «romance ou o que lhe queiram chamar». Os géneros literários, como fronteiras, estão cada vez mais esbatidos."


Cristovão de Aguiar, Jornal A Página da Educação,
Ano 10, nº 105, Agosto/Setembro 2001


Como escritor recebeu o prémio Ricardo Malheiros (A Semente e a Seiva, 1978) e o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/CMP (Relação de Bordo, 1999), e o Prémio Nacional Miguel Torga, pelo livro "Trasfega".

Em 2005 foi homenageado pelos quarenta anos de vida literária pela Faculdade de Letras em conjunto com a Reitoria da Universidade de Coimbra, publicando o livro "Homenagem a Cristóvão de Aguiar - 40 anos de vida literária". 

Lusa


Almedina (2007)
http://www.almedina.net


Janeiro, 3

(...) Vou-me agora em cata dos passos que hei-de percorrer, na esperança de que eles pouco a pouco me devolvam o quinhão de música a que tenho direito. Depois escrevo. Se o não fizer, não cai o mundo das alturas.


Cristovão Aguiar, A Tabuada do Tempo - a lenta narrativa dos dias
Almedina 2007


Fiquei com vontade de folhear o livro em forma de diário de um escritor de quem ainda nada li!


G-S

Fragmentos Culturais

10.02.2008

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