Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros. coitadinhos. nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.
Comove tanta fraternidade universal.
(...)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.
(...)
Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra. louvado seja o Senhor!. o que nunca tinha pensado comprado. (...)
António Gedeão, Noite de Natal
poeta, cientista, professor (1906-1997)
poeta, cientista, professor (1906-1997)
Para todos os que visitam Fragmentos Culturais e poisam palavras de afectos, eu gostaria de partilhar meu sentir intimista...
Votos de um Natal de fraternidade,
sem tanta artificialidade,
ambiente de universal espiritualidade.
Paz para todo o Mundo,
no gesto uno de acender uma vela!
Uma vela branca de Fraternidade!
Feliz Natal!
G-S
Fragmentos Culturais
23.12.2008
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