La Nevada
Francisco de Goya | Museo Nacional del Prado
Inverno ! Entra no dia mais curto, mas esfuziante de sol. Doce luminosidade. A Natureza prepara-se para hibernar, mais aquecida.
Não, não posso deixar queixumes de inverno porque o sol me tem brindado com a sua alegria cálida. Daqui para a frente, os dias vão-se tornando gradualmente maiores. Quero fruir deste sol! E da promessa que me traz.
O verde já não é tão verde, mas resiste com tranquilidade. As árvores despidas não parecem tão fantasmagóricas, e alguns ocres próprios do Outono teimam em ficar.
Inspiro profundamente a brisa dos raios solares que aromatizam os espaços. Intensamente.
O Inverno abre seu manto imenso, majestoso. Mas quem sou eu para falar de solstício de Inverno?
Oiçamos a voz da poetisa sussurrada na caneta. Maria Teresa Horta. Mais serena. Nesta sua escrita impregnada de sensibilidade.
O meu amado duvida
e julga perder-me
na brancura da neve impassível
e julga perder-me
na brancura da neve impassível
– Oh Branca de Neve!
chama por mim
chama por mim
E o lince esquiva-se
por trás das árvores
de tão ruivo que é entre as folhas caídas
por trás das árvores
de tão ruivo que é entre as folhas caídas
A fitar-me nos olhos desconfiado
Enquanto eu cuido de apagar
cada um dos meus traços
deixados para trás:
cada um dos meus traços
deixados para trás:
As pegadas leves de pássaro
o rumor do sorriso
as estalactites das lágrimas
o rumor do sorriso
as estalactites das lágrimas
O sussurro da caneta amando
cada verso que deito no papel
cada verso que deito no papel
No entanto o meu amante
não descansa de mim
e segue-me pelos trilhos inexistentes
não descansa de mim
e segue-me pelos trilhos inexistentes
Reconhecendo aqui o meu suspiro
ali os sinais da minha tristeza
mais além a inquietação jubilosa
ali os sinais da minha tristeza
mais além a inquietação jubilosa
Na devassa das paixões insustidas
Mas eu sigo à sua frente
no tocar das estrelas
a distanciar-me na celebração do sol
no tocar das estrelas
a distanciar-me na celebração do sol
Solstício! – confesso
Desejando atingir
o eixo da Terra
no seu âmago impossível
o eixo da Terra
no seu âmago impossível
Maria Teresa Horta, Solstício de Inverno
21 de Dezembro de 2014
(in página oficial)
G-S
Fragmentos Culturais
21.12.2014
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Hoje venho desejar um Natal brilhante de alegria, iluminado de amor, cheio de harmonia e completo de Paz
ResponderEliminarBeijinhos
ೋღღೋ FELIZ NATAL ೋღღೋ
Maravilhoso poema na altura própria...
ResponderEliminarJá fui retribuir os teus amistosos votos de Feliz Natal. Não poderia deixar passar o dia :-)
ResponderEliminarBoas Festas, Lilá(s)
Beijinhos
Sim, é belíssimo, João.
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