Feira do Livro do Porto 2021
@MS
Agosto foi bastante atípico. Um verão com aromas primavera-outono. A Feira do Livro do Porto começou a 26 Agosto. Sem chuva.
E Setembro entrou vistosamente! Fim-de-semana quente, sol resplandecente sobre o rio e o mar !
Noites amenas! Fui então à Feira do Livro. Sexta-feira, início de noite. Naquela hora quebrada, em que a maioria das pessoas está no horário de jantar. Uma noite de temperatura amena! Sem humidade.
Feira do Livro do Porto
Além de novos stands, tipo quiosques, bem mais apelativos, o espectáculo nocturno multicolor da Avenida das Tílias! As noites de sextafeira de jazz. Sobre o Douro! E livros! Só coisas boas.
Vá se lá saber que estações do ano atravessámos nestes meses ! De tudo se experimentou ao longo de dois meses.
Feira do Livro do Porto
A simbólica tília dedicada a um.a escritor.a. Destas vez a Júlio Dinis, o homenageado desta edição 2021, que teve lugar na tarde de 12 de Setembro. Precisamente no dia e ano em que se assinalam os 150 anos da morte do escritor portuense, desaparecido precocemente, ainda nem completara 32 anos. Tão injustamente esquecido.
Um autor particularmente acarinhado na cidade onde nasceu e morreu. O romancista que todos lemos no ensino secundário. Talvez demasiado cedo?
Uma Família Inglesa
Julio Diniz, 1875
via BNP Digital
Não esqueço Uma Família Inglesa. No meu imaginário, revivia as cenas do romance, quando passava pela casa que deu origem ao livro, e onde viveu efectivamente uma família inglesa. Uma casa ao bom estilo romântico, muito perto da casa de meus pais.
Pseudónimo literário de Joaquim Guilherme Gomes Coelho. Estudou na Academia Politécnica do Porto e na Escola Médico-Cirúrgica da cidade. Nunca exerceu Medicina mas foi durante algum tempo docente na instituição em que se licenciou, tendo posteriormente desistido devido à doença que o vitimou, A tuberculose.
Obras de Júlio Dinis, vol. I e II, Lello & Irmão – Editores, Porto, s.d.
In-8º gr., de XXVIII-1232 e 1338 pp.,
Edição em papel-bíblia, c/ gravuras a cores, extratexto, de página inteira, assinadas por Laura Costa
Procurou curar-se em Ovar – localidade em cujo ambiente rural se inspirou para compor os romances As Pupilas do Senhor Reitor (1867) e A Morgadinha dos Canaviais (1868). A sua casa ovarense, é hoje Museu Júlio Dinis.
Foi também até ao Funchal, tendo aí escrito Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871), romance cuja revisão já não pôde concluir.
No ano da sua morte, tinha apenas 31 anos, publicou-se o romance Os Fidalgos da Casa Mourisca. Só depois da sua morte se publicaram Inéditos e Esparsos, em dois volumes, assim como as suas Poesias, dadas à estampa entre 1873 e 1874.
A casa onde nasceu no Porto foi demolida com a abertura da Rua Nova da Alfândega, e aquela onde morreu, deu lugar à construção de uma casa de espectáculos cinematográficos.
Que lição de cultura cívica deu Ovar ao Porto!
Monumento dedicado a Júlio Dinis
escultor, João da Silva
início Avenida dos Aliados, Porto
O belíssimo monumento do escultor João da Silva, dedicado a Júlio Dinis que se situava na Avenida dos Aliados, rodeado do jardim de calçada portuguesa, está hoje situado no Largo do Professor Abel Salazar, em frente ao Hospital de Santo António.
A homenagem partiu de uma iniciativa da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), tendo sido inaugurada em 1926.
Painel Sophia de Mello Breyner
com o filho Miguel Sousa Tavares
créditos: Miguel Nogueira
Ao longo da Avenida das Tílias, na Alameda dos Escritores, são já sete as placas que recordam e perpetuam o.as autore.as homenageado.as a cada edição do certame organizado pela Câmara do Porto.
Feira do Livro do Porto 2021
Percorri os quisoques ditos stands, da Avenida das Tílias. Tirando uma ou duas editoras, uma escolha paupérrima, para quem gosta de livros.
Pai Nosso
Clara Ferreira Alves,2015
edições Clube do Autor
"Porque tens medo desta história? Porque não sei se consigo contá-la direito."
Já lera sobre este livro. Suponho que o primeiro romance de Clara Ferreira Alves. Estava bastante curiosa, confesso. É alguém que escreve muito bem.
Romance não é assim tão fácil, mas Clara tem um dos melhores background culturais do país. Muitos anos de escrita jornalítica e crítica literária. tem vários livros publicados. Estou certa que não se atreveria a enveredar pelo romance, sem ter a convicção que o faria bem.
Percorri antes de abandonar a feira, o corredor dos alfarrabistas, demasiado escondido, na minha opinião. É uma área que adoro! Descobrir raridades nos livros.
Lembro-me que percorria, há alguns anos, os melhores alfarrabistas da cidade, como Chaminé da Mota, ou Moreira da Costa.
Conservatório de Música do Porto
Palacete dos Viscondes de Vilarinho
Travessa do Carregal, Porto
A edição original, 2008, completamente nova. Quantas recordações despoletaram em mim! O meu tempo de miúda e aluna da Professora Hélia Soveral, na classe de Piano do Conservatório de Música do Porto, instalado no Palacete dos Viscondes de Vilarinho,Travessa do Carregal. As duas professoras eram muito amigas. E conviviam de muito perto com os alunos de ambas.
Memórias e Recordações
Madalena Sá e Costa
Clube do Autor
"Esta herança que de forma simples e cativante é narrada na primeira pessoa por Madalena Sá e Costa, na obra “Memórias e Recordações” musicais que é também acompanhada de uma preciosa iconografia, acumulada ao longo de três gerações."
A edição de 2015 foi apresentada na Casa da Música, suponho que no ano do Centenário de Madalena Sá e Costa, com a presença da mesma.
G-S
Fragmentos Culturais
05.10.2021
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