La La Land
Damien Chazelle, 2016
Adoro cinema. E uma noite destas, fazendo zapping pelos canais de cinema, eis que bato o olhar num dos filmes que mais gostei. Fui vê-lo em sala de cinema, no ano em que foi galardoado em várias cerimónias de cinema.
Bons tempos! Tempo em que se ia ao cinema por gosto, sem máscaras, nem medos. Só o receio das pipocas por perto.
Filme de 2016, arrecadou imensos prémios. Quebrou recordes ao ser um dos mais premiados nos Golden Globes e nos Bafta Awards, entre muitos outros e vastíssimas nomeações. Até chegar aos Oscars, com seis estatuetas.
Já escrevera um pouco sobre La La Land, no ano em que foi o grande vencedor dos Golden Globes e se preparava para arrecadar mais prémios nos Bafta Awards 2017. Mas só ligeiras impressões.
Tudo em La La Land me prendeu. As interpretações de Ryan Gosling e de Emma Stone, a direcção de Damien Chazelle, a história poderosa que nos transmite, a banda sonora. E a homenagem emotiva aos grandes clássicos de Hollywood.
Há quem não apreciam musicais. Ou preferem filmes mais intelectuais. Também os aprecio muito. Mas cada um tem o seu lugar.
Vão dizer que um filme como La La Land, que parece tão simples, nunca poderá ficar entre os grandes na história do cinema.
Possivelmente esquecem-se que o filme The Artist conseguiu ganhar um Oscar, relembrando o tempo dos filmes sem palavras. Esquecem, talvez que o grande cinema americano começou por ser assim. Histórias simples. E muitos com musicais.
Pois é! Adoro um bom musical.
Não sei se La La Land foi um dos melhores filmes do ano, para alguns. Para mim foi! É. Por isso, fiquei agarrada ao televisor, até altas horas da madrugada. Segui-o com todo o encantamento. Como se fosse a primeira vez.
La La Land é lindo! Ou Melodia do Amor, tradução to título original é mágico!
Não sigo muito as élites. Embora seja muito selectiva na minhas escolhas cinematográficas. Mas guio-me pelos afectos. O amor, a vida, a dança, a música. Os realizadores, e os bons actores.
Posso ser suspeita, porque adoro musicais. E gosto quando conjugam, numa simbiose perfeita, a história com a música. Fazem-nos sentir acima do éfemero. Voamos fora da imortalidade. Estamos lá. Com a alma.
O que Chazelle conseguiu, ao escrever e realizar La La Land, foi um filme de fantasia que toca no real. O desencontro de duas almas gémeas, como tantas vezes acontece na vida.
Apesar de vermos momentos musicais a surgirem em sítios improváveis, sequências de dança lindas, sincronizadas no momento, toda a história nos toca. De uma maneira muito real. E crua. Como a vida.
Mia e Seb, ela actriz, ele pianista de jazz, são semelhanres a tantos de nós. Lutam pelos seus sonhos, apaixonam-se, vivem com os obstáculos que surgem na sua relação, na tentativa de atingirem os seus próprios sonhos profissionais. E têm de entender o que é melhor para ambos. Não só enquanto casal, mas também enquanto pessoas, indivídualmente.
Todos já passámos por aí. Ou podemos passar. Num certo momento da nossa vida.
Chazelle escreveu e realizou um outro filme, Whiplash (2014). Também com a temática da música e dos sonhos de cada um. Consegue transporta-nos para uma a cidade de Los Angeles contemporânea onde situa a história de Seb e Mia. Mas, ao mesmo tempo, transpira toda a história de Hollywood e do cinema clássico.
É impossível vermos La La Land sem nos passarem pela memória visual e emotiva, filmes da época doirada de Hollywood. A forma como está filmado, as sequências de dança, alguns diálogos das personagens, levam-nos até a essa época que todos pensavam ter sido deixada para trás.
Chazelle faz uma homenagem vibrante a esses tempos, sem que tenha abdicado de tudo o que faz deste filme, um musical contemporâneo.
Claro que Gosling e Stone dão um toque de magia ao enredo. Eles cantam, dançam, tocam. Gosling teve que aprender piano para tornar real as cenas de interpretação, sentado ao piano.
Interpretam com muita emoção. E transmitem-na. A cena final do reencontro, já no club de jazz de Seb, é belíssima. Só o silêncio do olhar. Penetrante. Nesse olhar passa todo o sentimento, todo o amor os uniu. E os une. Mesmo seguindo caminhos opostos.
É impossível não ficar rendida à paixão que Gosling transmite enquanto toca piano, ou à fragilidade de Stone quando acredita que os seus sonhos não passam disso mesmo. Sonhos.
Sem eles, acho que La La Land não seria a mesma coisa. Eles dão-nos a emoção que sentimos.
A mestria de Chazelle, as interpretações dos dois actores, as coreografias, a banda sonora, merecem definitivamente rever o filme, em canais de televisão, Ou numa plataforma online. Sem dúvida.
La La Land fica na minha memória afectiva. E adoro que fique. A magia é que importa. Toca-nos.
G-S
Fragmentos Culturais
11.07.2021
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Só tu para me convenceres a ver o filme 'La La Land'.
ResponderEliminarJá me confessei que não aprecio muito musicais, mas, como alguém disse, «nem sempre, nem nunca».
Grato mais uma vez pela partilha.
Tudo de bom.
Enfim, 'AFlores' gosto de musicais! De boa qualidade, claro 1 E este, é sem dúvida, uma bela homenagem aos clássicos musicais de Hollywood... transportado para o tempo actual.
ResponderEliminarFolgo em saber que te convenci a ver um musical ;-)
Grata eu, pela tua sempre bem-vinda 'amizade virtual' assiduamente presente!
Tudo de bom !