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Em tempo(s) de Natal. Poisámos o perfume dos afectos, a haste de azevinho, as luzes e as velas. Baixamos serenidade. `
Tempo(s) também de nostalgia. Dos seres que não se sentam mais à nossa mesa, dos amigos que partiram sem sem ter tempo de um olhar de despedida.
Afectos suspensos que pairam na noite de Natal.
Afectos suspensos que pairam na noite de Natal.
Lembranças guardadas. Olhar saudoso.
Mas a azáfama acorda-nos destes torpores de melancolia. Abre-se a porta da alegria. Prepara-se a recepção da família, dos amigos. No ar soltam-se os aromas da canela, do leite-creme, dos frutos secos, da aletria, do chocolate quente. E das rabanadas.
Mas a azáfama acorda-nos destes torpores de melancolia. Abre-se a porta da alegria. Prepara-se a recepção da família, dos amigos. No ar soltam-se os aromas da canela, do leite-creme, dos frutos secos, da aletria, do chocolate quente. E das rabanadas.
Lá fora, o nevoeiro desceu sobre a cidade, e as luzes ficaram mais trémulas por entre os pingos da chuva, suave.
As nuvens adensaram-se em contraste com os tons quentes das velas, da doçaria tradicional, das frutas frescas.
Natal. O encanto irrompe, preenchendo o seu espaço. No íntimo, cada um nós acorda aquele sentimento mais puro. O da magia.
Percorrem-se melodias, buscam-se sorrisos. Um pouco mais de intensidade no brilho do olhar. Emoções.
Hoje sim, tenho poesia. A de poetas.
Frémito de Luz
Há um frémito de luz
que se adivinha
um perfume louro adormentado
que se adivinha
um perfume louro adormentado
com bagas escarlates
de azevinho e rosas
brancas a decorar a tarde
de azevinho e rosas
brancas a decorar a tarde
Há um rasto de neve
e nascimento, doces de mel
lume e frutos secos
e nascimento, doces de mel
lume e frutos secos
um sussurrar fugaz
a mitigar, um som dolente
a mitigar, um som dolente
Memória da infância a recordar
o perpassar do anjo
na viagem do tempo
Maria Teresa Horta
o perpassar do anjo
na viagem do tempo
Maria Teresa Horta
Lisboa, 23 de Dezembro de 2015
Ah! A magia da poesia. Perdemo-nos nos sons que as palavras sussuram dentro de nós. Como quem medita.
E assim, vamos trazendo a cada tempo de Natal, a magia do instante. No perpassar do anjo.
E assim, vamos trazendo a cada tempo de Natal, a magia do instante. No perpassar do anjo.
O que guardamos? Afectos que nos envolvem nesta noite doce.
Festas Felizes, queridos amigos e leitores!
G-S
Fragmentos de Natal
23.12.2015
Fragmentos de Natal
23.12.2015
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Eu choro em cada noite de Natal
E vou-me recolher a meditar,
Porque oiço crianças a chorar,
Porque vivo num mundo desigual,
Porque percorro caminhos percorridos,
E não consigo ter pressa de chegar!
(Beijinho fraterno do Vitor Cunha)
Vítor,
ResponderEliminarGostei muito da tua poesia. A angústia que nos envolve.
Bem-vindo, de novo, a fragmentos.
Beijo fraterno. Boa noite de Reis!
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