Suponho que este momento captado com Nicole Kidman diz tudo. Ainda bem que não perdi a noite, como antigamente, à espera dos grandes momentos.
Tratando-se da cerimónia dos Oscars, estávamos habituados a uma festa glamorosa em que o nível de performance era elevadíssimo.
Talvez se lembrem do desencanto que já sentira da cerimónia Oscars 2021. Como se não bastasse termos tão presentes os medos, as angústias de um mundo novo que abriu crateras debaixo de nossos pés. A pandemia tirou-nos quase tudo. A arte, o cinema. Era um dos nossos momentos encantatórios.
A liberdade do olhar, essa ficou. Dirigindo-o para o que de belo ainda pudessemos alcançar. Como estar vivos.
E tentámos reter a beleza da Arte, talvez para fugir ao horror. Cinema era sempre encantamento.
Os Oscars 2019 tentaram aliviar um pouco. E depois Oscars 2020. A expectativa, apesar de tudo, era grande. Era o reviver de emoções ligadas aos actores que transformavam vidas. Oh! O cinema.
Mas, se leram a minha Crónica da Cerimónia dos Oscars 2021, sabem quão triste me deixou. Decepção. Assim, a 94th Academy Awards não me reteve frente ao ecrã. Não, não! Este ano não perdi tempo nem a noite de sono. O desencantamento do ano anterior perdurava. E desliguei.
Bom! Esta manhã, ao ver a fotografia acima, perguntei-me quase incrédula. Será mesmo possível que as actrizes se tenham apresentado assim?!
O pior estava para ver. Foi Nicole Kidman que me galvanizou. Pouco demorei para ficar ao corrente. Estava em todas as notícias, online, redes sociais, televisão.
Não vou perder mais tempo. Passemos então a momentos belos, que os houve, apesar de tudo.
Adriana DeBose merceu plenamente o Oscar de Melhor Actriz Secundária em West Side Story realizado por Steven Spielberg com a esfuziante coreografia de Justin Peck sobre o célebre musical de Leonard Bernstein.
Bravo! A primeira premiada da noite. Adriana DeBose. Imprimou à sua personagem a revolta e a alegria na versão de Steven Spielberg, West Side Story.
Desenganem-se os que não viram. Não se trata de um remake. Mas de uma nova visão da New York do séc. XXI, e dos novos bairros marginalizados.
Vi poucos filmes nomeados. No entanto, quero destacar mais dois ou três momentos que poderia ter gostado, se tivesse ficado atenta à cerimónia.
Três mulheres destaco dessa noite de reconhecimento dos seus talentos. Duas realizadoras, uma actriz. Ariana DeBose, de novo, Jane Campion, uma das minhas realizadoras favoritas, a terceira da hierarquia a ser distinguida com o Oscar de Melhor Realização. E Sian Heder, Oscar de Melhor Filme Não conhecia, dado não estar ligada à Netflix. Embora já tivesse visto algumas cenas de Coda que me chamaram de inediato a atenção. Um filme que espero que passe pelas salas de cinema.
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