Amadeo o mais recente filme de Vicente Alves do Ó inspira-se na vida e obra do pintor Amadeo de Souza-Cardoso. A história do homem que sonhou pintar o futuro e o seu grande amor por Lucie, a mulher que lutou pela eternidade, terá a sua estreia a 26 de Janeiro 2023.
“No dia em que faz anos o nosso Amadeo de Souza-Cardoso, no dia em que faz três anos que começaram as filmagens, aqui está o trailer do nosso filme”
Vicente Alves do Ó, 14.11.2022
Escreveu o realizador, na sua página na rede social Facebook, na qual convidava os seus seguidores a verem o trailer da obra.
Vicente Alves do Ó, o mesmo que realizou Florbela baseado na vida de Florbela Espanca (vi e adorei!) e Al Berto sobre o grande poeta Al Berto. Não vi.
Amadeo é uma longa metragem de ficção histórica, inspirada na vida e na obra do pintor Amadeo de Souza-Cardodo, nascido em Manhufe, Amarante, a 14 de Novembro de 1887 e que cedo partiu para Paris, onde fez amizade com Picasso, Gaudí, Modigliani, Apollinaire e Delaunay.
Em 1916, quando o jovem Amadeo organiza a primeira grande Exposição Modernista em Portugal e revela um mundo novo a um país velho e conservador, depois de ter estado em Paris.
Recua a 1911, quando Amadeo apresenta os seus primeiros trabalhos à elite artística da cidade de Paris;
E finalmente, 1918, o fatídico ano da pandemia que assolou o mundo, a gripe espanhola, que matou milhões de pessoas nomeadamente a família Souza-Cardoso, e que abrevia a vida inesquecível deste homem a quem Lucie dedicou o resto da sua vida.
O filme biográfico Amadeo chegou a ter estreia marcada para 2020. No entanto, devido à pandemia Covi, acabou adiada. Está agora reagendada para o próximo ano.
A longa-metragem, que tem como subtítulo, “O homem que pintou o futuro”, retrata a ascensão do pintor natural de Amarante e o processo de criação das suas maiores obras.
Considerado um dos artistas mais relevantes e importantes do Modernismo, nos inícios do século XX, o realizador vê em Amadeo de Souza-Cardoso «um homem de vanguarda num período da História marcado por revoluções, clivagens, o velho a combater o novo, simbolizando esse “novo novíssimo”, que ainda hoje nos inspira.»
Deixo video sobre Amadeo de Souza-Cardoso e sua obra para quem quiser conhecer um pouco mais deste imenso nome da arte e da pintura portuguesa.
Amadeo de Souza-Cardoso, um dos pintores mais representativos do Modernismo português, no século XX, nasceu em Amarante, a 14 de Novembro de 1887, tendo convivido com Fernando Pessoa e Pablo Picasso, entre outros artistas da primeira metade do século XX.
Reconhecido nos meios da vanguarda, fez parte de exposições colectivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres.
O filme conta com Rafael Morais, Ana Lopes, Lúcia Moniz, Ana Vilela da Costa, Manuela Couto, Ricardo Barbosa, Raquel Rocha Vieira, José Pimentão, e os grandes actores já falecidos, Rogério Samora e Eunice Muñoz.
Amadeo foi realizado com o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual, da RTP, do Fundo de Turismo e Cinema e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Num momento em que as salas de cinema cairam num marasmo, sem filmes de qualidade em exibição, um filme destes despertou-me desta letargia cinematográfica em que me encontro. Logo eu que adoro cinema!
É pois com grande ansiedade que espero Amadeo nas salas de cinema. Depois de Florbela, do mesmo realizador, só posso esperar o melhor.
Assim escrevi em 2012, depois de ir ver Florbela ao cinema:
"Um retrato livre de Florbela, a mulher e a poeta, em momento de vida de busca de inspiração desta enorme poeta com tal sede de infinito. E o realizador sabe captivar-nos. Ficamos presos às imagens, aos diálogos, ao cenário.
*Nota: o filme Amadeo já está em exibição nas salas da cidades.
* Para quem não viu no cinema, RTP1 vai exibir o filme, dia 4 Junho pelas 22:45 horas. Não perca !
«Alguém, não recordo o nome, disse-me que para escrever uma biografia se tinha rodeado de retratos daquela pessoa que ia chamar. Chamar é o termo. É usado nas sessões espíritas para evocar a presença dos mortos. Quando queremos conhecer esse que já não é deste mundo e que deixou uma lenda na sua passagem, ou uma obra de que podemos fazer uso, temos que o chamar.»
Agustina Bessa-Luís, in Dicionário Imperfeito, 2008
Chamemos então Agustina, através do retrato que pintou na sua obra...
"Um pouco por todo o lado, testemunhamos um país, de norte a sul, a recordar uma das maiores romancistas portuguesas do séc. XX, na data do seu Centenário."
Eventos inspirados na vida, obra e memória de Agustina. Do teatro às exposições, das leituras aos concertos, perto de nós encontraremos um motivo para celebrar Agustina, neste dia tão especial. E ao longo de 2022-2023.
Segui de perto a página Agustina 100, em rede social, e confirmei ao longo de três publicações, pelo menos, os várias celebrações espalhadas pelo norte do país e que se iniciaram em Amarante, terra natal da escritora.
"A partir da leitura destes volumes – que tanto pela forma como pelo conteúdo podem ser entendidos como autênticas revelações do mundo de Agustina – identificaram-se algumas das ideias-chave da escritora. Estes temas são as entradas desta “exposição-dicionário”, cada um originando um diálogo com obras da Coleção de Serralves, de artistas nacionais e estrangeiros, contemporâneos ou não de Agustina."
Museu Contemporâneo Serralves
Para ler tanto quanto para ver, a exposição apresenta-se como um livro em três dimensões, segundo Serralves.
A obra será visível na Via Panorâmica Edgar Cardoso, numa extensão de 120 metros e 2 metros de altura, junto à entrada principal da Faculdade de Letras do Porto.
No próximo dia 19 de Outubro, terá lugar uma sessão do Clube de Leitura da FEUP, para celebrar o Centenário do Nascimento de Agustina Bessa-Luís, conduzida por Fátima Marinho, Professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e com moderação a cargo de Augusto Sousa, Professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Estes são alguns dos eventos a ter lugar no Porto. Nada como consultar a Programação completa prevista para o Porto, Amarante, e país, no site oficial Agustina 100º
Também Correntes d'Escritas 2023 celebrou Agustina com a Exposição Agustina Bessa-Luís. Vida e Obra, cujo Centenário do nascimento se assinala. Resultou de um projecto produzido pelo Instituto Camões, comissariada por Inês Pedrosa e que contou com a concepção gráfica de João Botelho, realizador de A Corte do Norte, filme inspirado na obra homónima de Agustina. Foi abordado o percurso de vida da escritora e a sua evolução literária.
A exposição esteve patente no Centro Coordenador de Transportes de 15 de Fevereiro até dia 15 de Março 2023.
A Sibila, a adaptação do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, com argumento e realização de Eduardo Brito, estreia nos cinemas a 12 de Outubro 2023, alturaem que se completará o Centenário do nascimento de Agustina Bessa-Luís, não estando ainda confirmada a data real da estreia nas salas de cinema. A produção incluirá também uma minissérie de três episódios para a RTP.
*Nota:No dia 6 de Outubro, sexta-feira, às 21h30, ‘A Sibila’, filme, vai ser exibido no Emergente Centro Cultural, Marco de Canaveses onde foi uma grande parte da acção, na freguesia de Santo Isidoro e Livração.
O que é bonito neste mundo e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura... E que a doçura que se não prova se transfigura numa doçura muito mais pura e muito mais nova.
Miguel Torga
Outono vai-se instalando. A princípio nem parece uma estação. É mais um estado de alma. Um tempo um pouco vago, em declive delicado, o vento que assobia e nos faz tremer de desconforto.
Olhamos com íntima tristeza para a brevidade luminosa destes primeiros dias. Quase tínhamos esquecido perante os dias tão quentes.
Nas árvores, as folhas vão caindo, algumas indecisas, perante a transmutação em lindíssimas tonalidades.
Os frutos perfumados como a maçã, ou as uvas, sabores suculentos, bem diferentes dos frutos de verão.
Há uma espécie de melancolia em busca de uma doçura prometida que nos escapa. Outono é essa estação tão étérea! Tempo de leituras.