To Catch a Thief
Grace Kelly & Cary Grant
Alfred Hitchcock, 1955
Escrever sobre cinema foi sempre um dos meus assuntos preferidos até à pandemia. Nunca escondi que era uma cinéfila compulsiva. Não de qualquer filme, mas de filmes que me dissessem algo: história(s), actores, realizadores. Juntando a essas escolhas, compositores de bandas sonoras de excelência.
Basta percorrer este blog desde que foi criado em 2006, primeiro filme comentado Hard Candy - o filme, até ao pós pandemia em Crónica cultural de uma pandemia, havendo pelo meio. crónicas sobre os Oscars. Escrevi então sobre três excelentes filmes Nomadland The Fathter e The Courrier.
Nomadland, Sobreviver na América
Chloe Zaho, 2020
Mas então, voltemos ao Dia Mundial deCinema, E por que razão, o dia 5 de Novembro foi escolhido para Dia Mundial do Cinema? A evocação de uma história em permanente construção.
Em 1895, Paris teve a primeira sessão pública de cinema. Organizada pelos irmãos Auguste e Louis Lumière. Utilizando um aparelho chamado de cinematógrafo, imagens em movimento foram projectadas numa tela gigante para um pequeno número de espectadores.
O cinematógrafo era uma máquina que permitia a captação, revelação e projeção de imagens. Captava imagens fixas (fotogramas), que eram posteriormente projectados de forma contínua, criando a ilusão de movimento.
É pois merecido haver um dia dedicado ao cinema. Uma história que se fez, se vai fazendo, embora tivesse sofrido um grande embate com a pandemia, e que se continuará a fazer, trilhando caminhos que nos levam a homens e mulheres criativos, prodigiosos, talentosos, desafiadores, e inconformados.
Cinema Paradiso
Giuseppe Tornatore, 1988
A mais bela homenagem que já se fez ao cinema. Cinema Paradiso ! Realizado em 1988, por Giuseppe Tornatore, com uma sensível e poética banda sonora de Ennio Morricone. Escrevi sobre o filme após a morte do grande compositor Ennio Morricone.
Desde que me lembro, muito miúda, íamos ao cinema, em família, meus pais e seus cinco filhos. Foram os meus pais que me deram esta maravilhosa herança de apreciar o cinema como arte, valor cultural.
Suponho que numa lista de "100 filmes a não perder", haverá muito poucos que não tenha visto
Escolhi Grace Kelly e Cary Grant porque representam lindamente os actores clássicos do cinema. E claro! O criativo e inesgotável realizador Alfred Hitchcock.
Abalado pela pandemia, pelas plataformas digitais como Neteflix, HBO, entre outras, só actores como Tom Cruise com Top Gun Maverick ou realizadores como Steven Spielberg com West Side Story ou The Fabelmans trouxeram de volta o gosto de ver cinema em salas próprias, com meios digitais imagem, som de muita qualidade. E aí sim, voltámos bem mais perto à magia do cinema.
Best Motion Picture Musical or Comedy
Golden Globes Awards 2022
Em 2023, alguns filmes me levaram até às salas de cinema. Eis alguns do que gostei mesmo!
Top Gun - Maverick foi primeiro. Vibrei! Saí de coração cheio! A magia estava lá no seu mais alto nível. Tom Cruise é imparável e tudo faz para demonstrar que cinema tem que ser autêntico! Sou fã incondicional deste actor, tão injustiçado por Hollywood desde Born on the 4th July (1989). A sua maior interpretação como veterano de guerra.
Seguiu-se West Side Story de Steven Spielberg (2021), nova versão West Side Story (1961), adaptação livre da peça de Shakespeare Romeo and Juliet, música de Leonard Bernstein, compositor, pianista, maesto e pedagogo. Um dos meus músicos favoritos contemporâneos.
Desta feita, é Steven Spielberg que dá vida a esta nova versão shakespeareana. Objectivos semelhantes à versão de 1961, mas persongens e espaços sociais actuais. Maravilhe-se com o fantástico, surprendente e esfuziante festival de dança contemporânea em plenas ruas da cidade de New York! Wow! Vertiginoso e belo pela magia da dança e da qualidade dos actores bailarinos.
E finalmente, The Fabelmans, filme autobiográfico de Spielberg que fui ver numa sala miserável, mesmo na semana em que foi galardoado. A gestão comercial de salas de cinema não teve o rasgo rápido para alterar a sala, prevendo a enchente evidente. Sala pequena, cheia até ao ecrã. Irrespirável. Dei comigo, de máscara.
Quem tem seguido a filmografia de Spielberg, sabe que o realizador foi deixando traços autobiográficos ao longo dos seus filmes. The Fabelmans, filme de carácter muito intimista, expondendo a sua infância e a vida de seus pais. Nem todos gostaram desta introsão familar. Poderia talvez fazê-lo de um modo mais subjectivo. No entanto, foi autêntico.
Saliento a excelente interpretação de Michelle Williams. A actriz tem vindo a impor-se como grande intérprete em diferentes filmes. Paul Dano, no papel de marido discreto e resignado muito bem (?), e os jovens Gabriel laBello (Steven júnior) e Mateo Zoryan (Steven criança).
Passemos a um filme que vi e não gostei por razões pessoais.
The Banshees of Inisherin
Martin McDonagh, 2022
The Banshees of Inisherin sobre a amizade, sentimento que muito prezo. Talvez o que mais valorizo, quando verdadeiro e sadio.
Dois amigos de longa data encontram-se num impasse, quando um deles termina abruptamente essa relação, com consequências alarmantes para ambos.
Suponho que a vivência com tão poucos habitantes, entregues aos confins do isolamento de uma ilha bem longínqua da civilização, não seja fácil. Os amigos são poucos. Mas para a vida. Amizade leva-se a sério num mundo como aquele.
Mas ver um homem (Brendan Gleeson) a autoflagerar-se constantamente, para convencer o ex-amigo (Colin Farrell) - esplêndida interpretação - que não aceita o final abrupto da amizade. Não! Chega de violência!
Comecei a sentir-me mal. Decidi abandonar a sala à segunda automutiliação.
Não vou ao cinema para sofrer. Vou para me esquecer do que deixo fora da sala. E viver a história. Não esta!
Os Espíritos de Inisherin é um filme premiado, com belíssima fotografia, e actores que admiro - Colin Farrell e Brendan Gleeson - sem deixar de parte o jovem Barry Keoghan. Não conhecia, mas tem uma interpretação assaz interessante.
Finalmente, filmes que quero ver...
Martin Scorsese,2023
Vi a apresentação em sala de cinema, no último filme de Woody Allen, Coup de Chance. Dois actores que admiro. Robert de Niro e Leonardo DICapio. Para além de um dos meus realizadores favoritos, Martin Scorsese.
As críticas apontam Leonardo DiCaprio como um dos prováveis vencedores nos próximos Oscars 2024, pela sua fantástica interpretação.neste filme.
Maestro
Bradley Cooper, 2023
Maestro, filme biográfico baseado na vida Leonard Bernstein o grande compositor, pianista, maestro. O enorme pedagogo dos concertos comentados para todos, miúdos e graúdos, com noções musicais imprescindíveis para todos. Mesmo não estudando música, todos aprenderam. E tantos se vieram a dedicar à música.
Não posso perder. Mas quero ver em sala de cinema, com toda a tecnologia de ponta, som, imagem. A partir deste final de Novembro. Claramente, lá estarei.
Tive acesso ao trailer no cinema. Amei! Sei que passará para a Netflix em Dezembro. Óptimo! Para rever.
“O cinema é um modo divino de contar a vida.”
Federico Fellini
Fragmentos Culturais
05.11.2023
actualizado 21.11.2023
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Eu vou, eu vou ao cinema!
ResponderEliminarVi a maior parte dos filmes referenciados no post, e vou ver brevemente o último do Scorsese /DiCaprio/R Niro!
Obrigado mais uma vez, por esta partilha da tua preferência/cinema .
Tudo de bom.
:)
Hum! Já vi que és tão cinéfilo quanto eu,' AFlores' ;-) Como deves saber, pelos muitos anos de amizade virtual blogger, adoro cinema!!
EliminarInfelizmente acabei por não ver 'Killers of the Flower Moon' de Scorsese (con tanta gente das minhas preferências...) Manteve-se pouco tempo em cartaz, pelo menos salas de cinema que frequento.
Bom Ano 2024 ! Saúde, Paz para o mundo, e tudo de Bom para ti e família.
Até breve :-)