sábado, 11 de julho de 2020

Ennio Morricone : tributo a um génio da música de cinema




 


Ennio Morricone [1908-2020]
créditos:  Heikki Saukkomaa Lehtikuva/ AFP 

"Ennio Morricone, il Titano dei tre Titani ."

Giornale di Sicilia/ Cultura

Já nada se pode escrever sobre Ennio Morricone, esse inimitável compositor e maestro que marcou a história do cinema. Tudo já foi dito. Repetido.

Para mim, Morricone permanecerá na minha memória afectiva pelas bandas sonoras de Once Upon A Time in AmericaThe MissionCinema Paradiso.






Cinema Paradiso
Giuseppe Tornatore, 1988

A mais bela homenagem que já se fez ao cinema. Realizado em 1988 - já? Parece que foi ontem - por Giuseppe Tornatore.

Sabe-se agora que escreveu a carta da sua própria despedida. Faz-nos que faz-nos estremecer. A ler aqui






Ennio Morricone Hollywood
via Giornale di Sicilia, 2007

Morricone teve uma carreira de quase 70 anos como instrumentista e 60 anos como compositor de bandas sonoras para cinema, TV e rádio. 

Compôs para um número ímpar de filmes, colaborou com realizadores prestigiados como Pier Paolo PasoliniSergio LeoneIrmãos Taviani, Terence Malick, Bernardo Bertolucci, Brian De Palma e, mais recentemente, Quentin Tarantino.

Faz parte de uma pleiade de compositores de cinema: John Williams, Star Wars, Angelo Badalamenti, Twin Peaks, Alexandre Desplat, Argo ou The Queen. Hans Zimmer, Gladiator ou Inception. O meu preferido em novos tempos.







Mas voltemos a Cinema ParadisoA viagem de quem ama o cinema é peculiar. Cinema é sonho. É magia. 

Desde muito miúda. Meus pais adoravam cinema. E numa altura em que não havia classificação etária, levavam-me ao cinema, com meus quatro irmãos.  Ocupávamos meia fila. No mínimo.

A cinéfila convicta que sou e que aqui escreve, nunca deixou de ir ao cinema, para ver alguns filmes ditos 'obrigatórios' para quem ama a 7ª Arte. 

Direi melhor, filmes que criteriosamente selecciono segundo actores, realizadores, bandas sonoras. Muitas vezes baseados em livros. E que sei me tocarão. E trarão de volta as memórias felizes de meus pais. Partiram tão cedo!

Cinema Paradiso foi escolhido por falar de cinema, pelo actor francês Philppe Noiret e por Ennio Morricone. O realizador era-me desconhecido. Mas genial no modo  como nos transporta nesta jornada de duas horas, onde em momento algum o ritmo cai. A todo instante, há algo importante acontecendo, muitas vezes representados de maneira lúdica, como que personificação dos corações sonhadores. 







Non c’è una musica importante senza un grande film che la ispiri”.

Ennio Morricone

Entrou facilmente na minha lista de filmes favoritos. Possivelmente um dos mais belos que já vi. Por isso, sempre o revisito, quando reaparece nos canais de cinema, ou em canais portugueses.

Além de um filme, é uma experiência emocional e sensorial a ser vivida.  Um hino d amor ao cinema.






Ennio Morricone 
via Giornale di Sicilia 2007

"Há apenas um motivo para me despedir de todos assim e celebrar o funeral em privado: Não quero incomodar."

Ennio Morricone, in Carta de Despedida

Até breve, Maestro! Sua música imortalizou-o. Cada filme que revisitemos, as suas bandas sonoras farão com que esteja presente. E a magia poisará em nós. 

"His work goes beyond the movies he composed for and will be deeply embedded in the art of film music for as long as there is film. He will be missed, but his music will not be forgotten."

Danny Elfman, composer, in Time 

A meus pais que me passaram este imenso refúgio d'alma. O amor ao cinema. Ao belo. À arte. À cultura.

G-S

Fragmentos Culturais

10.07.2020 
Copyright © 2020-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com® 

3 comentários:

  1. Mais uma pessoa notável que deixa este mundo :-(.
    É triste pensar no momento da escrita da nossa própria despedida, algo que ele fez e que me faz alguma impressão porque é sinónimo de ser necessário já ter interiorizado que a partida está para breve.

    Teus pais deixaram-te uma boa semente (gosto pela sétima arte e a capacidade de a apreciar como deve ser) e companhia para a vida.

    Nunca mais escrevi assiduamente no blog. Está meio "morto". Há dias em que tenho saudades de me encontrar com as palavras e visitar o meu blog e aqueles poucos que acompanhava. Mas estar aqui já é um princípio.

    O endereço do meu blog é parecido ao anterior (que infelizmente não consegui recuperar).
    agora é: https://fragmentos-repartidos.blogspot.com/

    Espero que esteja tudo bem contigo, ou consigo, tendo em conta a nova realidade de todos nós.


    ResponderEliminar
  2. Mais uma pessoa notável que deixa este mundo :-(.
    É triste pensar no momento da escrita da nossa própria despedida, algo que ele fez e que me faz alguma impressão porque é sinónimo de ser necessário já ter interiorizado que a partida está para breve.

    Teus pais deixaram-te uma boa semente (gosto pela sétima arte e a capacidade de a apreciar como deve ser) e companhia para a vida.

    Nunca mais escrevi assiduamente no blog. Está meio "morto". Há dias em que tenho saudades de me encontrar com as palavras e visitar o meu blog e aqueles poucos que acompanhava. Mas estar aqui já é um princípio.

    O endereço do meu blog é parecido ao anterior (que infelizmente não consegui recuperar).
    agora é: https://fragmentos-repartidos.blogspot.com/

    Espero que esteja tudo bem contigo, ou consigo, tendo em conta a nova realidade de todos nós.


    ResponderEliminar
  3. Olá 'Fragmentos Repatidos',

    Que bom saber da tua presença em 'fragmentos' pelos amistosos comentários que deixaste. Muito obrigada.

    Sim, me comovi imenso ao ler a carta de 'despedida' de Morricone :-( Uma singeleza de carácter, a delicadeza de não querer incomodar ninguém, um despojamento do ser matéria, passando à imortalidade.

    Um dos meus compositores mais queridos na área do cinema.

    Sem dúvida! Meus pais amavam a arte, em todas as suas vertentes, o belo, e transmitiram esse amor a todos os filhos. Vivíamos rodeados de arte, de livros, de viagens em função da cultura.

    Doce e saudosa lembrança. Profundo agradecimento por essa herança que como 'semente' germinou em todos nós, filhos.

    É certo que também já escrevo muito pouco. A moda dos blogs 'morreu'. Reapareceu agora sob temática de 'influencers'. Coisa bem diferente.

    Por vezes apetece-me desistir... mas lá vem um dia que, de novo, volto!

    Terei muito gosto em revisitar teu blog. E gostaria de ver que voltaste a 'encontrar-te com as palavras'. Escrevias muito bem.

    Contigo (não consigo) espero também que tudo esteja bem! Vivemos momentos bem diferentes. O mundo não voltará a ser o mesmo.

    Um beijo

    ResponderEliminar