Maurice Ravel
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"The only love affair i have ever had was with music".
Maurice Ravel
Maurice Ravel faria hoje, 7 de Março 146 anos. Nascido em 1875, Ravel é como sabem, um compositor e pianista francês, ligado ao movimento Impressionista.
Contemporâneo de Claude Debussy, seu predecessor. Ravel frequentou o Conservatoire de Paris. Depois de acabar o curso, Ravel fez seu próprio caminho, encontrando-se como compositor, desenvolvendo um estilo de grande sensibilidade, fortes influências modernistas, barrocas, neoclassiclássicas e, em obras posteriores, influências do jazz.
Gostava de experimentar formas musicais, como em Boléro (1928). Aí, a repetição toma o lugar do desenvolvimento. Não é de todo a peça que aprecio, mas esta interpretação do Ballet Maurice Béjart é impressionante.
Nos anos 1920s -1930s, foi considerado o maior compositor francês vivo. Ravel é continua a ser considerado um dos mais significativos compositores do século XX.
Para mim, um compositor especial. Pela sua música, mas também pela sua postura perante a arte. Também tinha extremo bom gosto. Achavs importante apresentar-se bem.
Ravel compôs relativamente pouco, comparado com compositores como Debussy, Wagner, Shostakovitch ou Schoenberg. Mas a sua música é de grande 'perfeição'. Requinte, elegância, sensibilidade, o que faz dele, um dos mais amados compositores.
"Small art can, of course, be great art. Was Ravel a great artist? No one denies that he was a great artisan, tailoring his material to his sundry subjects, whether they were exotic evocations of Spain, Greece or Madagascar"
Sanjoy Roy, The Guardian/ Classical Music
Ravel, Gershwin, entre outros
credits: © Hulton-Deutsch Collection/CORBIS/Corbis via Getty Images
É um dos meus favoritos. Pela sua sensibilidade, pela perfeição das sonoridades. E ritmos impensáveis, para época. Continuam a deslumbrar.
Relembrei hoje o Concerto em G Major para piano e orquestra e La Valse. Escrevi sobre esta última em 2012, falando do poema coreografado pelo CNB.
Com nostalgia, passei a tarde a ouvir La Valse em diferentes interpretações, Leonard Bernstein, ou Claudio Abbato. Mesmo a 2 pianos Martha Argerich/ Nelson Freire.
Com a intenção de homenagear a valsa e Johann Strauss II, Maurice Ravel, compôs o que pretendia ser uma obra romântiva, La Valse, un poème chorégraphique (1919.1920).
Antes de se ter alistado no exército interrompendo assim a criação musical, Ravel escreveu que pretendia que a peça fosse "uma espécie de apoteose da valsa vienense mesclando-se na minha cabeça com a ideia de turbilhão fantástico do destino».
"Whatever one’s interpretation of La Valse, there is no doubt Ravel masterfully achieves his vision in the music."
Frances Wilson, Interlude
E continuei com Ravel a tarde inteira. Numa busca continuada, encontrei finalmente o Concerto em G Major interpretado pela incomparável Martha Argerich. Uma explosão de sentimentos, Deus meu!
Sobressaiu a nostalgia. Nostalgia de um concerto na Casa da Música. Ao vivo. Quanto tempo! Belíssimos concertos em noites inesqucíveis de boa música. Consagrados compositores, e intérpretes: Música, na sua essência.
Na Sala Suggia ouvi, ao vivo - e ressalto hoje, muito, ao vivo, porque é isso que me falta tanto - o Concerto in G Major pelo pianista António Rosado com a Orquestra da Casa da Música.
Fiquei ouvindo este momento único, interpretado por um símbolo da minha música d'alma. Martha Argerich.
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Introversão e beleza. Silênco quase em tom de prece, ouvi Adagio Assai, o segundo movimento.
"One of the most beautiful tunes Ravel ever invented" (...)
Edward Sackville-West e Desmond Shawe-Taylor, críticos de música
Interpretação/ transposição. Tocar não é só transmitir a partitura, é sentir, viver. E para tal, nada é comparável ao touch de Martha Argerich. Uma ternura sem fim, neste Adagio Assai.
"The composer constructs an object so perfectly honed,” writes pianist Paul Roberts, “that the performer is fearful of damaging it."
Ravel escreveu outras obras que fazem parte da música erudita. Daphnis e Chloe, um bailado composto em 1909, a pedido de Diaghilev para o famoso bailarino Nijinsky.
Concerto para Piano para a esquerda, Pavane pour une infante défunte, entre as oitenta cinco obras, incluindo algumas incompletas, outras abandonadas, segundo o musicólogo francês Marcel Marnat.
"Ravel became a master orchestrator, carefully studying every musical instrument to determine their possibilities. His famous orchestration of Mussorgsky’s Pictures at an Exhibition, brought Ravel substantial income."
Classic FM
Ravel morreu em 1937 na sua casa Le Belvedère, em Montfort-l’Amaury, hoje Fondation Maurice Ravel. Os jardins mantêm-se intactos, e foram desenhados pelo compositor, incluindo o Japanese Garden.
Bolero, Piano Concerto for the Left Hand, Concerto in G Major e L’enfant et les sortilèges são algumas das peças escritas em Montfort l’Amaury.
"Music I feel must be emotional first and intellectual second."
Maurice Ravel
G-S
Fragmentos Culturais
07.03.2021
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