Teatro Rivoli | Porto
O Teatro Rivoli voltou a abrir-se para a cidade. E, na sua vertente mais carismática: a dança contemporânea. Todos sentíamos a falta dessa sala, e do palco por onde desfilaram companhias de dança contemporânea nacionais e internacionais.
Também lá tiveram lugar as várias edições do Festival de Jazz do Porto, a que associo António Pinho Vargas, entre muitos outros. E músicos como Chick Corea, Diana Krall, Astor Piazzola, Dee Dee Bridgewater, Pablo Milanés. Seria infindável a listagem de nomes grandes da música, e da dança.
Para mim, o Teatro Rivoli era o palco de referência da dança contemporânea. A lacuna maior da cidade.
E foi com a coreógrafa Anne Teresa de Keersmaker e a Companhia Nacional de Bailado que o palco do Rivoli se reabriu nas noites 12 e 13 Setembro 2014. Sim, a dança contemporânea de grande qualidade, voltou à cidade.
"Será tendencialmente um equipamento mais voltado para a dança contemporânea e outras práticas artísticas que utilizam o corpo de uma forma mais expressiva"
Tiago Guedes, novo director
CNB | Rivoli
foto: Paulo Pimenta
Oito anos depois, a dança voltou ao Teatro Rivoli. E não poderia inaugurar a nova era de melhor maneira. Mozart Concert Arias da coreógrafa belga Anne Teresa de Keersmaker intepretado pela Companhia Nacional de Bailado (CNB).
Dança contemporânea! Apesar da formação clássica, é no bailado contemporâneo que me identifico. Na paisagem estética da dança.
Anne Teresa de Keersmaker. Coreográfa que aprendi a admirar à distância. Descobri-a online, durante o Festival de Danse Marseille (2005) à frente da sua companhia Rosas.
Companhia Nacional de Bailado dispensa apresentação, de qualidade comprovada, já me referi à CNB anteriormente com La Valse.
A Companhia Nacional de Bailado foi a primeira companhia, a nível mundial, exceptuando a Rosas – companhia de Keersmaeker, fundada em 1983 – a interpretar uma obra da criadora belga: “Lisbon Piece” (1998), peça coreografada expressamente para a companhia nacional portuguesa.
Anne Teresa de Keersmaker. Coreográfa que aprendi a admirar à distância. Descobri-a online, durante o Festival de Danse Marseille (2005) à frente da sua companhia Rosas.
Companhia Nacional de Bailado dispensa apresentação, de qualidade comprovada, já me referi à CNB anteriormente com La Valse.
A Companhia Nacional de Bailado foi a primeira companhia, a nível mundial, exceptuando a Rosas – companhia de Keersmaeker, fundada em 1983 – a interpretar uma obra da criadora belga: “Lisbon Piece” (1998), peça coreografada expressamente para a companhia nacional portuguesa.
Rosas : Raga for the Rainy Season /A Love Supreme
Anne De Keersmaeker
Anne Teresa de Keersmaker apresentava nesse ano de 2005, a sua companhia Rosas, com a criação Rosas: Raga for the Rainy Season /A Love Supreme.
"Après Bartók,Mozart, Steve Reich, Monteverdi, Joan Baez, Miles Davis… cet été, pour la première fois, Anne Teresa de Keersmaeker (une complice du Festival depuis 2001) fait se rencontrer «la plus savante des musiques indiennes», le Dhrupad, avec la plus «populaire des musiques savantes» occidentales, le jazz de John Coltrane. Rêves d’orient."
Festival de Marseille 2005
De imediato me seduziu. Remetia-me para Pina Bausch, a referência maior da dança contemporânea da última década,<Bob Fosse e Maurice Béjart. Nomes que fazem parte da historiografia da dança contemporânea. Pina Bausch e Maurice Béjart vieram a Portugal. Contoversa a vinda de Béjart ao Rivoli...
Anne Teresa de Keersmaker foi condecorada com a Medalha de Mérito pela Secretaria da Cultura, na semana passada.
"Ao longo da carreira, tem mantido uma relação de proximidade com Portugal, tendo desenvolvido e apresentado muitas das sua produções no nosso país, contribuindo para uma forte divulgação e enriquecimento da dança contemporânea em território nacional”.
"Après Bartók,Mozart, Steve Reich, Monteverdi, Joan Baez, Miles Davis… cet été, pour la première fois, Anne Teresa de Keersmaeker (une complice du Festival depuis 2001) fait se rencontrer «la plus savante des musiques indiennes», le Dhrupad, avec la plus «populaire des musiques savantes» occidentales, le jazz de John Coltrane. Rêves d’orient."
Festival de Marseille 2005
De imediato me seduziu. Remetia-me para Pina Bausch, a referência maior da dança contemporânea da última década,<Bob Fosse e Maurice Béjart. Nomes que fazem parte da historiografia da dança contemporânea. Pina Bausch e Maurice Béjart vieram a Portugal. Contoversa a vinda de Béjart ao Rivoli...
Anne Teresa de Keersmaker foi condecorada com a Medalha de Mérito pela Secretaria da Cultura, na semana passada.
"Ao longo da carreira, tem mantido uma relação de proximidade com Portugal, tendo desenvolvido e apresentado muitas das sua produções no nosso país, contribuindo para uma forte divulgação e enriquecimento da dança contemporânea em território nacional”.
Mozart Concert Arias
CNB | Rivoli
foto: Paulo Pimenta
Não poderia ter sido melhor a escolha para a reabertura do Teatro Rivoli. Este ciclo que se prolongará até Dezembro, tem por tema 'O Rivoli Já Dança'.
Não o acho muito inspirador, mas alerta para o facto de a dança voltar ao Rivoli. Claramente. A sala de excelência para esta arte tão bonita.
O ciclo antecede a temporada que se iniciará em Janeiro de 2015, já desenhada pelo novo director artístico, Tiago Guedes. Assinala, assim, a tendência de um teatro que dará prioridade à dança e às artes do corpo, mas sempre em diálogo com as outras disciplinas – e que será também um importantíssimo território do pensamento.
Decorrerá já em Novembro, o Fórum do Futuro, para o qual foram convocados grandes teóricos da contemporaneidade, incluindo dois prémios Nobel e quatro Pritzker.
Decorrerá já em Novembro, o Fórum do Futuro, para o qual foram convocados grandes teóricos da contemporaneidade, incluindo dois prémios Nobel e quatro Pritzker.
"Entendemos que o Rivoli deve ser um mediador da cidade, um lugar onde a cidade se revê e se apresenta - um lugar simultaneamente popular e cosmopolita, histórico e contemporâneo, local e nacional.
Paulo Cunha e Silva, vereador da CMP
Mozart Concert Arias
CNB | Rivoli
foto: Paulo Pimenta
Defendendo que a programação “não pode ser apresentada de forma elitista” e que “um teatro municipal tem de abranger toda a gente”, Tiago Guedes, actual director, considerou que para este momento simbólico da reabertura da sala “a escolha de Mozart Concert Arias foi excelente, porque é um espectáculo mais consensual, com orquestra ao vivo, ópera, dança”. É sim, um bailado féerico que vai muito de encontro ao próprio Mozart.
Mozart Concert Arias
CNB | Rivoli
foto: Paulo Pimenta
A sala esgotou no primeiro dia, sexta-feira, dia 12 Setembro, muitos colunáveis, enfim, o usual, mas também muita gente do panorama portuense da dança, da música, do teatro.
No entanto, suponho que tal não aconteceu no segundo dia, 13 Setembro, dada a injusta oferta do festival D'Bandada com espectáculos de música espalhados por toda a cidade, chamando centenas de pessoas às ruas do Porto e trazendo o caos no acesso à Baixa do Porto. O bilhete, ficou no meu bolso. Impossível chegar ao Rivoli.
Mozart Concert Arias
CNB | Rivoli
foto: Paulo Pimenta
« (...) É nestes ambientes híbridos que De Keersmaeker revela um verdadeiro caso de amor por Mozart. E não é só pela sua música mas por tudo o que o possa sugerir: o ornamento, a galanteria, a sensualidade, o jogo, a superficialidade, o humor e a leve intermitência entre a tristeza e a alegria. (...)»
CNB, Facebook
O Porto, cidade de cultura por tradição, está a renascer. Espectáculos nas várias áreas da música e da dança, teatro, animação de novos espaços.
É só ir à Baixa nas noites de sexta-feira e sábado para poder desfrutar desse ambiente cosmopolita dos turistas, que levou de novo à cidade os portuenses, mesmo em finais de Setembro, chuvoso, e pouco convidativo.
É só ir à Baixa nas noites de sexta-feira e sábado para poder desfrutar desse ambiente cosmopolita dos turistas, que levou de novo à cidade os portuenses, mesmo em finais de Setembro, chuvoso, e pouco convidativo.
Como li, num artigo recente, o Porto está na moda.
"Dansez comme si vous alliez persecuter le paradis... Le paradis, c'est là qu'il se trouve."
Bob Fosse
G-S
20.09.2014
Copyright © 2014-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®
"Dansez comme si vous alliez persecuter le paradis... Le paradis, c'est là qu'il se trouve."
Bob Fosse
G-S
20.09.2014
Copyright © 2014-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®
É bem verdade, «o Porto está na moda».
ResponderEliminarSó desejo que, como (quase) todas as modas, não acabe.
Tudo de bom.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminare ainda bem que assim é.
ResponderEliminareu gosto muito do Porto.
obrigada pela sua visita.
:)
Encho a alma quando aqui regresso!!! Tantas coisas que vale a pena ver com os olhos despertos!!!!
ResponderEliminarPena que a vida cada vez mais nos arraste numa voragem imensa de tempo...
Mas alegro-me de te encontrar aqui, querida "Fragmentos"...deixando notas de partilha que tanto me habituei a gostar. Peço desculpa pelas "ausências" mas tem sido complicado!!!!!
Tudo de bom, SEMPRE!!!!
MC
Pois isso de ser moda é sempre temporário... mas dure enquanto dure, muito bom para a cidade.
ResponderEliminarTudo de bom, 'aflores' !
Para já tem sido excelente. Trouxe mais vivacidade ao centro da cidade.
ResponderEliminarDe nada, Piedade. Passei com muito gosto pelo seu blogue.
:)
Querida MC,
ResponderEliminarFiquei muito feliz com o teu regresso a este meu canto cultural.
Eu compreendo, tudo se vai alterando... e nós também. Também eu escrevo menos.
Assim tu possas e/ou queiras continuar a 'blogar' um pouco por aqui, de vez em quando.
Muito obrigada pelas palavras de amizade.
Tudo de bom, para ti também !
:-)