sexta-feira, 25 de abril de 2014

Dos escritores e dos factos : Gabriel García Márquez








Gabriel García Márquez [1927-2014]

"Poets and beggars, musicians and prophets, warriors and scoundrels, all creatures of that unbridled reality, we have had to ask but little of imagination, for our crucial problem has been a lack of conventional means to render our lives believable,

Gabriel García Márquez, Nobel da Literatura, discurso


Gabriel Garcia Márquez, desaparecido há pouco mais de uma semana. 
Escritor columbiano, deixou uma vasta obra: romances, novelas, crónicas, material jornalístico e uma autobiografia. Mundialmente lido e celebrado, a sua influência na literatura universal foi determinante.

O discurso que leu em Estocolmo quando recebeu o Nobel de Literatura, em 1982, "A solidão da América Latina", tornou-se um texto de referência da sua obra literária.




Cerimónia Entrega Prémio Nobel da Literatura, 1082

Galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1982, Garcia Márquez é um dos mais conceituados escritores de língua espanhola. Mario Vargas Llosa mostrou que as dissidências em vida, não o afastavam da tristeza do momento.

"Morreu um grande escritor cujas obras deram grande difusão e prestígio à literatura da nossa língua", 


Vargas Llosa



Amor em Tempo de Cólera
Edições Dom Quixote

"Gabo" assim carinhosamente tratado no seu país, autor de livros tão famosos como "Cem Anos de Solidão" ou "Amor em Tempo de Cólera", ou Crónica de uma Morte Anunciada.


Amor em Tempo de Cólera foi adaptado ao cinema e passou por cá em 2008.



Garcia Márquez foi muitas vezes apontado como o mais significativo escritor em língua espanhola, depois de Miguel de Cervantes (século XVI) e um dos maiores escritores da literatura contemporânea.




Cem Anos de Solidão

Na verdade, foi o poeta chileno Pablo Neruda que afirmou que "Cem Anos de Solidão" era a maior revelação em língua espanhola desde "Dom Quixote" de Miguel de Cervantes

O 'realismo mágico' da sua escrita, faz com que os seus livros estejam traduzidos em quase todas as línguas.





García Márquez, 1991
Photograph by Ulf Andersen/Getty
Li muitos dos seus livros, se não a maioria. Cem Anos de Solidão ainda na minha adolescência. 
Nenhuma experiência literária é mais rara do que a leitura de um livro que muda a forma como vemos o mundo.

"One Hundred Years of Solitude," Gabriel Garcia Marquez's masterpiece, is unique. Nothing I have ever read conveys as it does the magic underlying the most quotidian events and gives even the most extraordinary occurrences an air of mystical inevitability."

Michael Hiltzik, Los Angeles Times

Interrogado um dia sobre o impacto dos sonhos na sua escrita de 'sonho', Márquez disse que preferia concentrar-se na realidade
"A própria vida é a maior fonte de inspiração", disse ele. "Eu vejo os sonhos como parte da vida em geral, mas a realidade é muito mais rica. 

"Mas talvez", acrescentou, "Eu só tenha sonhos muito pobres."







Garcia Márquez (2007)

Para lá da política e da mitologia, García Márquez nunca deixou de elaborar uma narrativa imensa sobre a morte e solidão.

Sobre o tema da morte. disse um dia " Ce qui me soulage et m'attriste, car il s'agira là de la première expérience que je ne pourrai pas raconter."


Não vou escrever muito mais. Todos leremos artigos, tributos, veremos fotogalerias sobre a perda deste innovidável escritor.


Um dossiê completo dedicado a Garcia Márquez  nas páginas de El Espectador que aconselho.

"Se fue Gabo, pero nos queda el recuerdo y la admiración a todos los colombianos y mexicanos, porque Gabo era mitad colombiano y mexicano, y en América Latina y en el mundo lo admiran”.


 José Gabriel Ortiz


E porque hoje é também dia de celebração...




Mario Cesariny | Postais 25 Abril (2006)
http://www.bnportugal.pt/

Vinte e Cinco de Abril

Este é um poema
com saudade da festa 

Dias de vermelho
de damasco e de riso

Das horas de alegria
e de bandeiras,
de cravos rubros postos no vestido

Este é um poema
feito de memória

(...)

Este é um poema 
de visitar a História

Da revolução o ganho
e também o perdido

Da viagem e do mar
da língua portuguesa
onde na paixão me encontro comigo 

Maria Teresa Horta, 22.04.2014
in Maria Teresa Horta, Página Oficial Facebook



Não sei se andaremos todos com sonhos pobres. Talvez não. A Primavera essa, continua arredada, como se nos quisesse colocar ainda mais nuvens neste dia feito de memórias.

G-S
Fragmentos Culturais
(em jeito de celebração e homenagem)
25.04. 2014
Copyright © 2014-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®

4 comentários:

  1. Celebrar e homenagear, hoje e sempre, enquanto desejamos uma ... Primavera.

    Tudo de bom.

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  2. Postagem "cheia" esta, com destaque mais que merecido para Gabriel Garcia Marquez, mas não só, pois o 25 de Abril está também presente, com um poema de Maria Teresa Horta e um cartaz de Cesariny...

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  3. Garcia Marquez merece mesmo ser homenageado. Escritor, grande !

    A Primavera, é bom celebrar . Tempo luminoso, novo ciclo da terra, flores, tantas tonalidades em volta dos verdes.

    A outra primavera, andamos todos um pouco arredios, desgostosos. Muita coisa acontecendo.

    Tudo de bom, 'aflores' !

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  4. Um pouco sim, João. Quis celebrar (quanto baste) e quis homenagear. Aí sim, deixei correr tudo o que sinto por este escritor. Imenso !

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