Ano Novo
Meia-noite. Fim
de um ano, início
de outro. Olho o céu:
nenhum indício.
Olho o céu:
o abismo vence o
olhar. O mesmo
espantoso silêncio
da Via-Láctea feito
um ectoplasma
sobre a minha cabeça
nada ali indica
que um ano novo começa.
E não começa
nem no céu nem no chão
do planeta:
começa no coração.
Começa como a esperança
de vida melhor
que entre os astros
não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho
estelar
que sonha
(e luta).
Ferreira Gullar, Ano Novo
Fim de ano! Do que mais gosto neste virar do tempo? Da mudança que se espera, que nos renova, começa em forma de esperança nos nossos corações.
"Só o homem é capaz de promover essa mudança porque sonha e …porque luta."
G-S
Fragmentos Culturais
31.12.2022
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fonte: poema via ArtCult