A gala para a entrega dos César 2021, terá então lugar no Olympia, sala mítica de Paris, dia 12 Fevereiro, transmitida em directo no Canal +.
"2020, jamais depuis sa création, le cinéma n'aura été plongé dans une telle obscurité. Pas l'obscurité réconfortante, dépaysante, exaltante, des salles de cinéma. Pas cette obscurité qu'on aime tant, parce qu'elle nous sort de nos vies, de nous-mêmes et nous rassemble, mais l'sobcurité d'une lumière éteinte, d'une porte close, d'un rendez-vous manqué"
Marina Foïs, maîtresse de cérémonie 2021
Assim começa a actriz apresentadora da próxima cerimónia tendo por fundo um tema inesquecível do compositor John Barry, para Out of Africa de Sydney Pollack. O filme que está na memória afectiva cinematográfica de muitos de nós.
Mas um me prendeu de imediato. Paris Calligrammes - a minha ligação literária imediata a Calligrammes (poemas imagéticos) de Guillaume Apollinaire -, um filme documentário de Ulrike Ottinger,realizadora alemã, emblema da avant-garde na Alemanha e e da pop Art. Pretende ser uma homenagem "aux artistes de Paris des annés 60".Evoca entre outros acontecimentos, personalidades e locais. E em especial uma livraria, Calligramme, dirigida por Fritz Picard, onde conheceu (Ottinger tem actualmente 75 anos) avant-gardistes alemães e franceses, ligados à literatura e à arte. Comentado pela voz inconfundível de Fanny Ardant? Hum! Interessa-me bastante, se os cinemas, entretanto não fecharem todos.
Mas não faltam outros filmes que me podem levar de novo ao cinema, entre os nomeados.
"Je ne sais pas si le cinéma vous a manqué, mais vous, vous nous avez manqué terriblement, douloureusement, éperdument",
Marina Foïs, maîtresse de cérémonie 2021
Sabem quanto amo o cinema. E ao ouvir as palavras da actriz "Pas cette obscurité qu'on aime tant, parce qu'elle nous sort de nos vies, de nous-mêmes et nous rassemble, mais l'obscurité d'une lumière éteinte" a melancolia desceu forte em mim!
A falta dessa obscuridade da sala de cinema, o desfilar das imagens, as bandas sonoras, tudo o que nos faz esquecer o que deixamos cá fora. E nos eleva a um mundo de recordações, doces emoções, soltos sorrisos. Um mundo diferente, real tantas vezes, inspirador.
"Face aux difficultés rencontrées par les professionnels du cinéma et de la culture, l’affiche de la 46e Cérémonie des César capture la tendresse avec laquelle nous nous souvenons : de celles et ceux qui nous ont quittés, des moments partagés, de l’amour exacerbé.
"Je fais des films pour réaliser mes rêves d’adolescent, pour me faire du bien et, si possible, faire du bien aux autres."
François Truffaut
François Truffaut teria feito a 6 Janeiro, 89 anos. Nasceu em Paris em 6 de Janeiro de 1932 em Neuilly-sur-Seine, Paris. Foi um dos fundadores do movimento Nouvelle Vague.
A carreira de Truffaut começou na década de 50, como crítico do cinema pós-guerra francês na célebre publicação Cahiers de Cinémaonde, mais tarde, foi editor.
Na sequência, começou a realizar, produzir, e escrever os argumentos, tornando-se um dos cineastas mais inovadores de sua geração.
"Un cinéaste incarne le cinéma français : François Truffaut. Dès Les Quatre Cents Coups, son premier film inspiré de son enfance douloureuse et interprété par le jeune Jean-Pierre Léaud, il remporte un prix au Festival de Cannes et connaît un immense succès public."
Um dos fundadores do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague e um dos maiores ícones da história do cinema do século XX. A ele se deve a 'teoria de autor'. A visão de que o realizador é o 'autor' da sua obra e que grandes realizadores como JeanRenoir ouAlfred Hitchcock têm diferentes estilos e temáticas que impregnam os seus filmes.
François Truffaut
crédits: Eva Sereny, anos 70
via Iconic Images
François Truffaut realizou seu primeiro filme em 1954. Uma curta-metragem Une Visite, filmado em preto-e-branco e 16mm. No mesmo ano, produziu o argumento de À Bout de Souffle/ O Acossado, de Jean-Luc Godard, futuro e aclamado filme deste director.
Truffaut dirigiu 21 filmes, várias curtas-metragens, escreveu centenas de artigos sobre cinema publicados em jornais ou revistas, principalmente, como já escrevemos em Cahiers du cinéma e no semanário Arts, prefácios consagrados em livros de personalidades que admirava ou que o apoiaram - Renoir, Bazin, Welles, Rossellini, Ophuls, Nestor Almendros, Sacha Guitry, Tay Garnett, outros, e o famoso livro de conversas, Le Cinéma selon Alfred Hitchcock (1966). Uma carreira de quase 25 anos.
Temas principais de sua cinematografia: as mulheres, a paixão, e a infância. Além da direcção cinematográfica, ele foi também argumentista, productor e actor por vezes.
Les Quatre Cents Coups/ Os Quatrocentos Golpes é um dos marcos do período inicial de sua carreira. Os seus filmes são uma referência na história do cinema francês e internacional. Sem dúvida.
Gostaria de salientar, por ligação a Victor Hugo, L'Histoire d'Adèle H. Um dos filmes com mais nomeações: 11 prémios, uma nomeação em Le Cesar, Melhor Realizador, várias outras nomeações, entre as quais, a nomeação Melhor Actriz nos Oscars 1976. Um drama biográfico que passa pela história verídica de Adèle Hugo, filha do grande escritor francês, Victor Hugo.
Adèle H., narra a história do amor obsessivo e não correspondido que a jovem Adèle Hugo nutriu por um oficial inglês, o tenente Albert Pinson. Um amor que permaneceu até ao final da sua vida, esse amor não correspondido.
"Nous aurions pu être heureux" "A notre mariage ou à ma mort".
Adèle Hugo, diários
Adèle Hugo/ Adèle à l'ombrelle
photographiée par son frère Charles Hugo en 1853/1854
(maison de Victor Hugo)
Interpretadada porIsabelle Adjani, e no papel de Albert Pinson, o próprioFrançois Truffaut. O filme foi baseado nos Diários de Adèle.
Adèle Hugo (Isabelle Adjani) & Albert Pinson (François Truffaut)
Uma belíssima interpretação de Isabelle Adjani, com 20 anos, muito aplaudida e reconhecida nos festivais de cinema. Nomeada para os Oscars, como Melhor Actriz.
Truffaut par Truffaut, um livro que reúne as principais ideias do próprio Truffaut sobre os seus filmes, sua infância, primeiras memórias do cinema, e principais influências. Um livro fundamentado em documentos pessoais. Inclui também a biografia cronológica completa, filmografia e bibliografia.
Com inúmeros extractos de filmes e de entrevistas, a exposição apresentou ainda desenhos, footogrfias, objectos, livros, argumentos anotados e fatos provenientes em grande parte das collecções da La Cinémathèque française.
"Disparu le 21 octobre 1984 à l’âge de cinquante-deux ans, il a laissé le sentiment d’avoir mené sa vie à toute vitesse, comme pressé par le temps et comme s’il voulait arriver à tout faire tant que cela était encore possible."
Cinémathèque française
François Truffaut
créditos: Autor não identicado
via Pinterest
François Truffautestá entre os realizadores de cinema mais influentes dos últimos 25 anos.
"Sa mort a laissé un goût amer, un sentiment d’inachevé, de mélancolie profonde, pas seulement pour les siens, ses proches, ses actrices et acteurs, et sa « famille du Carrosse".
Cinémathèque française
Cinema tem relação profunda com o bater do coração. Cinema acompanha muitas vezes a vida. Truffaut filmou a vida.