Victoria & Abdul
Judi Dench & Ali Fazal
Stephen Frears, 2017
"God save Judi Dench, protector of tat, defender of bad films and the imperious queen of Stephen Frears’ suspect British costume drama, which screens out of competition at the Venice film festival."
Xan Brooks
É assim que Xan Brooks no The Guardian abre a sua crítica sobre o filme Victoria & Abdul. E não posso estar mais de acordo. Voltarei a este filme mais abaixo.
Bom, de volta ao cinema. Depois de tempos difíceis, procuro, não raras vezes, filmes mais leves ou comédias com interesse real.
Mas, busco, também, filmes baseados em livros ou factos ou pessoas reais. E é este género cinematográfico, denominado biopic (filme biográfico), que me tem levado ao cinema neste último mês.
Mas, busco, também, filmes baseados em livros ou factos ou pessoas reais. E é este género cinematográfico, denominado biopic (filme biográfico), que me tem levado ao cinema neste último mês.
Sempre que posso, lá estou. Perdida em mim, desfazendo-me do quotidiano, em frente a um grande ecrã.
O cinema transmite-me bem estar, intimidade, tranquilidade (sempre que é possível - há alguns espectadores que puxam do smartphone, mesmo no cinema? - mas regra geral, na sessão horária que mais frequento, não são muitos.
Stronger
David Gordon Green, 2017
Começo então com o filme que vi ontem, sábado. Stronger, A Força de Viver (tradução em português).
O filme acompanha Bauman que perde as pernas quando assistia à Boston Marathon para apoiar a sua namorada, a maratonista Erin Hurley (Tatiana Maslany). Bauman tenta adaptar-se à sua nova vida, muma luta diária de sobrevivência emocional e física.
Jeff Bauman & Jake Gyllenhaal
Toronto Film Festival 2017
credits: REUTERS/Fred Thornhill
Stronger foi exibido em Septembro último no Toronto International Film Festival 2017. Tem recebido críticas bastante positivas elogiando a seriedade com que o filme foi realizado.
A interpretação de Gyllenhaal no papel de Jeff Bauman é intensa e bem proporcionada ao drama da vida real que interpreta. Bauman e a mulher Erin Hurley aparecem no final do filme, um pouco ao estilo make-over.
Jeff Bauman & Jake Gyllenhaal
credits: Getty Images
“We have a lot of similarities,” but “the friendship came from asking the hard questions. And we continue to do that together.”
Jake Gyllenhaal
Jake Gyllenhaal é filho do realizador Stephen Gyllenhaal. Lembro da sua interpretação num filme baseado numa saga de vídeojogos, Prince of Persia. Mais tarde, vi-o no drama Brokeback Mountain que foi galardoado com três Oscars.
Aqui, Jake Gyllenhaal interpreta Bauman. O actor que é conotado com alguma excentricidade segundo alguns críticos, neste filme, entrega-se à interpretação empenhada de um homem muito jovem em fase de busca de maturidade e que é apanhado pela vida de uma forma brutal. E penso que consegue passar esse dramatismo no ecrã, quando estabelece um paralelo do esforço único de voltar a andar.
Victoria & Abdul
Stephen Fryers, 2017
Baseado numa história verídica, Victória & Abdul, Victoria e Abdul, de Stephen Frears, (um dos meus favoritos, e de quem já sentia falta), retrata uma amizade improvável durante os últimos anos do extraordinário reinado da Rainha Victória (Judi Dench).
Quando Abdul Karim (Ali Fazal), um jovem súbdito indiano, viaja da Índia para Londres com a missão de entregar um presente à rainha, durante Jubileu de Ouro da Rainha, em 1887 - celebração de 50 anos de domínio sobre o Império Britânico - é surpreendido ao cair nas boas graças da Rainha.
Enquanto a Rainha começa a questionar as constrições do seu já longo cargo, cria-se uma aliança inesperada entre os dois, sendo a lealdade que têm um para com o outro ameaçada tanto pela família como pelo círculo restrito da Rainha.
The emotion between Victoria and Abdul is “why the story is so utterly intriguing,” (...) “It’s not just a feeling of love, but of the delight of being able to be relaxed with somebody without anybody around.”
Judi Dench
Judi Dench, uma excelente actriz que preenche todas as personagens que interpreta com muita qualidade, já havia trabalhado com Frears. Aqui, novamente, desenvolve uma interpretação muito próxma da dramaturgia.
É um filme baseado em factos históricos, contados seguindo uma visão britânica do tempo do colonialismo.
Falta talvez o impulso visual a que Frears nos habituou. Como afirmava Wim Wnders de passagem por Lisboa, para receber o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, os anos passam, e a idade vai alterando o modo como olhamos para as coisas.
Eu gostei imenso. Filme lindíssimo, argumento sólido, espaços de grande beleza cénica, fotografia de muita qualidade.
É um filme baseado em factos históricos, contados seguindo uma visão britânica do tempo do colonialismo.
Falta talvez o impulso visual a que Frears nos habituou. Como afirmava Wim Wnders de passagem por Lisboa, para receber o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural, os anos passam, e a idade vai alterando o modo como olhamos para as coisas.
Eu gostei imenso. Filme lindíssimo, argumento sólido, espaços de grande beleza cénica, fotografia de muita qualidade.
Elis
Hugo Prata, 2016
"'Elis, o filme, está imbuído da alma da cantora e do país que ela amava."
Globo Filmes
Cinebiografia da cantora Elis Regina, Elis é uma apresentação, em estilo muito pessoal e quase intimista, da vida de uma das maiores cantoras do Brasil.
A vida de Elis Regina - indiscutivelmente a maior cantora brasileira de todos os tempos - pelo menos para mim - é contada num ritmo energético e pulsante, bem ao jeito de Elis, a "pimentinha" ardente. Viveu freneticamente. Vida turbulenta. Vida curta.
Elis sinalizou a mudança de estilos de Bossa Nova para MPB. Elis Regina Rapidamente foi reconhecida como a maior voz do Brasil, no seu país e além fronteiras. Uma carreira intercalada de momentos tempestuosos e momentos áureos.
A cantora é interpretada pela actriz Andréia Horta que faz uma colagem brilhante a Elis.
A cantora é interpretada pela actriz Andréia Horta que faz uma colagem brilhante a Elis.
É um filme de saudade. Ouvir a voz de Elis Regina nos seus maiores êxitos na figuração dos seus concertos ao vivo foi um momento de afectos que colamos, muitas vezes, às suas canções. Fascinação continua a ser o meu afecto maior.
O filme salta das tonalidades quase penúmbricas para outras cheias de cor que transmitem os instantes de uma vida agitada de enorme talento.
O filme salta das tonalidades quase penúmbricas para outras cheias de cor que transmitem os instantes de uma vida agitada de enorme talento.
Para quem admira a voz de Elis e continua a ouvir a sua música.
G-S
Fragmentos Culturais
05.11.2017
Copyright © 2017-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®
Excelentes escolhas.
ResponderEliminarTambém gosto muito deste género de filmes, mas confesso que cada vez mais me aborrece ir ao cinema...infelizmente.
Mas, vou conseguindo ver alguns dos filmes que me interessam, no sossego da minha sala.
Grato pela partilha.
Tudo de bom.
Olá 'AFlores'
ResponderEliminarPois eu continuo a gostar muito de ver cinema em sala própria. É outro mundo, outra forma de deixar o quotidiano para trás.
Mas gostos e opções respeitam-se :-) e eu aceito a tua opção.
Espero que estejas bem!
Tudo de bom.
(grata eu pela amizade de continuares a vir até 'fragmentos')
Sem dúvida três filmes que valerão a pena ver. Infelizmente o tempo não tem sido muito e por isso tenho visto poucos. Aqueles que se conseguem intercalar com a vida do dia-a-dia, uma ou outra série e páginas de livros.
ResponderEliminarOlá 'Fragmentos Repartidos'
ResponderEliminarSão filmes que valem mesmo a pena, pelas características autobiográfica e pelas interpretações dos actores, algumas de grande relevo.
Quem sabe se já conseguiste ver algum?
Pois, os livros... outra das minhas paixões :-)
Tudo de bom !