domingo, 30 de janeiro de 2011

Joanna Newsom, poética!



Joanna Newsom/ Casa da Musica
Foto: Carina Guilherme

Harpista, pianista, cantora e compositora, Joanna Newsom é uma das mais talentosas artistas indie da nova geração.

Veio à Casa da Música, no dia 24 Janeiro 2011, apresentar o novo álbum, Have one on Me, já considerado um dos melhores do ano.


Joanna Newsom, californiana, editou em 2004 o primeiro longa duração, The Milk-Eyed Mender e foi com The Book of Right-on,  tema desse mesmo trabalho, que iniciou o seu concerto na sala Suggia


A sua voz remeteu-me de imediato para Kate Bush (profunda influência), mais tímida, menos segura. Mas o que mais me envolveu, do princípio ao fim do concerto, foi a  destreza no dedilhar da harpa! 





Joanna Newsom/ Casa da Musica
Foto Paulo Pimenta

Solta, com uma figura muito luminosa, (cabelos bem loiros e um vestido cor-de-fogo suave), demonstrou grande sensibilidade neste instrumento que não é tão usual assim. Dedilhava-o com uma agilidade técnica quase irreal, soltando a sua musicalidade arrojada! 


A sala Suggia encheu-se de sonoridades medievais, muito próximas da música celta, num registo inovador, entrelaçado nos vários elementos do quinteto musical que a acompanhou! Excelente. Ryan Francesconi, o multifacetado músico, e Neal Morgan, com quem gravou o mais recente trabalho. 

Da harpa para o piano (menos bem), Joanna Newsom dividiu-se entre a pureza da expressão, a excentricidade dos gestos, a simpatia transparente, numa ligação muito fresca com o público.

A sua voz reúne pouco consenso, porém, este seu o terceiro disco, lançado no ano passado e pretexto para esta mini digressão em Portugal (Casa da Música, CCB, Teatro Aveirense) tem sido presença constante nas listas de melhores discos do ano.



Joanna Newsom/ Casa da Musica
Foto: Paulo Pimenta

Todos nós, nessa noite, saímos plenamente convencidos! Joanna Newsom é uma nova referência  na música folk mesclada de música medieval europeia.

Com um universo imagético e sonoro associado a lendas folk, mostrou em palco a evolução da sua sonoridade e a complexidade dos arranjos dos temas (Ryan Francesconi).

Como encore, 'On a Good Day', Newsom sozinha em palco com a sua lindíssima harpa, e 'Baby Birch'. Mágica (não andasse ela envolta em lendas medievais) e encantadora.

No final do concerto, Joanna Newsom compreendeu facilmente que já é uma cantora de culto entre o público português.

A 1ª parte esteve com o 'troubadour' escocês Alasdair Roberts que não conseguiu convencer muito a sala! Mas foi corajoso.

Deixo a  actuação 'live' de Newsom no show de Jools Holland.






G-S

Fragmentos Culturais

30.01.2011
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Créditos: Fotografias

Carina Guilherme

Paulo Pimenta


2 comentários:

  1. Fiquei um pouco decepcionado com o vídeo; depois de ler o teu entusiasmo, talvez por desconhecer em absoluto Joanna Newsom e ainda por gostar muito do som da harpa, esperava algo mais: o instrumento musical por vezes quase se apaga perante a sua voz, que não é famosa.
    preciso de ver algo mais dela para opinar melhor...

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  2. ... o vídeo não transmite toda a plenitude instrumental que se viveu durante o concerto na Casa da Música, 'pinguim'!

    Aqui, Joanna Newsom toca a solo!

    Acredita que a considero uma excelente harpista! Pude vê-la de bem perto! Nem se preocupa em olhar para as cordas que dedilha com desenvoltura.

    E depois, trata-se de um som medieval, em que o instrumento era apenas tangido como acompanhamento da voz!

    Quanto à voz! Não escrevi que ela tem boa voz (longe disso)! Referi que as suas inspirações' passariam por Kate Bush, mas sem a segurança/beleza tímbrica e melódica que caracteriza Bush.

    No início, via-a mais como uma seguidora de Lisa Ekdhal (que só canta bem em estúdio, ao vivo é uma decepção). Mas Joanna Newsom tem uma abertura tímbrica mais vasta do que Ekdahl, embora pouco 'apurada'...

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