Parque de Serralves
http://www.serralves.com
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"Serralves é uma referência singular no património da paisagem em Portugal, sintetizando e simbolizando uma aprendizagem e um conhecimento das condições de transformação do território, no espaço e no tempo, num contexto cultural: Portugal e os séculos XIX e XX."
Fundação Serralves
De volta à cidade, seduziu-me a ideia de um final de tarde cultural, num ambiente bem paradisíaco: Serralves!
Meu santuário de serenos prazeres! Ler, aspirar o silêncio, encher meus olhos daqueles tons de verde matizados que tanto suavizam alguns dos dias do ano mais stressantes.Procuro Serralves para me por em paz com a cidade barulhenta, confusa e cada vez mais bárbara.
Mas não só! Junto outro aspecto que muito me atrai! A arte! Digamos que fruo no mesmo espaço de duas contemplações estéticas! A arte da paisagem e a arte dos espaços por onde prepassa sempre uma aragem contemporânea da arte que se vai recriando a nível mundial.
Nem sempre estou em consonância com o que vejo. Mas, pelo menos, aprecio as tendências actuais e discirno entre as provocações e o que me agrada profundamente!
Um 'banho de arte' é sempre um banho de arte! É como partir para um país em busca de um 'banho de língua'. Regressa-se sempre mais enriquecido.
Bem, mas estava a discorrer que fugi dos lugares buliçosos onde as pessoas se concentram, para plena agonia de uma citadina pacata, e dirigi-me a Serralves em busca de serenidade e com um programa previamente estudado: duas exposições!
Serralves - A Colecção
Daniel Buren Livros e outras Publicações
Meu santuário de serenos prazeres! Ler, aspirar o silêncio, encher meus olhos daqueles tons de verde matizados que tanto suavizam alguns dos dias do ano mais stressantes.Procuro Serralves para me por em paz com a cidade barulhenta, confusa e cada vez mais bárbara.
Mas não só! Junto outro aspecto que muito me atrai! A arte! Digamos que fruo no mesmo espaço de duas contemplações estéticas! A arte da paisagem e a arte dos espaços por onde prepassa sempre uma aragem contemporânea da arte que se vai recriando a nível mundial.
Nem sempre estou em consonância com o que vejo. Mas, pelo menos, aprecio as tendências actuais e discirno entre as provocações e o que me agrada profundamente!
Um 'banho de arte' é sempre um banho de arte! É como partir para um país em busca de um 'banho de língua'. Regressa-se sempre mais enriquecido.
Bem, mas estava a discorrer que fugi dos lugares buliçosos onde as pessoas se concentram, para plena agonia de uma citadina pacata, e dirigi-me a Serralves em busca de serenidade e com um programa previamente estudado: duas exposições!
Serralves - A Colecção
Daniel Buren Livros e outras Publicações
"Esta exposição da Colecção da Fundação de Serralves apresenta um balanço do trabalho desenvolvido com o acervo ao longo desta última década. Ocupando todo o Museu e o Parque, esta exposição apresenta obras maiores, representativas quer do núcleo histórico da Colecção (abrangente das décadas de 60 e de 70) quer das constelações de artistas identificáveis no acervo desde a década de 80 até à actualidade."
Fundação de Serralves
Devo dizer que a exposição me atraía pela visibilidade dada a algumas obras que até então não eram conhecidas do público. Esperava portanto poder admirar algumas das novidades do acervo do Centro de Arte Contemporânea.
Eram mais ou menos dezassete horas e trinta minutos quando aparquei perto da entrada. Peguei num dos livros que sempre me acompanham e dirigi-me com tranquilidade à Recepção.
Dois colaboradores de Serralves, vestidos de negro, comodamente sentados, olhavam as poucas pessoas que entravam. Aliás, apenas um jovem casal de língua inglesa e eu acabávamos de passar o limiar da porta. Estranho, pensei.
Um deles, solícito, levantou-se para acolher o par de turistas, por sinal bem interessado, enquanto o outro, permaneceu sentado, já que tinha diante de si uma 'turista' nacional!
Fundação de Serralves
Devo dizer que a exposição me atraía pela visibilidade dada a algumas obras que até então não eram conhecidas do público. Esperava portanto poder admirar algumas das novidades do acervo do Centro de Arte Contemporânea.
Eram mais ou menos dezassete horas e trinta minutos quando aparquei perto da entrada. Peguei num dos livros que sempre me acompanham e dirigi-me com tranquilidade à Recepção.
Dois colaboradores de Serralves, vestidos de negro, comodamente sentados, olhavam as poucas pessoas que entravam. Aliás, apenas um jovem casal de língua inglesa e eu acabávamos de passar o limiar da porta. Estranho, pensei.
Um deles, solícito, levantou-se para acolher o par de turistas, por sinal bem interessado, enquanto o outro, permaneceu sentado, já que tinha diante de si uma 'turista' nacional!
"Tanto nas suas intervenções destinadas a um espaço específico como nos seus livros, Daniel Buren cria obras in situ. Nos seus trabalhos usa tiras coloridas de 8,7 centímetros de largura, unidade a que chama a sua “ferramenta”. Os seus livros, obras completamente independentes, podem conter textos ou “fotografias-recordações”. [...] A recente aquisição pelo museu de Du vélum au volume e Passages, duas das suas obras/publicações mais importantes, tornou a colecção da Biblioteca Serralves uma das mais completas no que toca a livros de Daniel Buren."
Fundação de Serralves
Livros! E cá estou eu de volta desses objectos de culto que são para mim os livros! Esse constante encantamento que me acompanha!
Ora, como estão a ver, o meu final de tarde cultural era promissor! Já antevia com agrado novas paisagens no meu universo estético-literário!
Pedi então um ingresso ao colaborador que permanecia bem sentado. Este olhou para mim com aquele ar que todos conhecemos e respondeu-me secamente que as exposições se encontravam encerradas.
Perguntei qual o motivo. Piorou. Aí disse, com o tal ar de superior provincianismo, que as mesmas encerravam às dezassete horas e que se bem reparara já eram dezoito horas.
Atónita olhei-o e olhei em volta. Será que me tinha enganado no espaço? Será que me encontrava numa daquelas instituições de serviços aos utentes?
Como se a minha incredulidade tivesse a ver com a não compreensão da sua 'complexa' mensagem, agastado, propunha-se repeti-la!! Cortei com um obrigadagra gracioso.
O casal inglês e eu entreolhámo-nos, sem compreender muito bem! Um museu que se quer contemporâneo e onde se busca arte contemporânea, em horário não contemporâneo? E em pleno mês de Agosto?
O olhar fugiu-me para outras paisagens. Um passeio, ao princípio da noite, em Roma, depois de três dias de intenso trabalho. Saíra agora sim à descoberta de algumas das artérias mais interessantes da cidade, nas poucas horas que me restavam, antes do voo de regresso.
Em plena Via Condotti, junto à belíssima Scalinata della Trinità dei Monti que dá sobre a Piazza di Spagna, lojas, cafés, galerias de arte, e até a Chiesa della Ss.Trinità dei Monti, onde me acolhi por instantes, tudo estavam aberto ao público! Eram vinte horas. Assim se mantiveram, mesmo quando abandonei o centro da cidade e me dirigi para o hotel. Divagava.
Bom! Mas voltemos a Serralves. O casal viu-se na parca escolha de um apressado passeio pelo Parque. Um dos mais belos sítios da cidade para ser visitado com tempo e tranquilidade.
Eu subi à agradável esplanada, no primeiro piso. Parece poisada na paisagem, disposta a saborear os últimos raios de sol da tarde, lendo um pouco. Felizmente que trouxera comigo o livro.
Mas, para má fortuna, o local estava cheio e barulhento! É óbvio! Voltei ao interior, e escolhi um espacinho bem colado ao verde que se desfruta da enorme janela rectangular, rasgada sobre o verde do Parque, situada no Restaurante. Pedi um café e reabri o livro.
Entre a paisagem natural e a as páginas que percorria, meu olhar passeou-se sereno, naquele final de tarde que se abatia lentamente sobre o parque de Serralves. Lindíssimo, o entardecer!
Permaneci ainda alguns largos minutos, até que desci para passar pela Livraria. Um espaço sempre bonito porque coberto de livros!
Aí se podem apreciar algumas das principais publicações de Serralves e outras edições que tanto agradam aos que gostam destas coisas ligadas à arte e aos livros.
Fundação de Serralves
Livros! E cá estou eu de volta desses objectos de culto que são para mim os livros! Esse constante encantamento que me acompanha!
Ora, como estão a ver, o meu final de tarde cultural era promissor! Já antevia com agrado novas paisagens no meu universo estético-literário!
Pedi então um ingresso ao colaborador que permanecia bem sentado. Este olhou para mim com aquele ar que todos conhecemos e respondeu-me secamente que as exposições se encontravam encerradas.
Perguntei qual o motivo. Piorou. Aí disse, com o tal ar de superior provincianismo, que as mesmas encerravam às dezassete horas e que se bem reparara já eram dezoito horas.
Atónita olhei-o e olhei em volta. Será que me tinha enganado no espaço? Será que me encontrava numa daquelas instituições de serviços aos utentes?
Como se a minha incredulidade tivesse a ver com a não compreensão da sua 'complexa' mensagem, agastado, propunha-se repeti-la!! Cortei com um obrigadagra gracioso.
O casal inglês e eu entreolhámo-nos, sem compreender muito bem! Um museu que se quer contemporâneo e onde se busca arte contemporânea, em horário não contemporâneo? E em pleno mês de Agosto?
O olhar fugiu-me para outras paisagens. Um passeio, ao princípio da noite, em Roma, depois de três dias de intenso trabalho. Saíra agora sim à descoberta de algumas das artérias mais interessantes da cidade, nas poucas horas que me restavam, antes do voo de regresso.
Scalinata della Trinità dei Monti/ Roma
créditos: Autor não identificado
Em plena Via Condotti, junto à belíssima Scalinata della Trinità dei Monti que dá sobre a Piazza di Spagna, lojas, cafés, galerias de arte, e até a Chiesa della Ss.Trinità dei Monti, onde me acolhi por instantes, tudo estavam aberto ao público! Eram vinte horas. Assim se mantiveram, mesmo quando abandonei o centro da cidade e me dirigi para o hotel. Divagava.
Bom! Mas voltemos a Serralves. O casal viu-se na parca escolha de um apressado passeio pelo Parque. Um dos mais belos sítios da cidade para ser visitado com tempo e tranquilidade.
Eu subi à agradável esplanada, no primeiro piso. Parece poisada na paisagem, disposta a saborear os últimos raios de sol da tarde, lendo um pouco. Felizmente que trouxera comigo o livro.
Mas, para má fortuna, o local estava cheio e barulhento! É óbvio! Voltei ao interior, e escolhi um espacinho bem colado ao verde que se desfruta da enorme janela rectangular, rasgada sobre o verde do Parque, situada no Restaurante. Pedi um café e reabri o livro.
Restaurante piso superior/ Serralves
créditos: Serralves
Permaneci ainda alguns largos minutos, até que desci para passar pela Livraria. Um espaço sempre bonito porque coberto de livros!
Aí se podem apreciar algumas das principais publicações de Serralves e outras edições que tanto agradam aos que gostam destas coisas ligadas à arte e aos livros.
Livraria de Serralves
http://www.serralves.com
G-S
Vazia! Aprestava-me a olhar cuidadosamente alguns livros, quando fui informada que todos os espaços encerravam às dezanove horas! Dezanove horas? Hora comercial.
Sem comentar, saí e dirigi-me para o portão. Não sem antes pegar no 'Jornal Serralves' para, finalmente, fruir da minha tarde cultural, lendo-o!
Logo na página 2 estava escrito:
No ano em que se comemoram os 20 anos da criação da Fundação de Serralves (1989) os 10 anos da inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Serralves (1999), o Museu apresenta a sua Colecção (...)
(transcrição)
Serralves, número 23, Jul/Set 2009, página 2, 1º parágrafo (início)
Será este o melhor caminho para os celebrar? Questionei-me.
Sem comentar, saí e dirigi-me para o portão. Não sem antes pegar no 'Jornal Serralves' para, finalmente, fruir da minha tarde cultural, lendo-o!
Logo na página 2 estava escrito:
No ano em que se comemoram os 20 anos da criação da Fundação de Serralves (1989) os 10 anos da inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Serralves (1999), o Museu apresenta a sua Colecção (...)
(transcrição)
Serralves, número 23, Jul/Set 2009, página 2, 1º parágrafo (início)
Será este o melhor caminho para os celebrar? Questionei-me.
Fragmentos Culturais
19.08.2009
Copyright © 2009-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®
Claro que com este horário não serão de certo as comemorações que nós,os que gostamos desse espaço e de outros semelhantes, desejamos.A cultura não pode ter horário comercial.Não haverá possibilidade de o alargar com a compensação pecuniária a que os funcionários têm direito?
ResponderEliminarMais um post cheio de tudo como gosto.
Bem-hajas, amiga!
Beijinhos
FRAGMENTOS,
ResponderEliminar"estamos em Portugal!"...mesmo em Serralves!!!
Infelizmente neste cantinho dito "à beira-mar plantado" a consciência cultural nem sempre é a melhor...
Mas, apesar de todos os "acidentes" ainda bem que o final de tarde foi glorioso!!!!
E, de repente,dá vontade de ir procurar essa serenidade e esse verde da mãe natureza!!!!
"Brigados" por mais esta partilha.
Gostei muito de visitar este espaço... foi uma descoberta agradável.
ResponderEliminarPArabéns
Luis
deliciosa descrição. imagina(m)-se a(s)cena(s)...
ResponderEliminarhá já algum tempo que não visito Serralves. vai sendo tempo - a tua "mostra" abriu o apetite...
beijo
Posso dizer, que também já passei pela experiência de "um agradável dia em Serralves" igual ao teu.
ResponderEliminarPrometi a mim mesmo, que enquanto me lembrar desse "fantástico momento", não voltarei lá.
Verifico que é mais importante para a cidade, ter bares(?)abertos até as 6 da manhã.
Enfim...políticas culturais.
Tudo de bom;)
Olá 'Isamar'
ResponderEliminarConfesso que fui 'apanhada de surpresa'! Serralves é um ponto de cruzamento de muitos visitantes: nacionais e internacionais como é óbvio e merecido!
O mês de Agosto na cidade é imensamente pobre em termos de ofertas culturais. Deste modo, fica mais difícil!
Não sei qual a 'política' de contenção de Serralves... mas que assim não alicia, não!
Um beijo,
... sensibilizada pelo olhar amistoso!
... como tenho que te dar razão, 'Avelaneira'!! Portugal é mesmo assim :(
ResponderEliminarE, no entanto, museus oficiais e bem mais tradicionais estão abrindo portas à noite, em Lisboa! Como se faz em muitas cidades, em outros países!
Consciência cultural pode 'aprender-se'!
E os que já a têm, vêem-se 'naufragados' no marasmo... neste mês de Agosto.
Verdade! Contra tudo e todos, o final de tarde foi bem sereno naquele 'banho' de verde, entre as páginas de um livro!
Sensibilizada pela 'presença' amiga em 'fragmentos'!
Excelente fim-de-semana!
Um beijo,
Foi um prazer tê-lo no meu espaço, 'Luis F.' !
ResponderEliminarGostaria que voltasse...
Sensibilizada pela 'presença' delicada!
... será que foi uma 'crónica' tão pictórica assim ;)
ResponderEliminarPode[m] mesmo imaginar-se, a[s] cena[s]!
É tempo de voltares a Serralves, 'Herético'! Afinal, é um espaço lindíssimo!
Um beijo
... sempre atento e amistoso! Sensibilizada!
... também, 'aflores'!?
ResponderEliminarNão é bom para Serralves! É que já há muitas pessoas a terem este 'tipo de experiência'! E a simpatia não está a primar por parte de uns tantos dos seus colaboradores...
Afinal, trata-se de uma 'Fundação'! Convenhamos...
Lembro que a 'Casa da Música' passou por momentos semelhantes! Mas está agora muito mais sensível ao público que a frequenta! E isso cai bem! São espaços de cultura!
Quanto aos horários dos bares, nem comento... embora compreenda que têm que haver espaços para todo o tipo de gostos.
Tudo de bom para ti também!
Um excelente fim-de-semana que se apresenta promissor :)
Afinal, o verão chegou...
Agradável passeio este que fiz por aqui, voltarei.
ResponderEliminarbjs
... ainda bem, 'Lilá(s)! Espero voltar a lê-la!
ResponderEliminarFoi um prazer!
Um beijo,
Serralves é realmente um local encantador, mas está em Portugal... nunca nos podemos esquecer disso, e Portugal está sempre de costas voltadas para a arte e as letras... infelizmente. É este o País que temos...
ResponderEliminarBjo.