domingo, 17 de fevereiro de 2008

Guilhermina Suggia : Homenagem a uma das maiores violoncelistas !





Guilhermina Suggia (1923)
Augustus Edwin John, 1878-1961
Tate Gallery
https://en.wikipedia.org/

The "Queen of Cellists," Guilhermina Suggia (1885-1950) was one of the first women to make a professional career of playing the cello. From obscure beginnings in Porto, Portugual, she rose to pre-eminence on the concert stage and was hailed as one of the greatest performing artists of her day. Suggia is a legendary figure in musical history legendary in the sense that, while many stories are told about her, few of the facts of her life are widely known.

Anita Mercier, The Juilliard Journal Online, Vol XVII, N. 6. March 2002 

Guilhermina Suggia nasceu no dia 27 de Junho de 1885 no Porto. O pai, Augusto Suggia, era violoncelista, e aos 5 anos Guilhermina pediu-lhe que a ensinasse a tocar.

Aos 12 anos recebeu um convite para integrar o Quarteto Moreira de Sá. E com 13 anos foi chefe do naipe de violoncelos da Orquestra do Orpheon Portuense.

Foi a primeira mulher a fazer uma carreira a solo com um instrumento que era, predominantemente, tocado por homens: o violoncelo. 




Guilhermina Suggia
esboço Augustus Edwin John

Com uma vida intensamente dedicada à sua arte, aclamada em todos os grandes centros musicais, foi uma das intérpretes mais importantes, a nível mundial, da primeira metade do século XX. 

A genialidade do seu talento, mundialmente aclamado pelo público e pela crítica, abriu-lhe as portas de todas as grandes salas de concertos. Uma carreira artística de que a imprensa fez eco. 





Guilhermina Suggia
Afonso Vargas: "Guilhermina Suggia". Arte Musical, n.º 104, 
1 de Maio de 1903, pp. 86 e 87

Guilhermina Suggia (1885-1950) iniciou a sua carreira internacional aos 17 anos. Foi considerada uma violoncelista genial, equiparando-se aos melhores intérpretes do seu tempo, nomeadamente Pablo Casals com quem viveu entre 1906 e 1913.

Tocaram juntos em muitos concertos
pelo puro amor de tocar, sem pensar em programas de concerto ou horários, em empresários, bilheteiras, audiências, críticos de música. Apenas nós e a música- lembrou Casals mais tarde. 





Guilhermina Suggia
créditos: Autor não identificado

"In the first of our series focusing on female string players of the 19th and 20th centuries, we introduce cellist Guilhermina Suggia, who broke the taboo against women playing the cello."

Alessandra Barabaschi, in Tarisio

Tocou em toda a Europa. Londres foi o centro da sua brilhante actividade musical e sua segunda pátria, mas morreu em Portugal.

“A técnica é necessária como veículo de expressão e quanto mais perfeita a técnica, mais livre fica a mente para interpretar as ideias que animaram o compositor”.

Guilhermina Suggia, The Violoncello” in Music and Letters,
nº 2, vol. I, Londres, Abril 1920, 106





Esboço para Quadro 
Augustus Edwin John,1923

Dizem que transformou o violoncelo, um instrumento musical "masculino" numa arma de sedução feminina.

When Suggia was born, the cello was considered a "masculine" instrument; both the "ungainly" posture required to play it and the imposing sonority of the instrument rendered it inappropriate for proper young ladies. (Only one professional female cellist is known from the first half of the 19th century: Lisa Cristiani [or Christiani], born in Paris in 1827. Mendelssohn dedicated his Song Without Words, Op. 109, to her.) When Suggia died, largely because of her example, no one could question the place of female cellists in the musical world. Suggia was a rare revolutionary who made breaking all the rules look elegant and easy.

Anita Mercier, The Juilliard Journal Online, Vol XVII, N. 6. March 2002






Entre 22-24 de Fevereiro 2008, a Casa da Música celebra o legado artístico da maior violoncelista portuguesa do século XX e uma das mais aclamadas no seu tempo na Europa.

Infelizmente, Suggia fez muito poucas gravações. Daí que só possamos ouvir uma ínfima parte da magnitude da sua arte. A
penas pela leitura de críticas da época.





Sunday Times, 12 de Novembro de 1924:

“Ela alcança provavelmente o seu melhor nas Suites de Bach, onde nenhum conjunto de sons orquestrais ou de piano vêm escurecer a insuperável beleza do seu tom. Tem-se dito acerca dela que consegue fazer vibrar a sua audiência através da mera execução de uma vulgar escala, o que dificilmente constitui um exagero”.






Memórias e Recordações
Madalena Sá e Costa, 2008
Madalena Moreira de Sá e Costa, discípula de Suggia e de Casals, continuadora no Conservatório do Porto da sua grande escola, irá lançar o livro Memórias Recordações no dia 24.02.2008, pelas 18 horas na Sala 2 da Casa da Música.


G-S

Fragmentos musicais, Rostropovich plays Bach, Prelude from Cello's Suite n.1

17.02.2008
actualizado 27.06.2021

Copyright © 2008-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®


16 comentários:

  1. Deixo aqui publicamente uma vez mais a minha ignorância, não conhecia, está longe das áreas por onde eu ando.

    Deixo apenas um aplauso em pé a mais um grande momento cultural e informativo que aqui deixou.

    de um fã,
    Tiago.

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  2. A "menina" merecia que alguém lhe fizesse uma avença pela excelente divulgação cultural que faz neste espaço.
    Muito bem e bem lembrada uma das nossas expoentes maiores da música dita clássica ou erudita.

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  3. Afinal a sala Suggia na casa da música vinha de algum lado...Ainda pensei que fosse inventado:D

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  4. Na realidade, Tiago, continua muito atento ao que vou publicando em 'fragmentos'! Só posso e devo agradecer...

    Confesso que seria um 'crime' cultural não publicitar esta homenagem que a 'Casa da Música' faz a uma concertista como Suggia, tão aclamada na Europa do seu tempo... e tão esquecida no panorama musical português :(

    É merecidíssimo este destaque!

    Mais uma vez, sensibilizada pelo olhar aqui em 'fragmentos'!

    Um beijo,

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  5. 'A "menina"... fez-me lembrar um programa de jazz do José Duarte :)

    ... a propósito, adoro jazz!

    Sim, Suggia é uma referência internacional famosa!
    Até fui encontrar, como leu, um artigo de fundo na mais importante escola de música erudita norte-americana: a 'Juilliard School', em Nova Iorque!

    Aqui em Portugal, até o Conservatório 'quase' esquece ou ignora [?!] o fantástico e precioso legado de Suggia!

    Sensibilizada, mais uma vez, pelo olhar em 'fragmentos'!

    Um beijo,

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  6. Não acredito, 'Dark_'!! Acho que estás mesmo 'scherzando' :)

    Sensibilizada pelo olhar em 'fragmentos'! Espero ler-te, mais vezes...

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  7. Nem eu esperava que a "menina" não gostasse de jazz ...

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  8. EXCELENTE HOMENAGEM!!!!!!!

    Precisamos não esquecer estas memórias colectivas!!!
    BRIGADOS!!!!

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  9. Apenas a conhecia pelo que já tinha lido por alguns lados. Bem pensado o colocar aqui Rostropovich, e o violino.
    Foi a minha 1ª incursão neste blog onde penso voltar com mais tempo.
    Cumps

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  10. Passeia qui um momento fantástico. Gostei muito e hei-de voltar. Obrigado.

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  11. Sem dúvida, 'Avelaneira'... sobretudo valores como este!

    Sensibilizada, mais uma vez, pelo olhar em 'fragmentos'! Lamento só hoje responder.

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  12. Parece que o violoncelo 'Montagnama' que Suggia legou ao Conservatório do Porto pode ser de novo ouvido... segundo li!

    Pensei em deixar aqui Casals por todas as referências conhecidas, mas a interpretação de Rostropovich 'tocou-me' mais de perto, 'Guardião'!

    Sensibilizada pelo olhar em 'fragmentos'! Espero lê-lo, mais vezes...

    Cumprimentos

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  13. Sensibilizada pelo olhar em 'fragmentos'!

    Espero lê-lo de novo, , Rui Caetano...

    Um abraço

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  14. Por vezes, encontrámo-nos afastados de eventos de grande interesse, é verdade 'Outonodesconhecido'!

    Sensibilizada, mais uma vez, pelo olhar em 'fragmentos'! Lamento só hoje responder.

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