Nobel Academy
E hoje foi o dia da atribuído do Prémio Nobel da Literatura 2012. Mais uma vez, surpreendente. Não foi o caso de Mario Vargas Llosa (2010). Mas, depois de Herta Muller (2009), temos então Mo Yan (China):
"who with hallucinatory realism merges folk tales, history and the contemporary".
Mo Yan (2009)
Mo Yan, conhecido desde 2004 como o 'Gabriel Garcia Márquez chinês', fazia parte da lista dos possíveis laureados. Mas o favorito era sem dúvida Haruki Murakami, um autor que adoro ler, e de quem já falei em Livros em atenta sugestão. A sua última obra 1Q84 (saga em três volumes) continua a ser um sucesso mundial.
Mas voltemos a Mo Yan. Sua fonte de inspiração? A sua própria vida, da pobre aldeia de Shandong aos 'faubourgs' de Pequim, bem como as recordações de seu avô, o que lhe permitiu escrever a grande saga chinesa do século XX.
Em Portugal, só um livro está traduzido "Grandes seios, largas ancas" (Ulisseia). Não se encontra, porém, nas livrarias (esgotado). É em França que está mais divulgado, sendo publicado pelas edições Seuil.
MO Yan, Beaux seins belles fesses
2004
Publicado na China em 1995, foi de imediato censurado, o que não impediu de vender 200 000 exemplares, sem contar com as cópias pirateadas e a publicação do livro online.
O escritor disse sentir-se 'feliz' pelo seu Nobel de Literatura e prometeu 'empenhar-se na sua 'escrita'.
"Je veux m'investir encore pour remercier tout le monde"
Mo Yan, agence Nouvelles de Chine
Um artigo muito completo, com particularidades interessantes poderá ser lido no Le Point aqui
Também esta semana, dia 9 Outubro, foram revelados os Prémios da Literatura da União Europeia 2012
"Com este prémio anual, que já vai na quarta edição, a UE pretende apoiar os autores europeus. Mas a UE também apoia os seus autores de outras formas, nomeadamente investindo 3 milhões de euros por ano na tradução de algumas das melhores obras literárias europeias com vista a torná-las mais acessíveis aos leitores e a divulgá-las junto de um público mais lato."
Foi com muita alegria que vi o nome de um escritor português entre os doze vencedores da edição de 2012:
Quetzal
Afonso Cruz (Portugal) pela obra A Boneca de Kokoschka, uma história sobre a amizade e a identidade.
"O pintor Oskar Kokoschka estava tão apaixonado por Alma Mahler que, quando a relação acabou, mandou construir uma boneca, de tamanho real, com todos os pormenores da sua amada. A carta à fabricante de marionetas, que era acompanhada de vários desenhos com indicações para o seu fabrico, incluía quais as rugas da pele que ele achava imprescindíveis. Kokoschka, longe de esconder a sua paixão, passeava a boneca pela cidade e levava-a à ópera. Mas um dia, farto dela, partiu-lhe uma garrafa de vinho tinto na cabeça e a boneca foi para o lixo. Foi a partir daí que ela se tornou fundamental para o destino de várias pessoas que sobreviveram às quatro mil toneladas de bombas que caíram em Dresden durante a Segunda Guerra Mundial."
blogue do autor
Este não é o primeiro prémio atribuído ao escritor. As obras “Enciclopédia da Estória Universal”, “Os Livros Que Devoraram o Meu Pai” e “A Contradição Humana” também foram reconhecidas por outras distinções literárias. Para além de escritor, Afonso Cruz é ilustrador e músico.
Eis-me então de volta a este espaço, depois de algum distanciamento que se prendeu com a vida para além destas páginas. E logo com o tema que me apaixona - Livros.
G-S
Fragmentos Culturais
11.10.2012
Copyright © 2012-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®
Referências | References:
The Nobe Prize in Litterature 2012
Mo Yan, l'homme qui ne devait pas parler
Europa recompensa o talento literário
Afonso Cruz | Livro: A Boneca de Kokoschka
Um regresso em pleno.
ResponderEliminarContinuemos então com esta partilha de conhecimento.
Tudo de bom.
;)
Vamos lá tentar conhecer este senhor oriental.
ResponderEliminarAbraço
No Nobel da Literatura, raramente ganham os favoritos...
ResponderEliminargosto de seguir os teus comentarios, sempre enriquecedores...
ResponderEliminarbeijos
Sempre em cheio este fragmentos!
ResponderEliminarBjs
.
ResponderEliminar.
. desta vez . não gostei da escolha . para o nobel da literatura . mas . quem sou eu .
.
. grato pela ampla explanação . sobre um tema que nos move . e que nunca nos de.move .
.
. um beijo meu .
.
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Para agradecer e retribuir a simpatia sempre expressa nos comentários.
ResponderEliminarAproveito para informar que lá no meu cantinho, vou fechando os comentários únicamente ao spam ;):)
Tudo de bom!
Obrigada 'aflores' ! Assim, tentarei...
ResponderEliminarBoa semana!
Tudo de bom!
Bom. não sei se já começaste a cohecer|ler Mo Yan (penso que já está nas livrarias, ou se não chegou, deve estar por muito parto. Já vi imagens da impressão.
ResponderEliminarNão sei... só depois de folhear, atentamente.
Mas ainda não passei pela livraria esta semana...
Abraço
É verdade, João :-(
ResponderEliminarE o favorito era, sem dúvida, Haruki Murakami.
Foi um espanto para muitos esta derrota.
Para outros uma escolha 'política'...
Muito bom ver-te de volta!
Fazes-me corar, 'Herético' ^-^
ResponderEliminarOs meus comentários passam pelo modo como me comentam...
Um beijo.
E tu sempre amiga, 'Lilà(s)!
ResponderEliminarEstás bem?
Um beijo.
Já somos dois, 'Intemporal'... não tenho nada contra, mas parece que houve interesses que se afastam do verdadeiro sentido deste Nobel.
ResponderEliminarAinda não li nada, estou à espera de folhear... mas adoraria que Murakami tivesse sido o laureado.
Não tens que agradecer... eu própria não conhecia, e quis aprofundar...
Literatura e Música :-)
Beijo,
Não há que agradecer, 'aflores' !
ResponderEliminarOh! Ok, fiquei a saber...
:-)
Tudo de bom!