terça-feira, 15 de outubro de 2024

Falando de livros e de Han Kang, Prémio Nobel da Literatura 2024 !

 




Nobel da Literatura 2024

via El Universal/ gu generación universitaria


"I’m so surprised and absolutely I’m honoured."

Han Kang


Contra a maioria das previsões, raramente assertivas, o Nobel da Literatura 2024 foi entregue à escritora Han Kang


Entre alguns dos possíveis nomeados, estavam escritores que muito admiro. António Lobo Antunes, Salman Rushdie, Haruki Murakami, só para citar os que mais leio.


Já toda a gente, todos os media escreveram sobre o Nobel da Literatura 2024.Eu sei! Mas não quero deixar de escrever algo que me diz muito. O mundo do livros, E dos escritores.


Para mais o Dia Mundial do Escritor foi dia 13 Outubro. Há que celebrar quem nos enrique a alma, dando-nos um dos maiores bens. Os livros.





Han Kang
Nobel da Literatura 2024
credits: Niklas Elmehed/Illustrations: 
© Niklas Elmehed, Nobel Prize Outreach 2023


Han Kang foi seleccionada “for her intense poetic prose that confronts historical traumas and exposes the fragility of human life” 

The Swedish Academy

Pela primeira vez, uma escritora asiática foi premiada pela Nobel Academy! Han Kang, sul-coreana, já escreve desde 2004. Mas foi em 2015 que começou a ser conhecida no Ocidente, após a tradução em inglês do livro The Vegetarian em 2015. Tradução de Deborah Smith.


Publicado em Portugal pela Dom Quixote em 2016, após ter ganho o Man Book Prize. O livro fora escrito em 2007. Li o livro nas férias desse verão. Estava muito curiosa...





The Vegeterian
Han Kang


"A beautiful, unsettling novel about rebellion and taboo, violence and eroticism, and the twisting metamorphosis of a soul."


Um dos meus bons 'vícios' é passar pelas livrarias para folhear as novidades. Gosto do cheiro dos livros. E, quase sempre, compro um livro sobre o qual já lera algo. Ou apenas porque conheça o.a escritor.a.








Han Kang, 2015
credits: David Levene/The Guardian


Han Kang nasceu em Gwangju em 1970. Desde os dez anos de idade, cresceu em Suyuri, Seul, depois de a sua família se ter mudado para lá. 


Estudou literatura coreana na Universidade Yonsei. Estreou-se literariamente como poetisa ao publicar cinco poemas, incluindo “Winter in Seoul”, na edição de inverno da Munhak-gwa-sahoe (Literatura e Sociedade) em 1993. 


Começou a sua carreira como romancista no ano seguinte, vencendo o Concurso Literário da Primavera de Seul Shinmun de 1994 com “Red Anchor”. Publicou a sua primeira colecção de contos intitulada Yeosu (Munji Publishing Company) em 1995. Participou no Programa Internacional de Escrita da Universidade de Iowa durante três meses em 1998 com o apoio do Arts Council Korea.






A Vegetariana
Hang Kang
Man Booker International Prize 2016
edições Dom Quixote

"The author, who has never shied away from criticizing Korean culture, has also given South Korea its first Nobel Prize in Literature."

Ed Parks, The Atlantic, Books


Esta foi a capa que atraiu de repente meu olhar. Flores lindas... com um pedaço de carne no meio delas? Hum! Chamativa pelo nonsense, sem dúvida. Despertou-me múltiplos sentires. Peguei e abri ao acaso. Adoro o toque e o aroma do papel que vai saindo dos livros enquanto os folheamos.


Já lera que a autora ganhara o Man Booker Prize, Estou atenta às coisas de livros. E o Man Booker Prize é um prémio de renome internacional. Escolhi um dos exemplares, e li curtos excertos. Comprei.





The Vegetarian 
Han Kang
Man Book Prize



“[Han] Kang viscerally explores the limits of what a human brain and body can endure, and the strange beauty that can be found in even the most extreme forms of renunciation.”


Li durante essas férias este seu primeiro livro editado em Portugal. Tinha toda a curiosidade em compreender. 


Kang estivera na Feira do Livro do Porto 2017. Seria talvez a rara oportunidade de escutar uma das vozes mais originais da nova literatura. Não pude comparecer.


Veio falar das suas obras (saira há poucos dias o seu segundo livro, Actos Humanos) divulgando pormenores reais, e até mais intimos, do seu processo de escrita.




Hang Kang
crédits: YouTube


No entanto, pude ler uma entrevista com Hang Kang, no Expresso. Entendi melhor a dor e a violência das palavras de A Vegetariana, a que a autora juntou sensualidade, numa tridimensionalidade estoica acerca da situação da mulher numa sociedade conservadora.


Ela escreve expondo e despertando todos os sentidos a que dá muito ênfase na sua prosa. Sensações vividas. Imagens visuais, tácteis e auditivas, deixando-as passar atráves das suas palavras.


Um livro perturbador sobre tabu e revolta, violência e erotismo. A metamorfose da alma.


Apesar da escrita quase coloquial, um livro não muiro fácil, se não deixar passar tudo o que a escritora nos quer fazer sentir. Aconselho vivamente.







Han Kang, alguns dos seus livros
credits: Jessica Gow/ CNN


Não deixem de ler a entrevista na sua língua materna, traduzida e legendada em inglês. Este documento mostrou-me a sensibilidade da jovem mulher por trás da sua escrita.


Não voltei a lê-la. Apesar de já ter imensos livros publicados em Portugal. No entanto, ao percorrer a listagem dos seus últimos livros, há um que aguardo em 2025...






We Do Not Part
Han Kang. 2025


O livro mais revelador de Han Kang, depois de The Vegetarian, We Do Not Part conta a história de uma amizade entre duas mulheres, enquanto avalia um capíltulo escondida da História sul-coreana. Veremos.


"When I write fiction, I put a lot of emphasis on the senses. I want to convey vivid senses like hearing and touch, including visual images. I infuse these sensations into my sentences like an electric current."

Kan Kang
in The Booker Prize


G-S

15.10.2024

Fragmentos Culturais

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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Dalí : Cybernetics - experiência imersiva digital chega ao Porto




Immersive Journey into a Genius Mind

A maior exposição digital do mundo dedicada a Salvador Dalí, desenvolvida, em exclusivo, em parceria com a Fundació Gala – Salvador Dalí, abre ao público no Porto, dia 3 de de Outubro, na Immersivus Gallery Porto, situado na Alfândega do Porto.

A viagem imersiva pelos universos oníricos do génio catalão, Salvador Dalí, foi cuidadosamente pensada ao longo de dois anos e meio por uma equipa internacional liderada pelo estúdio criativo catalão Layers of Reality, em estreita colaboração com o Centro de Estudos Dalinianos da Fundação Dalí, contou com mais de 700 mil visitantes em 12 cidades, tendo acolhido 50 mil visitantes em Lisboa.




Dalí
A Experiência Imersiva


Já escrevera em maio 2019 a propósito de uma outra Exposição interactiva Dalí Lives, dessa vez organizada pelo Museum Dali, na Florida. 

Tratava-se uma exposição interactiva em que Salvador Dalí falava e fazia selfies com os visitantes.

A que chega agora ao Porto, depois de ter passado por Lisboa é bem diferente. Trata-se de uma Exposição Imersiva dedicada também a Savador Dalí mestre do Surrealismo que nos irá transportar para um universo de sonhos e criatividade, onde projeções a 360º, hologramas e realidade virtual tornam cada obra uma viagem fascinante pela mente de Dalí

Considerado o “primeiro artista digital da história” e autoproclamado “verdadeiro inventor da cibernética”, Salvador Dalí foi pioneiro no uso de ferramentas digitais. 

A genialidade da sua obra, aliada ao seu fascínio pela ciência e tecnologia, são o mote desta inovadora Exposição Multimédia, onde o 'mestre surrealista' entra no metaverso através de um portal interdimensional de artes digitais que ficará a funcionar para ser visitada na Immersivus Gallery Porto.





Dalí
A Experiência Imersiva


Dalí Cybernetics, a maior exposição digital do mundo dedicada à mente provocadora e à obra visionária de Salvador Dalí, vai chegar à Alfândega do Porto, onde será apresentada em antestreia no dia 2 de Outubro, com a abertura ao público no dia 3 de Outubro.

Dalí Cybernetics irá desafiar o público da Invicta a percorrer, com todos os sentidos, projecções de grande formato a 360º, hologramas, instalações interativas, colaborativas e de realidade virtual, e mais de 150 das suas obras mais emblemáticas nas históricas Furnas da Alfândega do Porto, através de novas e impactantes perspetivas, até então desconhecidas.




Dalí
A Experiência Imersiva


É um mergulho nas obras mais famosas de Salvador Dalí através do recurso às mais recentes tecnologias, entre as quais a Inteligência Artificial, assumindo-se como uma experiência artística de vanguarda, baseada em temas tão diversos como universos paralelos, física quântica, quarta dimensão, óptica, geometria sagrada e sequenciação de ADN, tal como interpretadas pelo mestre catalão através das suas obras. 

Não poderei perder tal experiência! E esta sua frase, quase como um testamento diz bem da sua genialidade para se dar continuação à sua obra, bem mais ao seu jeito do que ficar encerrado nas paredes da sua Fundación Gala e dos vários Museos Dalí:


"When you are a genius, you do not have the right to die. because we are necessary for the progress of humanity."

Salvador Dalí

(last public statement) 


G-S 

16.09.2024
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segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Verão das minhas emoções

 





Mira, Portugal
Paisagem sobre o mar

via Google Images Archive


Verão é sempre tempo de emoções, Não sei se tem a ver com o facto de ter nascido no verão. Talvez não. Talvez com as lembranças de outros verões. Tempo quente - detesto o frio - luminoso, fins de tarde coloridos, céus cor de fogo. Jantares ao pôr-do-sol, esplanadas viradas para o mar. Calma, serenidade. 

Tardes ventosas que se transformam em acalmia e nos deixam aspirar profundamente o ar quente que vai deixando aquela sensação de bem estar, de acalmia interior.

É tempo de relaxar a mente, a alma, o corpo. Quanta paz se vai pegando a nós, nos deixando tranquilos do bulício da vida.



Praia de Mira, Portugal

https://www.visitportugal.com/


Este ano, decidi fazer um fim-de-semana na praia de Mira, fora da época sazonal. Detesto tirar férias em Agosto. O bulício, os gritos das crianças, as vozes que sobem de tom.

Não conhecia Mira. Só de nome. Quando  das festas de Cantanhede e do seu festival de música. Foi lá que ouvi pela primeira vez os Keane, os James, entre outros, nas primeiras visitas ao nosso país. Reparava então nos painéis da auto-estrada que vão indicando as localidades.

A estrada florestal leva-nos à Praia de Mira, e segundo li, teria sido uma pequena aldeia piscatória até à primeira parte do século XX. Nunca fora até lá. Embora tivesse andado sempre por perto, ora antes, ora depois desta praia.

Entre Aveiro e Figueira da Foz, já fora a algumas praias. Mira só conhecia de nome.






Lagoa de Mira
via Google Images Archive


Mar e lagoa, mais o passadiço ciclopedonal fazem daquela pequena vila ou aldeia, um lugar tranquilo. Gentes simpáticas, hospitaleiras. 

Não tive sorte com o tempo. Noites frias, ventos gélidos todo o dia, até mesmo à noite, quando nos dirigíamos para qualquer restaurante.

A praia de areia fina e branca estava impossível. O vento sibilava por todos os lado. Areia pelo ar envolvendo-nos impiedosamente.

Até para dar uma volta perto da lagoa foi difícil. Acabei por desistir e voltar a casa antecipadamente.

O hotel, sim. Muito acolhedor, instalações aprazíveis, modernas - talvez refeitas - pequenos almoços suculentos. E com muita simpatia. 

Muito bem situado. Mesmo em frente ao mar. Delícia de paisagem.

Ao lado do hotel, um bar com esplanada muito aprazível. Nessa tarde, apanhei algum sol, sem muito vento, sentada na esplanada a fazer uma curta refeição.

Penso voltar a Mira, ainda este ano. Talvez em Setembro. Quem sabe não terei 
melhor sorte com o tempo?!

G-S

05.08.2024
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domingo, 14 de julho de 2024

V Centenário do Nascimento de Luis Vaz de Camões ! Finalmente a homenagem há tanto aguardada !

 




Luis Vaz de Camóes


Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co'o tormento,
Para que seus enganos não disesse

Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,

Verdades puras são e não defeitos;
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos.

Luis de Camões, Enquanto quis Fortuna que tivesse

As Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões arrancaram oficialmente dia 10 Junho 2024, dia em que se assinalou também o aniversário da sua morte. Já era tempo de homenagear este imenso poeta da nossa língua. A programação esta prevista para dois anos, isto é, até 10 de Junho de 2026

"Honrar a memória do Poeta que ocupa um lugar cimeiro na memória da nação implica conhecer e compreender a sua vida e a sua obra, divulgar e valorizar o seu legado de valor universal. A programação distribui-se por uma variedade de suportes e assenta em três eixos fundamentais: cívico-cultural, crítico-científico, e educativo."

Assim está apresentado no site da República Portuguesa. E as linhas mestras estão traçadas... no papel.




Os Lusíadas de Luis de Camões
com Privilégio Real
1572
créditos: DEA/ G. Dagli Orti/ Getty Images
Biblioteca da Universidade de Coimbra


"E, no entanto, diz-nos Jorge de Sena, explicando-nos tudo com uma arrebatadora erudição e com uma devastadora sedução, Camões é um poeta do futuro. Não o poeta do passado, anacrónico, imperial, colonial (e despejem-se aqui os ismos que se queiram), mas um poeta que transcende hagiografias nacionais e que, n’Os Lusíadas e sobretudo n’Os Lusíadas, apela a toda a humanidade. Camões é um expoente de universalidade, diz, quase nos fazendo o desenho, Jorge de Sena."



Pois parece que foi algo que se decidiu um pouco em cima do acontecimento. Verdade. Nada fora  pensado ou programado antes. Lamentável! Mas as coisas para serem grandes devem ser bem pensadas e ter um grau de exigência fundamentado, e bem estruturado. Veja-se o que a Fundação José Saramago fez para celebrar o Centenário de José Saramago. Excelente organização antecipada, com segurança, tendo por comissário Prof. Carlos Reis e o apoio incondicional de Pilar del Rio, coesos na celebração da grandeza de Saramago.






Centenário José Saramago 2022


A mesma sorte não tiveram Agustina Bessa-Luis ou Natália Correia. E penso que Eugénio de Andrade também não. Vá lá que Eduardo Lourenço um dos maiores do nosso país, em várias áreas, tem tido outra repercussão. E Jorge de Sena, totalmente ostracizado. 




Centenário Agustina 100





Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada



As celebrações do V Centenário do Nascimento de Luís Vaz de Camóes navegam um pouco ao sabor da corrente, para já. E mais. Dá a sensação que a cidade de Coimbra está a tentar puxar para essa cidade e sua Universidade estas Comemorações Nacionais... talvez porque a Comissária é a Professora Rita Marnortodocente da Universidade de Coimbra.




Ministério oficial da Cultura de Portugal


Não há um site oficial aglutinador da Programação (?) E dos eventos decorridos, a decorrer ou futuros até 2026. Impensável. Provoca uma grande dispersão a todos os níveis, pensando até no público escolar que será um dos públicos-alvo. Há apenas um Directório de Camonística (ligação pouco segura) onde nos são dadas algumas imfomações de eventos, sem uma ordem cronológica coerente.

Do programa das Comemorações comissariado pela professora, investigadora e especialista na obra de Camões, Rita Marnoto da UC, fazem parte espectáculos para teatro e cinema, iniciativas de comunicação através das redes digitais, programas para televisão e rádio, e ainda exposições. 




500 Anos do Nascimento de Camões

Mostra Documental

Torre do Tombo

https://antt.dglab.gov.pt/


"Os 500 anos do nascimento de Camões são uma oportunidade única para pensar o legado de um poeta omnipresente, tanto na literatura como na identidade portuguesas, um dos maiores vultos da literatura universal, cujo génio é reconhecido como fundador de uma ideia de universalidade que hoje nos surge como revolucionária na escrita, na vocação e no pensamento"

 

Rita Marnorto, Universidade de Coimbra


Estão também previstas publicações especiais, um concurso escolar para professores e alunos, bem como acções de formação, segundo a programação apresentada pelo Ministério da Cultura. Visitei o site oficial e nada encontrei sobre Luis de Camões!?







Luis Vaz de Camões

Camoes, Luis Vaz de [1524-1580], Portuguese poet

Engraving by Carretero, Colored.

(Photo by Prisma/UIG/Getty Images)

crédito: UniversalImagesGroup/Getty Images

https://www.gettyimages.pt/


Entre as iniciativas para teatro e cinema, contam-se a representação da comédia "Filodemo", em parceria com o Teatro Nacional D. Maria II, a elaboração de um breve filme de animação sobre a vida de Camões para os primeiros ciclos do ensino básico, e contratação de peças sobre o mesmo tema para apresentar em escolas. Tudo muito bem... para quando?

Está prevista igualmente a realização de um ciclo de debates na Cinemateca Portuguesa sobre Camões, que terão por base os encontros da Biblioteca Nacional de Portugal e a colaboração com o Instituto do Cinema e do Audiovisual.





Exposição Épico 6 Trágico (já patente)
Camões e os Românticos
Museu de Arte Antiga

No âmbito da televisão, serão estabelecidas parcerias para leitura regular de poemas de Camões, será criado um programa em parceria com a RTP2 sobre o poeta e um documentário sobre a iconografia camoniana.

Quanto à leitura, ou melhor interpretação de poemas, já ouvi alguns na RTP1. Mas tudo tão rápido e entre publicidade(s) que a mensagem quase se perde.


 


Será ainda organizada uma grande exposição na Biblioteca Nacional de Portugal, intitulada Revisitar Camões, e exposições bibliográficas. Uma itinerante para as escolas do 2.º e 3.º ciclos dos ensinos Básico e Secundário, e outra em parceria com o Instituto Camões, que percorrerá Goa, Macau, a Ilha de Moçambique e outros pontos do mundo onde se ensina a Língua Portuguesa.






Camões-Sena, 500 anos de Camões na Visão Herética de Jorge de Sena
Editora Guerra e Paz


No que respeita a publicações, há um plano especial de edições que inclui a reedição de livros e a publicação de inéditos, pela Biblioteca Nacional de Portugal, em parceria com a Imprensa Nacional Casa da Moeda. Quando? Como? Nos sites oficiais destas duas entidades oficiais, não existe qualquer alusão ou informação...







No mundo quis o Tempo que se achasse
O bem que por acerto ou sorte vinha;
E, por exprimentar que dita tinha,
Quis que a Fortuna em mim se exprimentasse.

Mas por que meu destino me mostrasse
Que nem ter esperanças me convinha,
Nunca nesta tão longa vida minha
Cousa me deixou ver que desejasse.

Mudando andei costume, terra e estado,
Por ver se se mudava a sorte dura;
A vida pus nas mãos de um leve lenho.

Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado,
Já sei que deste meu buscar ventura
Achado tenho já que não a tenho.                       

Luis de Camões, No Mundo qui o Tempo que se achasse

"Os governos de Portugal lá saberão de si. E saberão, porventura, porque esqueceram ou temem vir recitar em público o «Alma minha gentil» ou esse outro verso «Que eu canto o peito ilustre Lusitano / A quem Neptuno e Marte obedeceram»!"

Jorge de Sena (diria eu, o deserdado)

G-S

Fragmentos Culturais

13.07.2024

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