Philip Roth
https://english.ahram.org.eg/
"From Portnoy's Complaint to American Pastoral, Philip Roth's jostling alter egos have provided the literary world with some of the great masterpieces of the past half-century"
Robert McCrum, The Guardian*
Já era tempo de voltar aos livros! Ler é um dos meus raros privilégios! E escrever sobre Philip Roth, o escritor norte-americano que foi agraciado em 6 Junho 2012 com o Prémio Príncipe das Astúrias* das Letras 2012, é um gosto especial. Uma voz inconfundível na literatura mundial, o modo com enfrenta os problemas cruciais de uma sociedade.
Roth venceu na última fase de votações, um outro finalista, autor que também leio muito, o japonês Haruki Murakami. Murakami é um dos 'meus' autores da literatura contemporânea.
"Posee una calidad literaria que se muestra en una escritura fluida e incisiva", dice el fallo del jurado. "Personajes, hechos, tramas conforman una compleja visión de la realidad contemporánea que se debate entre la razón y los sentimientos, como el signo de los tiempos y el desasosiego del presente".
Premio Príncipe Asturias*, Philip Roth 2012
Roth venceu na última fase de votações, um outro finalista, autor que também leio muito, o japonês Haruki Murakami. Murakami é um dos 'meus' autores da literatura contemporânea.
"Posee una calidad literaria que se muestra en una escritura fluida e incisiva", dice el fallo del jurado. "Personajes, hechos, tramas conforman una compleja visión de la realidad contemporánea que se debate entre la razón y los sentimientos, como el signo de los tiempos y el desasosiego del presente".
Premio Príncipe Asturias*, Philip Roth 2012
O júri decidiu por maioria atribuir o galardão a Philip Roth, por considerar que a obra literária do escritor faz parte do "grande romance norte-americano", seguindo a tradição de John Dos Passos, Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, Saul Bellow ou William Faulkner. Autores da minha adolescência, por incrível que pareça. Privilégio de ter uma família muito ligada às artes e à literatura,
Através de uma "escrita fluída e incisiva", o escritor revela uma "complexa visão da realidade, que se debate entre a razão e o sentimento, como sinal dos tempos e do desassossego do presente", refere a acta do júri.
O escritor afirmou em comunicado que "foi particularmente doloroso" saber que venceu o galardão poucas semanas depois da morte do escritor amigo de origem mexicana Carlos Fuentes.
Philip Roth
water colors | J. C. Phillips
O escritor afirmou em comunicado que "foi particularmente doloroso" saber que venceu o galardão poucas semanas depois da morte do escritor amigo de origem mexicana Carlos Fuentes.
"Queria que estivesse vivo para poder ouvir a sua voz ao telefone dando-me os parabéns pelo prémio", disse, referindo-se ao amigo como um dos melhores romancistas contemporâneos de língua espanhola.
American Pastoral
Philip Roth (1ª edição)
"You put too much stock in human intelligence, it doesn't annihilate human nature."
Philip Roth, American Pastoral
Philip Roth, natural de Newark, Nova Jérsia (1933), é considerado um dos melhores escritores norte-americanos dos últimos 25 anos, tendo sido proposto várias vezes para o Prémio Nobel da Literatura.
Em 1998, obteve o Pulitzer Prize com o romance American Pastoral. Tem uma obra que reflecte a sua curiosidade pela identidade pessoal, cultural e étnica e pela criação artística.
"writing with deep understanding, with enormous power and scope and great storytelling energy, he focuses on the counterforce: the longing for an ordinary life."
Pulitzer Prize, Philip Roth, 1998
"writing with deep understanding, with enormous power and scope and great storytelling energy, he focuses on the counterforce: the longing for an ordinary life."
Pulitzer Prize, Philip Roth, 1998
Em 2011, foi distinguido com o Man Booker International Prize para ficção, pelo conjunto da sua obra literária.
Pastoral Americana
Philip Roth
Edições Dom Quixote, 1ª edição
A obra de Philip Roth é publicada em Portugal pela Dom Quixote. Inclui títulos como Pastoral Americana, O Complexo de Portnoy, A Mancha Humana, O Fantasma Sai de Cena, Todo-o-Mundo, A Conspiração contra a América, Património, A Humilhação e Nemésis.
Philip Roth é o quarto escritor norte-americano a receber o Premio Príncipe de Astúrias das Artes, actualmente Princesa de Asturias, depois de Arthur Miller (2002), Susan Sontag (2003) e Paul Auster (2006). Todos eles autores que me são familiares. Susan Sontag é talvez a que se identifica mais com os meus gostos literários.
O autor não pode estar presente por motivos de saúde, mas enviou uma mensagem em vídeo, como vimos.
O autor não pode estar presente por motivos de saúde, mas enviou uma mensagem em vídeo, como vimos.
No ano passado, o galardão foi atribuído ao escritor e músico canadiano Leonard Cohen que referi aqui.
Philip Roth
créditos: rtve.es
Li até à data dois livros de Roth. O autor escreve com minúcia sobre a sociedade norte-americana. Um deles Goobye Colombus e Cinco Contos, o seu primeiro livro. É uma arte e género literário que aprecio. O conto.
As suas personagens são retratadas com todas as suas motivações, seu carácter, seu contexto. Roth conduz-nos a caminhos e sentimentos, por vezes, desconhecidos. Profundamente humanos.
Goodbye Columbus e Cinco Contos
Philip Roth
Edições Dom Quixote
Philip Roth [1933-2018]
créditos: Eric Thayer/ Reuters
A 22 Maio 2018, a notícia chegou pela manhã. Philip Roth morreu. Mal refeita ainda da morte de Júlio Pomar, é logo o que me aparece nos jornais digitais. Philip Roth morreu.
Philip Roth, the prolific, protean, and often blackly comic novelist who was a pre-eminent figure in 20th-century literature died. (...)
Charles McGrath, The NYT
É considerado o melhor escritor norte-americano e um dos mais importantes escritores a nível mundial. Mais conhecido pelo autor que escandalizou a América.
Já escrevi que foi galardoado com os mais importantes prémios literários. Apenas um não lhe foi concedido. O Prémio Nobel da Literatura. Apesar de múltiplas vezes ter sido apontado.
Philip Roth in 2010
credits: Nancy Crampton / Handou
Quando ganhou o Man Booker International Prize, o chairman dos juízes Rick Gekoski afirmou:
"His career is remarkable in that he starts at such a high level, and keeps getting better.
"In his 50s and 60s, when most novelists are in decline, he wrote a string of novels of the highest, enduring quality."
Rick Gekoski/ BBC
GoodBye Columbus
Philip Roth
Já sabemos que a sua carreira de escritor e o seu sucesso começou com Good Bye Columbus. Podemos aqui folhear o livro e ler ou ouvir um excerto.
Tinha quase sempre uma expressão fechada, mas o seu humor sobressaía nos livros. Uma parte importante do universo de Roth é autobiográfica. Facto ainda mais interessante.
Deixa uma obra de cerca de trinta livros. Por vontade própria, deixou de escrever em 2009.
"He wrote prolifically over the course of his career, publishing more than 30 books before ending his fiction career in 2009."
BBC
Philip Roth & Baraka Obama
credits: AFP Photo/Jim Watson
Foi agraciado com the National Humanities Medal pelo Presidente Barak Obama (2011).
Não me vou alongar, dado que Philip Roth está hoje en todos os meios de comunicação.
Deixo então o artigo e vídeo que o New York Times lhe dedica, jornal em que era colaborador: Philip Roth, Towering Novelist Who Explored Lust, Jewish Life and America.
Talvez as forças da natureza o tenham ouvido:
"Old age isn't a battle; old age is a massacre."
Philip Roth
G-S
Fragmentos Culturais
15.06.2012
actualizado 29.01.2023
Copyright © 2018-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®
Fragmentos Culturais
15.06.2012
actualizado 29.01.2023
Copyright © 2018-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®
* A ler aqui a interessante entrevista com Philip Roth. Acrescento também o vídeo The Last Word: Philip Ross.
Vencedor com mérito de um dos mais importantes prémios culturais europeus.
ResponderEliminarVoltas muito bem à Literatura.
ResponderEliminarAbraços.
Gilson.
Um prémio merecidíssimo, que peca por tardio.
ResponderEliminarUm vulto da literatura que já merecia a consagração, para além da que lhe é dada pelos seus fieis leitores.
Fragmentos!!!!!!
ResponderEliminara pouco e pouco voltando a um tempinho livre...para ler, descansar, fazer coisas...
Quero muito ler.Preciso disso como respirar...
Roth e Murakami estão ali olhando à espera que eu me "digne"dedicar-lhes o meu tempo e vontade...
Mas está mesmo quaaaseeee!!!!!
TUDO DE BOM!!!!
bJ
Nunca li nada do autor mas considerando a tua opinião e o prestígio da Instituição que o premiou,fico ansioso por ler alguma obra sua.
ResponderEliminarBeijo e bom resto de semana.
Merecido prémio, apenas um pouco tardio.
ResponderEliminarVoltas aos livros e voltas bem.
Bjs
Minha Querida:
ResponderEliminarPara além de ter ficado com vontade de conhecer a obra de Philip Roth, registei o nome do japonês Haruki Murakami (cuja obra também não conheço, infelizmente), pois gosto muito de Yukio Mishima e Kenzaburo Oe e sinto vontade de mergulhsar na literatura japonesa. Pudesse eu dispor de mais tempo para ler...
Já tinha saudades deste seu cantinho, onde nos acolhe sempre com registos tão interessantes!
Um grande abraço.
A todos os amigos que passaram por 'fragmentos' para deixar palavras de amizade, muito obrigada.
ResponderEliminarEstive ausente por uma semana, mas volto à vossa companhia :)
Até breve!
Abraços amistosos
Sem dúvida, João! É um dos prémios culturais mais prestigiados!
ResponderEliminarÉ um dos meus temas favoritos, Gilson!
ResponderEliminarAbraço,
Nem sempre os melhores são rapidamente reconhecidos. 'mfc'... e, por vezes, não chegam a sê-lo...
ResponderEliminarMas ainda bem que Roth pode receber tal galardão, apesar de já não poder partilhar esta alegria com Carlos Fuentes.
Não foi muito antes desta distinção que Fuentes desapareceu.
'Avelaneira',
ResponderEliminarSempre tão agradável ler-te em 'fragmentos'!
Pois :)... tempo livre está de volta! Ler, descansar e fazer coisas, muitas coisas!
Sim, ler é como respirar, para alguns de nós...
Muito diferentes, Roth e Murakami! Mas os dois se encontram entre os melhores escritores contemporâneos.
Tudo de bom, também para ti!
Então, é o momento, Vítor!
ResponderEliminarSuponho que deves ler Roth mais pelo 'prestígio da Instituição' que o premiou do que pela minha opinião.
Literatura, música, pintura... tudo tão subjectivo!
Boa semana!
Beijo,
... mas pelo menos, o autor recebe-o em vida, 'Lilá(s) !
ResponderEliminarNem sempre se goza dessa ventura.
Pois, como sabes, adoro livros :)
Um beijo,
Querida Isabel,
ResponderEliminarMas quanta alegria! Bem-vinda!
Suponho que vai gostar de ler obras dos dois escritores!
Os dois são crítico em relação à sociedade em que vivemos, mas as diferenças são acentuadas no tom|registo que escolheram.
Interessante! Também gosto bastante da literatura japonesa! A prosa actual e a poesia antiga.
Quase todos temos hoje em dia muitas solicitações que nos obrigam, tantas vezes, a afastar do que mais nos dá prazer!
Também eu tinha saudades de a ler! Espero que possamos conviver um pouco mais... mesmo que virtualmente.
Um grande abraço,
(parabéns à sua cidade que foi considerada uma das melhores cidades portuguesas para se viver)