domingo, 11 de janeiro de 2009

Edgar Allan Poe : 200 anos depois





Edgar Allan Poe
Original daguerreotype/ Edwin H. Manchester, 1848




Edgar Allan Poe
Michael Swertfager



"Tudo o que vemos ou parecemos
não passa de um sonho dentro de um sonho."


Edgar Allan Poe



Exterior da casa de Edgar Poe| Baltimore

AP/ Rob Carr 2008
http://ww1.hdnux.com/


Assinalam-se em 19 de Janeiro 2009, os 200 anos do nascimento do Edgar Allan Poe, o autor de "A Narrativa de Arthur Gordon Pym", Tales of Mystery and Imagination ou The Craven. 



Tales of Mystery and Imagination
illustrations : Harry Clarke


Cinco cidades celebrarão esta efeméride. Baltimore, Filadélfia, Nova Iorque ou Richmond são algumas das cidades por onde Poe passou e foi escrevendo

Morreu em 1848, e foi enterrado em Baltimore. Poucas pessoas compareceram, e só vinte anos depois, o autor teve direito a uma lápide.


Surgiu, por isso, recentemente uma disputa pelos restos mortais do autor, entre as cidades de Filadélfia nos EUA e Baltimore em Reino Unido.

Baltimore é a cidade onde repousa. Filadélfia é a cidade onde escreveu parte da sua obra.




AP Photo|Rob Carr 2008
Quarto de Edgar Allan Poe/Baltimore

"A verdade é que a originalidade, excepto nos espíritos de raríssima capacidade, de modo nenhum é, como alguns supõem, assunto de instinto ou de intuição. Em geral, para encontrá-la, é preciso procurá-la laboriosamente, e, embora constitua um mérito positivo da ordem mais elevada, conquistá-la exige menos invenção do que negação."



Edgar Allan Poe, A Filosofia da Composição


Na sua vida breve de 40 anos, Edgar Allan Poe (1909-1849 autor de clássicos da literatura fantástica e policial como A Queda da Casa de Usher ou Os Crimes da Rua Morgue, bem como de poemas como The Raven, viveu em vários cidade dos Estados Unidos, para além da sua Boston natal.



Quarto de Edgar Allan Poe|Baltimore
AP Photo | Rob Carr 2008
news.yahoo.com/photos


O Corvo - The Raven de Edgar Poe é uma das mais célebres composições da literatura norte-americana. O poema foi publicado em 1845 e passou a ser encarado como um desafio para tradução.

Fernando Pessoa e Machado de Assis traduziram-no para português.



illustration : Lorenzo Mattotti, 2009
 The Raven by Mattotti (illus) and Lou Reed (text)

O poema conta a história de alguém que busca nos livros ‘um saber esquecido' . Recebe certa noite a visita de um corvo. Este só emite um som, Nevermore, palavra enunciada no verso final de cada estrofe.

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,

E já quase adormecia, ouvi aquilo que parecia

O som de alguém que batia a meus umbrais.

"Uma visita", eu me dizia, está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais.(...)

Edgar Allan Poe, The Raven

Fernando Pessoa (tradução)



illustration : Lorenzo Mattotti, 2009
 The Raven by Mattotti (illus) and Lou Reed (text)


The Raven publicado quatro anos antes da sua trágica morte, cujas causas nunca chegaram a ser apuradas, é uma das obras de Poe mais conhecidas.

Ao longo dos anos tem sido fonte de inspiração de vários criativos, entre os quais John Astin, Alan Parsons e Lou Reed.

Alan Parsons um dos grupos musicais mais inovadores da música pop-rock. Quase esquecido por cá. Mas ainda em digressão, sobretudo pelos Estados Unidos.

Parsons foi também o engenheiro de som responsável pela gravação do álbum The Dark Sid of the Moon dos Pink Floyd.






O tributo de Alan Parsons a "The Raven" de Poe

G-S

Fragmentos Culturais


11.01.2009 
Copyright © 2009-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com® 

Licença Creative Commons


fontes :

DN/Artes 

Fernando Pessoa, O Corvo/tradução 

15 comentários:

  1. Um excelente post. Uma partilha de saberes como deve ser a blogosfera.

    Beijinhos

    Bem-hajas!

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  2. Fragmentos,

    Curiosamente li , poucos dias atrás, as duas traduções do poema que aqui mencionas!!!!
    Pessoalmente prefiro a tradução de Machado de Assis...mas é apenas uma questão de gosto!!!!
    "Brigados" por mais esta partilha!!!!

    BjakS!

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  3. Há situações que duvido que alguma vez compreenderei e esta é uma delas. Ninguém pertence a ninguém, e muito menos os mortos. Esses irão noutras viagens. Os Seres são universais. É preciso saber criar uma cidade para as pessoas serem reconhecidas, é o que se pensa, e nalgumas situações a pessoa apenas viveu numa região porque não teve oportunidade de ir para onde queria. Humanos irracionais.
    Quanto ao Edgar; a criatividade quando inflamada no lugar das brasas torna-se o encontro com o infinito. Asas de inspiração sem destino, a fuga do Ser ao encontro do Ser

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  4. Sempre que passo por aqui levo qualquer coisa no meu bornal de viajante curioso!...

    Obrigado!

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  5. pedagógico. gostei de ler... e saber!

    beijo

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  6. Concordo, 'Cata-vento'!
    A blogosgera pode ser excelente meio dinamizador de aprendizagens, de desenvolvimento cultural, de partilha de saberes e alguns prazeres estéticos!

    Um beijo,

    ... pelo olhar amistoso, sensibilizada!

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  7. Olá 'Avelaneira',

    É de facto curioso! Mas por vezes há coincidências!

    Gosto das duas traduções! Optei pela de Pessoa por uma questão estética pessoal!

    Um beijo,

    Sensibilizada pelo olhar sempre 'presente'!

    ResponderEliminar
  8. Olá 'Avelaneira',

    É de facto curioso! Mas por vezes há coincidências!

    Gosto das duas traduções! Optei pela de Pessoa por uma questão estética pessoal!

    Um beijo,

    Sensibilizada pelo olhar sempre 'presente'!

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  9. ... sempre atento, Tiago!

    Sensibilizada pela amizade 'virtual'!

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  10. '...Ninguém pertence a ninguém, e muito menos os mortos. Esses irão noutras viagens...' - confesso que tal como tu, fico chocada com pessoas ou cidades disputarem seres que não pertencem já ao mundo dos vivos, e como tal, não podem opinar sobre suas próprias existências!

    Não têm sido raros os casos nos últimos anos, de seres/pessoas célebres já mortos serem vítimas de abusos de 'mentes' que se arrogam o direito de examinar, transladar, e não sei mais... em busca de algo que só aos interessados deveria dizer respeito, 'Se' se pudessem exprimir!

    Culpo os familiares, quando os há, de permitirem tal!!


    Edgar Poe teve sim uma enorme inspiração! 'O Corvo' é o meu preferido, Dark_!

    Sensibilizada pelo olhar 'critico' e aceso!

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  11. Sensibilizada, 'C Valente'!

    Boa semana!

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  12. Quando há prazeres comuns... é bom sempre passar, 'Nómada'!

    Boa jornada!
    ... pelo olhar 'curioso', sensibilizada!

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  13. ... sempre atento, sempre sensível, 'Herético'!

    Um beijo

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