Figuras de Sopro
Mário Cesariny, 1947
Mário Cesariny, 1947
um poeta
uma máquina de passar vidro colorido
um copo uma pedra uma pedra
configurada um avião que sobe levando-te nos seus braços
que atravessam agora o último glaciar da terra (...)
Mário Cesariny, Autografia, Assírio & Alvim
Poeta e artista surrealista, não é dos preferidos. Mas venero-o pela inovação, pela subversão inquebrantável perante dogmas, constante rebeldia, na arte e na vida, e pelo sentido de humor, mesmo nos momentos finais da sua vida
(...)
Acredita na imortalidade?
Não sei. Quando lá chegar, eu telefono (risos)...
Não sei. Quando lá chegar, eu telefono (risos)...
"Com este documentário pretende-se retratar não o poeta e pintor Mário Cesariny mas sim a sua vida, o seu percurso e a sua individualidade. Como espaço de acção privilegiou-se o seu quarto, por ser este actualmente a base da sua criação e da sua intimidade. É aqui que resiste tudo o que não se perdeu."
Miguel Gonçalves Mendes, Verso de Autografia, 2004
(...) E para dizer-te tudo Miguel Gonçalves Mendes, Verso de Autografia, 2004
via Triplov
dir-te-ei que aos meus vinte e cinco anos de existência solar estou
em franca ascensão para ti O Magnifico
na cama no espaço duma pedra em Lisboa-Os-Sustos
e que o homem-expedição de que não há notícias nos jornais
nem
lágrimas à porta das famílias
sou eu meu bem sou eu
partido de manhã encontrado perdido entre
lagos de incêndio e o teu retrato grande!
Mário Cesariny, Autografia, Pena Capital, Assírio & Alvim
Em 2005, Cesariny aceitou o Prémio Vida Literária da APE
G-S
Fragmentos Culturais
27.11.2007
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