credits: Serdjan Zivulovic/Reuters 2007
No alpendre, um vento gelado
atravessa a minha roupa fina.
É noite, ressoam os últimos tambores,
goteja a água na clepsidra de jade.
A lua atravessa a Via Láctea,
Embebida de luz.
Um pega salta de uma árvore de Outono,
uma chuva de folhas cai.
Wang Wei, Meditando Outono, (701-761)*
credits: Sed Wening/AP 2007
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Outono, tempos de minha interioridade! A Natureza prepara-se para hibernar.
Tal como a Natureza, prescindo do exterior, e me recolho em pensamentos de profundas litanias que se adentram e me fazem silenciar.
Cada cambiante de cor envolve a minha consciência e transforma as minhas emoções em pequenas partículas de raios de sol tímidos e suaves. E escondo-me na mancha azul desbotada, mesclada de nuvens de algodão pardacento que dá início a essa nova estação.
Tal como a Natureza, prescindo do exterior, e me recolho em pensamentos de profundas litanias que se adentram e me fazem silenciar.
Cada cambiante de cor envolve a minha consciência e transforma as minhas emoções em pequenas partículas de raios de sol tímidos e suaves. E escondo-me na mancha azul desbotada, mesclada de nuvens de algodão pardacento que dá início a essa nova estação.
O verde já não é alegre, começa a transmutar-se numa paleta irisada de amarelos, ocres, vermelhos e castanhos.
A neblina descerra seus véus em transparências divagantes, enquanto uma leve melopeia sopra nos espaços feitos de murmúrios sussurrados. Sons trazidos pelo cântico da brisa que acompanham fragrâncias de eternidades.
Meu olhar percorre jardins e veredas em ternos melancólicos aconchegos!
Aspiro profundamente a brisa dos afectos aromatizados, envolvidos no ar silencioso que me cruza intensamente.
O Outono abre seu manto imenso, majestoso. E recolhe os seres mais delicados.
A neblina descerra seus véus em transparências divagantes, enquanto uma
Meu olhar percorre jardins e veredas em ternos melancólicos aconchegos!
Aspiro profundamente a brisa dos afectos aromatizados, envolvidos no ar silencioso que me cruza intensamente.
O Outono abre seu manto imenso, majestoso. E recolhe os seres mais delicados.
G-S
©texto original
Fragmentos Culturais
28.10.2007
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* Poemas de Wang Wei, Instituto Cultural de Macau, 1993