terça-feira, 31 de julho de 2007

Ingmar Bergman 1918-2007 : O olhar de um cineasta, tributo





Ingmar Bergman 1918-2007
credits: REX/Shutterstock

"Pure cinema is making women look beautiful."

E, sem dúvida que Ingmar Bergman nos mostrou sempre mulheres lindas nos seus filmes.Por isso, lhe chamaram o 'cineasta das mulheres'!

Bergman fechou seu olhar para o cinema! A 'mulher' perdeu um olhar de esteta! 




Sarabänd
Ingmar Bergman, 2003
http://www.imdb.com/

"Um dos cineastas mais influentes de sempre, e a sua marca é ainda sentida no trabalho de outros, não só na Europa como nos Estados Unidos, onde um dos seus mais conhecidos «discípulos», Woody Allen, ainda recentemente lhe prestou uma homenagem no seu filme Scoop."

Manuel Sintra Ferreira
in Expresso

No mundo do cinema dos anos 50, 60 e início de 70 abundara os históricos do cinema: Truffaut e Fellini. Kurosawa e Buñuel. Antonioni, Visconti e Godard.





Ingmar Bergman 1918-2007

E Ingmar Bergman! O mestre sueco, cuja alma, em incessante e arguta busca psicológica, lhe assegura um lugar permanente no panteão dos mais brilhantes e visionários cineastas da sétima arte !

"O último dos grandes porque provou que o cinema pode ser tão profundo como a literatura."

Gilles Jacob, director do Festival de Cannes

Concordo! O cinema como literatura, culto de muitas gerações! As gerações que com ele cresceram. E as que na senda dos valores culturais e estéticos herdados de pais, irmãos mais velhos, e amigos, o dsvendam num outro primeiro olhar!

Herdei o gosto cultural do cinema de autor! Primeiro dos pais, depois pelos livros,  música. Afinal um mundo que me rodeou desde a infância. O mundo da cultura. E este gosto estético da arte. Não duvido. Meus pais tiveram grande influência já que verdadeiros apreciadores de toda a arte.




Saraband
Ingmar Bergman, 2003

Sarabänd... Bergman fechou seus livros de autor com um filme cujo título é o nome de uma dança ritmada.

"A splendid and complicated farewell from a splendid ans complicated filmmaker"

Eleanor Ringel Gillespie
Atlanta Journak-Constitution, 2005



Saraband o filme que Bergman catalogou como que munido de um sentimento de premonição de seu último filme. E foi, efectivamente, o capítulo final da sua autobiografia cinematográfica.

Fez parte da 'Selecção Oficial do Festival de Veneza' (2003), mas Bergman acabou por retirá-lo por não se considerar satisfeito com o aspecto visual. Como um grande autor se critica. Grande é a auto-exigência de mestre.

Realizado para televisão. Depois, talvez para se manter fiel ao espírito inicial, Bergman optou por reescrevê-lo para cinema digital de alta definição, apresentado por Sony Pictures Classics (2005).

Em dez capítulos, um prólogo e um epílogo resumidos, Saraband é a profunda análise dos relacionamentos interpessoais: o amor, o ódio, a morte. O difícil relacionament pais e filhos, tão caracteristico da filmografia do realizador sueco.

"Fazer filmes é, para mim, um instinto, uma necessidade como comer, beber ou amar"

Ingmar Bergman, (1945)

Educado de um modo severo, cresceu sob normas muito rígidas que descreveu na sua dolorosa autobiografia The Magic Lantern.




The Magic Lantern
an Autobiography
Ingmar Bergman

O título foi-lhe sugerido por um episódio da infância! Seu irmão recebeu, como presente de Natal, uma lanterna mágica - uma espécie de precursor do projector de slides - e Bergman consumido pela inveja, acabou por adquiri-la a troco de uma centena de soldadinhos de chumbo.

Reconhecido como um dos grandes nomes do cinema de seu tempo, a obra do cineasta compõe um dos mais ricos e essenciais capítulos da história do cinema europeu e mundial. 

Abordando temas intrínsecos à existência humana - o desejo, morte, amor e religiosidade - Bergman rompeu as fronteiras do cinema sueco e atingiu a universalidade.




Ingmar Bergman 1918-2007
credits: Bonniers Hylen/TT

É um dos autores mais premiados da história do cinema.

Bergman foi homenageado com uma retrospectiva de seus filmes na edição do Festival de Cinema de Veneza, 2005.

"Uma série de obras complexas onde dá conta da crise da Fé e do «silêncio de Deus» vêm a seguir, culminando nessa genial incursão ao passado que foi Fanny e Alexander, que seria o seu último filme. Pelo menos para o grande ecrã, porque continuaria agora explorando outros suportes, da televisão à câmara digital com que nos deu a sua última obra-prima: Saraband."

Manuel Sintra Ferreira
in Expresso

"Foi porventura o maior artista do cinema desde a invenção da máquina de filmar"

Woody Allen

G-S

Fragmentos Culturais 

01.08.2007
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*A RTP2 dedicou, esta noite, dia 4 Agosto, uma sessão dupla de tributo a Bergman e Antonioni.

Os filmes 'Saraband' em estreia televisiva, já que se encontra em circuito comercial (eu própria o adquiri na Fnac) e 'Blow-up' em reposição, um filme que chocou muitas mentes nos anos 70!

Belíssima noite de cinema, em casa!


segunda-feira, 23 de julho de 2007

Jazz no Parque




Jazz no Parque/ Serralves
 http://www.serralves.pt


Todos os anos, em sábados de Julho e Agosto, os espaços verdes de Serralves enchem-se dos sons de jazz.


Num lugar privilegiado e quase paradisíaco - o antigo Campo de Ténis - rodeado de frondosas árvores seculares, em paleta de verdes luxuriantes e fragrâncias ímpares, o cantar dos pássaros em alegre melodia confunde-se com os sons dos instrumentistas, fazendo deste espaço um dom da Natureza! 


Esplendoroso e singelo, como deve sempre ser um espaço de música ao ar livre!

Os três concertos da 16ª Edição do Jazz no Parque dividem-se pelos dois últimos sábados de Julho e o primeiro sábado de Agosto, com propostas bem diversificadas, de modo a oferecer a um público vasto, o estilo próprio.

"A nova edição do Jazz no Parque 2007, da responsabilidade do consultor António Curvelo, pretende reflectir, de novo, o cruzamento das cenas europeia e norte-americana."



Ontem foi a vez do quarteto Arts & Crafts com o baterista Matt Wilson.

"Matt Wilson pode ser citado como um símbolo do regresso à raça de bateristas capazes de tocar (em) toda a história do jazz. Nos anos 30 e 40, quem não tivesse essa capacidade não vingava no mercado."


A tarde anunciava-se friorenta e o modern jazz (referência anunciada) não é propriamente a vertente que mais aprecio neste estilo de música.


Gosto de um bom solo de bateria, certo. Imprescindível! Mas, há outros instrumentos que privilegio! Não arrisquei em função das condições meteorológicas e de prioridades de outros concertos.


Para os que não puderam estar presentes, deixo elencadas duas críticas desse concerto, assinadas respectivamente por Rui Branco e Manuel Jorge Veloso.

Eu vou aguardar pelos dois próximos concertos:


28 Julho - Orquestra de Matosinhos num projecto inédito com (baterista), John Hollenbeck Theo Bleckmann([voz) e André Fernandes (guitarra).

4 Agosto - Sexteto Strada do famoso baterista francês Henri Texier.


Bom! Estou em crer que me ficarei mais pelo último! Apreciei Texier em Serralves (2003) e estou curiosa de o ouvir em sons reinventados.

Voltarei então a este assunto que me diz tanto - a música de Jazz!



G-S

Fragmentos Culturais
23.07.2007

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