segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Livraria Lello em destaque no mundo ! Uma das mais bonitas livrarias !






Livraria Lello & Irmãos, Porto, Portugal
créditos: Livraria Lello


"Não há talvez dias da nossa infância que tenhamos tão intensamente vivido como aqueles que julgámos passar sem tê-los vivido, aqueles que passámos com um livro preferido."

Marcel Proust, O Prazer da Leitura 


"A little over 100 years old, this art nouveau gem in Portugal’s second city remains one of the world’s most stunning shops – perhaps of any kind. Competing for attention with the books are wrap-around, neo-Gothic shelves, featuring panels carved with Portuguese literary figures. A track, used by the staff for transporting stock in a cart, leads from the entrance to the lolloping red staircase, which winds up to the first floor like an exotic flower. Books are available in English as well as Portuguese, and there’s a small cafe upstairs beneath the stained-glass skylight.
You can continue the Art Nouveau tour of Porto at Café Majestic and streets such as Rua Galeria de Paris."
Lonely Planet

De volta ao país, nada me dá mais prazer do que escrever sobre livrarias! E então sobre uma preciosidade nossa, reconhecida do outro lado do mundo, ainda mais me enche de orgulho. 


Pois bem, já alguns devem saber que a Livraria Lello foi classificada pela Lonely Planet como a terceira melhor do mundo, no guia que esta editora australiana lançou recentemente, para o ano 2011. Incrível! É preciso uma entidade australiana chamar a atenção do mundo para os tesouros artísticos de uma cidade portuguesa?

Numa listagem em que faz o “Top Ten” dos países, regiões e cidades a visitar em 2011, a Lonely Planet sob o título The world’s greatest bookshops coloca   esta livraria situada na Rua das Carmelitas, no Porto, na terceira posição, depois da City Lights Books, em São Francisco, nos Estados Unidos, e da El Ateneo Grand Splendid, em Buenos Aires.





Livraria Lello (panorâmica do 1. piso)

No guia "Lonely Planet's Best in Travel 2011", a editora classifica a Lello, fundada em 1906, de “uma pérola de arte nova”, que se mantém como uma das livrarias – e talvez mesmo uma das lojas – “mais espantosas do mundo”.


Na descrição do seu interior, destaca “as prateleiras neogóticas” que chegam a fazer concorrência aos livros na atenção dos visitantes. Refere também a decoração das paredes com os bustos esculpidos de escritores portugueses,  sem esquecer a “escadaria vermelha em espiral” que leva os clientes até ao primeiro andar que se assemelha a “uma flor exótica”.


O trilho e o carrinho para o transporte dos livros, a pequena cafetaria no primeiro andar, de onde se vê a luz do dia filtrada por estes raros vitrais, são outras notas deixadas aos leitores deste que se tornou já num dos mais populares guias de viagem em todo o mundo.




Livraria  Lello | Porto


Talvez se lembrem que a Livraria Lello já tinha sido considerada em Janeiro de 2008, pelo diário britânico The Guardian, a terceira mais bela livraria do mundo.

Proving that purpose-built bookshops can be every bit as beautiful as converted buildings, the divine Livraria Lello in Porto has been selling books in the most salubrious of settings since 1881. Featuring a staircase to heaven and beautifully intricate wooden panels and columns (see for yourself with these gorgeous 360-degree views), stained glass ceilings and books - lots of lovely books.





Livraria  Lello, Porto

O actual edifício da Livraria Lello, desenhado de raiz para ser uma livraria, pelo engenheiro Francisco Xavier Esteves, já fora também considerado pelo escritor catalão Enrique Vila-Matas como “a mais bonita livraria do mundo”.

Não são precisas mais palavras!  Admiremos então um curto vídeo criado por espanhóis? Não consegui encontrar nenhum tão cuidado (imagem e texto) em português.  Será possível? Apenas a música está a mais...






"A leitura é uma necessidade biológica da espécie. Nenhum ecrã e nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade de leitura tradicional."

Umberto Eco


G-S

Fragmentos Culturais

29.11.10
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Referências:

BlogTailors (desactivado) | Público.pt

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Jane Moinhet - Home




She may not look like it, but singer Jane Monheit is truly an old soul. 

Lee Mergner

Jane Monheit celebra dez anos de uma carreira notável com  um novo álbum Home. Nele se pode ouvir uma colecção de standards dos anos doirados da música americana. Quase se poderá afirmar que representa o regresso apaixonado às suas origens como cantora de jazz. 

Um repertório suave, consistente e imaginativo para a doce voz de Monheit. Acresce dizer que inclui convidados notáveis da música de jazz como o guitarrista John Pizarelli, o trompetista Joe Magnarelli, o violinista Mark O'Connor entre outros.

Sublinho o dueto com Pizzarelli (um senhor que adoro ouvir!) no tema “Tonight You Belong to Me” e “It’s Only Smoke”, a única composição nova do álbum, de Larry Goldings e Cliff Goldmacher, um dueto com Peter Eldridge.





Para os que gostam de jazz! Uma  excelente audição em noite de sábado entre amigos.




G-S
Fragmentos Culturais
19.11.10
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Fonte : JazzTimes / Christopher London

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Prémio para John Malkovich





John Malkovich/ AP Photo

O actor, produtor e realizador John Malkovich recebeu hoje, dia 14 Novembro 2010, um Prémio Especial de Carreira, na cerimónia de entrega dos prémios do Estoril Film Festival.

Depois de ter mostrado no sábado a sua colecção de moda "Technobohemian", no Museu Condes Castro Guimarães, em Cascais, John Malkovich recebeu das mãos do director do Estoril Film Festival, Paulo Branco, um «prémio especial de reconhecimento da carreira».



John Malkovich/ AP Photo

 Malkovich  na exposição dos esboços da sua colecção, inaugurada ontem, no Centro de Congressos do Estoril.

PosiBom! Este era um aspecto de Malkovich que desconhecia por completo. Mas só demonstra como os artistas podem ser multifacetados.




Entrevistar John Malkovich não deve ser fácil. Houve tempos em que que se dizia ter um temperamento complexo. É sem dúvida um actor excepcional que ocupa um lugar de prestígio no mundo do cinema. 

Dangerous Liaisons realizado pelo cineasta Stephen Frears foi o filme que o tornou célebre. Nele contracenou com Michelle Pfeiffer e Glenn Close. Um grupo fabuloso da história do cinema contemporâneo.

A entrevista montada sobre curtos flashbacks do filme dão uma interessante perspectiva dessa obra inesquecível.


«Não estava nada à espera disto, mas é sempre bom receber um prémio pela coisa que mais gostamos de fazer no mundo»

John Malkovich


G-S

Fragmentos Culturais
14.11.10
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A Daniel (Lobinho) de Sair das Palavras por me brindar de novo com sua fraterna amizade. 



Referência: SOL/Lusa

sábado, 13 de novembro de 2010

O sorriso de Aung San Suu Kyi ? Não mais !









 AP Photo/Khin Maung Win 



Aung San Suu Kyi Prémio Nobel da Paz em 1991 foi libertada hoje depois de sete anos de prisão domiciliária em Myanmar.

A sorrir, com uma flor no cabelo, Aung San Suu Kyi falou por instantes a todos os que a apoiaram.





créditos: Kyi Soe Zeya Tun/REUTERS
http:www.yahoo.com/






créditos: AP Photo/Pankaj Nangia
http:www.yahoo.com/


Antes do anúncio da libertação, cerca de 1500 pessoas, junto a sua casa, apelavam à libertação numa manifestação que começou sexta-feira.
As Nações Unidas recomendaram que terminem todas as restrições a deslocações e actividades da Nobel da Paz.





créditos: REUTERS/Soe Zeya Tun (MYANMAR

Nos últimos 21 anos, Aung San Suu Kyi esteve presa 17 anos, sem acesso ao exterior, sem telefone, televisão e Internet e sem poder receber visitas.

Fragmentos Culturais já aqui tinha dado voz a Myanmar. E nada melhor do que ouvir Just a Perfect Day na versão de Susan Doyle








(...)
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel AlegreTrova do Vento que passa




Etnia Rohingya
créditos: Getty Images

Pelas útltimas notíciasAung San Suu Kyi não está a honrar a distinção que lhe foi entregue. E são muitas as vozes que a acusam de estar a fazer uma limpeza étnica no seu país. Milhares de  Rohingya estão a ser forçados a abandonar o seu país. Cerca de 90,000 Rohingya fugiram para o Bangladesh nos últimos dez dias. 

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, exprimiu na passada terça-feira, o seu repúdio perante tal situação. E afirmou que Aung San Suu Kyi tem a última oportunidade para parar com esta ofensiva:
"If she does not reverse the situation now, then I think the tragedy will be absolutely horrible, and unfortunately then I don't see how this can be reversed in the future."

António Guterres, Secretário-Geral ONU




crise etnia Rohingya/ Myanmar
créditos: AFP

Também o líder espiritual Dalai-Lama apelou Aung San Suu Kyi para terminar pacificamente esta crise do povo  Rohingya:

"May I take the liberty of writing to you once again to tell you how dismayed I am by the distressing circumstances in which the situation seems to have deteriorated further," 

Dalai-Lama, em carta enviada 

Há vozes que se levantam a nível já mundial para que lhe seja retirado o Prémio Nobel da Paz que lhe foi atribuido:

"for her non-violent struggle for democracy and human rights"

Nobel Prize

Se tal se confirma, já que a ONU assim o afirma, deixo aqui um excerto do poema:

Cada dia a cada um a liberdade e o reino 
— Na concha na flor no homem e no fruto 
Se nada adoecer a própria forma é justa 
E no todo se integra como palavra em verso 
Sei que seria possível construir a forma justa 
De uma cidade humana que fosse 
Fiel à perfeição do universo (...)


Sophia de M. Breyner Andresen, O Nome das Coisas, excerto


Triste e desiludida. Aung San Suu Kyi por quem manifestei minha admiração, sei agora que não a merece.

G-S


Fragmentos Culturais

13.11.10
actualização 17.09.2017
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* A Gonçalo de Sabor da Palavra por me brindar de novo com sua amizade. A sugestão do vídeo a ele pertence, já que ouvi esta versão lindíssima no seu blogue.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Lou Reed no Estoril Film Festival 2010





Lou Reed em Lisboa
créditos: Patrícia de Melo Moreira/ AFP

“fotografar é exactamente o mesmo que fazer música”
Lou Reed
O músico norte-americano Lou Reed, ex-guitarrista dos Velvet Underground mostra em Portugal uma nova faceta artística! A fotografia! A sua exposição Romanticism abriu a 4ª edição do Estoril Film Festival no Centro de Congressos do Estoril.
Na exposição, estão representadas 23 fotografias de paisagens naturais e urbanas.
O compositor explicou que gosta essencialmente de fotografar paisagens. No entanto abriu uma excepção para Laurie Aderson*, uma artista norte-americana que fecha a exposição.





Laurie Anderson/ End of the Moon
Best Science-Art Crossover
Foto: Kevin Kennefick
“Eu precisava de uma deusa e ela é a minha deusa (...). Ela não sabia que estava a ser fotografada. É como uma flor”.
Lou Reed
Lou Reed deu no sábado uma masterclass, que esteve aberta ao público e à imprensa. A masterclass seguiu-se à exibição do documentário Red Shirley de sua autoria. Na masterclass, Lou Reed falou de cinema, fotografia e tai-chi.*





Masterclass Lou Reed | Estoril Film Festival 2010
Para além dos eventos ligados a Lou Reed, realço entre outros interessantes e dignos de apreço, a Retrospectiva Kathryn Bigelow, vencedora dos Oscars 2010 Melhor Realizadora e Melhor Filme com o fabuloso Hurt Locker (imprescindível ver) e a Homenagem a Roman Polansky, um dos maiores realizadores da actualidade. 


Lembram Escritor Fantasma, seu último filme, vencedor de "Urso de Prata" do Festival de Berlim?

Poderão ainda consultar no sítio a Selecção Oficial - Em Competição e a Selecção Oficial - Fora de Competição


Dos filmes fora de competição destaco Copie Conforme com Juliette Binoche e Honey a história encantadora de um menino de 6 anos filho de um apicultor que é uma elegia à Natureza (já escrevi sobre este filme num outro espaço). 

Não poderia deixar de relembrar Just a Perfect Day com a colaboração de vozes que vão ter o prazer de relembrar! David Bowie entre tantos outros!






G-S

Fragmentos Culturais

08.11.10
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* Laurie Anderson mulher de Lou Reed

*Tai-chi arte marcial praticada por Lou Reed