
Gray*White*a little bit Yellow
Yoshiko
"Chegámos a um estado de tão profunda fragilidade e pequenez, que se tornava importante saber se tínhamos vivido, ou se tínhamos sonhado o nosso passado. A diferença é mínima, mas o desencanto pode ser mortal.
Ir buscar plenitude, é garantir a respiração harmónica e metódica do meu corpo nascido para perdurar» De um falcão no punho.!
Maria Gabriela Llansol, De um falcão no punho, 1985
Maria Gabriela Llansol, de ascendência espanhola, nasceu em Lisboa em 1931 e é considerada uma das mais inovadoras escritoras da ficção portuguesa contemporânea.
Morreu aos 76 anos na sua casa de Sintra, dia 03 de Março de 2008.
A escritora Maria Gabriela Llansol venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) em 2006, pela obra Amigo e Amiga - Curso de Silêncio de 2004 (Assírio e Alvim).
Foi a segunda vez que foi galardoada com este prémio, depois de, em 1990, ter sido distinguida pela obra "Um beijo dado mais tarde".
"Até hoje, a autora nunca deixou de acompanhar a escrita dos seus mais de trinta livros com a destes cadernos, que, apresentando paralelos e convergências com as obras editadas, vão muito para além delas e construirão um instrumento fundamental para a investigação e o esclarecimento da Obra desta autora da nossa literatura contemporânea."
João Barreno
Os cadernos, que contêm quinze a vinte mil páginas e papéis manuscritos, apresentam textos, desenhos e colagens da autora.
Maria Gabriela Llansol deixa obras como "O Livro das Comunidades" (1974), "Causa Amante" (1984), "Um falcão no punho" (1985) e "Um beijo dado mais tarde" (1990).
O Livro das Comunidades
http://espacollansol.blogspot.com
"Maria Gabriela Llansol é um caso ímpar na ficção contemporânea, de jorrante, inesperada e original criatividade.
O texto é a única forma de identificar o sexo e a humanidade de alguém porque, ó poeta estranho, o sexo de alguém, é a sua narrativa. A sua, ou a que o texto conta, no seu lugar. Assim o sexo será como for o lugar do texto."
Lisboaleipzig 2
Voz das mais secretas e discretas na literatura portuguesa contemporânea de difícil classificação porquanto a sua escrita quebra constantemente as fronteiras - em cada um dos seus livros ou no Livro único que parece escrever ao longo dos anos - entre prosa e poesia, ficção e diário, romance e novela.
DGLB
"Aliando a subjectividade enunciativa a um forte pendor mítico de implicação lírica, que funda numa visão da vida e do mundo de tipo religioso herético, sensualista e naturalista, a sua ficção caracteriza-se por uma hibridez de registos e de convocação, temporal e espacial de entidades, que no entanto assume uma coesão que lhe é dada por uma marca discursiva persistente e inconfundível."
Quando se deseja alguém, como tu desejas Infausta, e ela deseja Johann, é o seu lugar cénico que se deseja,
os gestos do texto que descreve no espaço
e chamar-lhe
precioso companheiro;
de mim, direi que fui uma vez enviado,
trouxeste a frase que nunca antes leras,
o meu corpo a disse, e não reparaste que ficaste com ela escrita.
Lisboaleipzig 2
G-S
Fragmentos Culturais
10.03.2008
Copyright © 2008-Fragmentos Culturais Blog, fragmentosculturais.blogspot.com®