Alice Munro [1931-2024]
credits: Chad Hipolito/The Canadian Press via AP, File
"Alice Munro, the Canadian literary giant who became one of the world’s most esteemed contemporary authors and one of history's most honored short story writers, has died."
Amada Vida
Alice Munro
Relógio d'Agua
"master of the contemporary short story”.
Nobel Prize
Munro é assim a 13ª mulher a receber este prémio. No entanto, a escritora já recebera outros importantes prémios literários. Man Booker Prize (2009) é um deles.
Tem livros traduzidos em mais de dez idiomas. Suponho que toda a a obra de Alice Munro está publicada em Portugal pela Relógio d'Agua.
Amada Vida, uma colectânea, é segundo a autora o seu último livro. Foi editado por cá, em Maio 2013. Um estilo delicado, histórias de vidas comuns, contadas com sofisticada sensibilidade. Li de cada uma das autoras, apenas um livro.
Alice Munro
créditos: autor não identificado
"Alice Munro não o desmerece – mas, perdoem-me franqueza, não é melhor do que Lídia Jorge, Luísa Costa Gomes ou Teolinda Gersão. Enfim. "E o conto é, sem dúvida, uma delicada forma de arte, mas o trabalho do contista não se compara à exigência arquitectónica implícita no trabalho de um bom romancista."
Inês Pedrosa (excertos de artigo)
Bem, não posso concordar totalmente com Inês Pedrosa. Embora ela tenha enunciado nomes 'grandes' da literatura que muito admiro e releio.
Não é apenas pelo mérito da escrita que se recebe um Nobel. E não vejo o conto como arte menor da literatura! Bem pelo contrário. Felizmente estão comigo dois críticos literários na revista Ler.
Há muitos romancistas. Mas há poucos escritores considerados bons na arte do conto. Nada pois, é tão linear.
Alice Munro [1931-2024]
crédito: Derek Shepman
Alice Munro, a escritora canadiana sobre quem escrevi mais acima, e que se destacou como contista, vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 2013, morreu dia 13 Maio 2024. Tal como Doris Lessing, perdida na sua memória. Terrível doença.
Alice Munro foi uma escritora que se afirmou literariamente ao abordar nos seus escritos temas como a escuridão e o desejo na vida quotidiana. Foi também distinguida com o Prémio Man Booker Internacional em 2009.
Como já escrevera antes, foi a primeira escritora canadiana a receber um Prémio Nobel, distinguida "pela sua mestria no conto contemporâneo”.
Outono no Parque de Serralves
créditos: Serralves
Escrevia este post quando li a notícia da catástrofe nas Filipinas. Não podia publicar fragmentos de cultura quando vidas de milhares de pessoas eram destruidas.
Emocionada, prestei tributo a um povo sofredor. Senti-me triste. E adiei.
Hoje, voltei. Não por completo. Dividi-o. Suponho que alguns assuntos poderão ser interessantes, apesar de um pouco desfazados no tempo - tudo passa tão rápido no mundo em que vivemos! - e acrescentei outro. Mais 'actual' (entenda-se 'actual' como sendo de hoje).
Mas em fragmentos, falo dos meus afectos culturais, presentes ou passados, andando por aí, entre trabalho, momentos de pausa, música e/ou concerto(s), cinema. E claro! Leituras.
Do Outono voltou a sentir-se o aroma, nesta luminosidade leve. As folhas soltas arrumam-se pelos cantos, perdidas. O sol de Inverno tem dado alento aos nossos dias.
Das janelas, avista-se a paisagem em tons pastel sob o infinito suave. Na rua, aconchegam-se os agasalhos.
Tempo ideal para escrever, falar de música e/ou concertos - uma noite passada na Sala Suggia - livros, com uma fumegante tisana aromatizada por perto. Noite fria. Lua cheia.
Doris Lessing [1919-2013]
créditos: Toby Melville Files | REUTERS
"A compelling storyteller with a fierce intellect and a warm heart”
Doris Lessing, Prémio Nobel da Literatura 2007 morreu esta manhã, 17 de Novembro 2013. A escritora britânica, nascida no Irão em 1919, vivera no Zimbabué, mudando-se em 1949 para Inglaterra. Aí publicou seu primeiro romance, The Grass is Singing (1950).
"that epicist of the female experience, who with scepticism, fire and visionary poet has subjected a divided civilisation to scrutiny".
Nobel Prize
Doris Lessing
Doris Lessing foi a 11ª escritora (no 'feminino') a receber o Nobel. Não era muito conhecida, na altura, o que muitas vezes acontece. Lembremos Herta Mueller (2009).
Mas triste é saber que Lessing perdera a memória há algum tempo. Que lástima! Uma vida intelectual tão intensa. Atroz doença.
Não lembrava mais ter sido escritora, nem galardoada com o Nobel. Quase tudo se esvaíra. Mas adorava ouvir ler. Quando os amigos a visitavam, liam-lhe excertos dos seus livros. Dizem que se emocionava, mas não recordava tê-los escrito. E, no entanto, tem uma vasta bibliografia, cerca 60 obras publicadas.
Autora de O Caderno Dourado, A Erva Canta, O Quinto Filho, e tantos outros. Era conhecida pelos seus romances, contos, poesia e outros obras, mas também pelas suas posições anti-apartheid, anti-colonialista e feminista.
BBC dedica-lhe vários artigos que pode ler. Também há um interessante vídeo a ver aqui. Nele, Lessing, na 1ª pessoa, fala de si e dos seus livros.
Aimee Mann
crédito: via Google Images Archive
Finalmente, a música. Música! Aimee Mann quase encheu a Sala Suggia, no dia 7 Novembro 2013. Casa da Música. Concerto semi acústico, intimista.
A cantautora californiana que muitos associam ao tema One em Magnolia, filme de Paul Thomas Andersen (1999), encantou os fãs pela simplicidade e talento. Veio apresentar seu último trabalho Charmer, lançado em Setembro 2012.
Se esperavam um noite quente, bem animada, desenganem-se! Aimee Mann permaneceu igual a si própria, tal como transparece na sua música. Calma, simpática, talentosa sem dúvida, muito pragmática.
Aimee Mann | Casa da Música
crédito: Gustavo Machado/ Arte-Factos
Ninguém se levantou, entusiasmou, ou acompanhou suas canções. Tudo muito soft, ao jeito mesmo de Aimee Mann. No registo quase monocórdico, ninguém ousou levantar-se, trautear, balancear. Nada.
Não fossem as luzes, o envolvimento humano, a sala, quase não nos sentiríamos num concerto ao vivo.
É óbvio que a belíssima One da banda sonora de Magnolia fez sucesso. Mas sem muito envolvimento. A canção é intimista.
Apenas para o encore, nos levantámos. Uma ovação de agradecimento (a cantora permaneceu em palco mais de duas horas) trouxe o novo trabalho Aimee Mann e os seus músicos, bem como Ted Leo, que fez a primeira parte do concerto e dividiu alguns temas com Aimee Mann, na segunda parte.
Saí desiludida? Não. Pressentia este género de concerto. Conhecia o estilo da cantora. Para valorizar a sua voz, dois excelentes músicos, baixista/voz e pianista, imprimiram um estilo mais pop aos temas instrospectivos de Aimee Mann.
Uma noite serena, como esta de domingo, apesar da lua cheia. E a noite em azul-rei está linda.
G-S
Fragmentos Culturais
17.11.2013
actualizado 14.05.2024
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