segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Novo Ano ! Faça-se Luz !







La Dame Ovale
Leonora Carrington Green Tea, 1942
Exposition 'Surréalisme'
Centre Georges Pompidou


Parto para 2025 e deixo inacabados, com esperanças e desilusões. Paradoxo. Mas é sempre bom pensar e sentir com verdade. 


"Mudar o mundo é mudar os ponteiros onde se marca o bem e o mal. Não quer dizer pô-los ao contrário, mas dar-lhes andamento certo.

A vontade de transformar o mundo. Desgraçado do povo que não compreende isso: ele não tem génio. E triste do poeta que não sente assim, porque ele não tem simpatia pela vida."

Agustina Bessa-Luís, Mudar o Mundo


Tenho uma enorme aspiração que o mundo mude para muito melhor! Aspiração profunda, sentida. Direi como Agustina com uma pequena alteração... 

"Desgraçada 'da Humanidade' que não compreende isso: ela não tem génio." 


Não tem sensibilidade, Não quer ter a bondade de ser fraterna. 


O que está feito é irreversível ! Mas podemos ter múltiplos gestos para tentar mudar.


Tenho lido boas e más profecias para 2025. Vamos acreditar na intermédia. 


Faço votos sinceros que o mundo mude em 2025! Isso está na minha vontade e na vontade de cada um de nós! 


E na vontade daqueles que se julgam 'donos do mundo' ! Faça-se LUZ no Universo !

Só quando formos muitos para os coartar, é que chegaremos ao nosso dom maior. Mudar o mundo para muito melhor!


Bom Ano 2025 para todos, especialmentos para os poucos mas fiéis amigos que continuam a ler-me.


G-S


Fragmentos Culturais


30.12.2024

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quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

BBC Women 100 2024 : Maria Teresa Horta [1937-2025]

 




Women 100 2024
créditos: BBC

"The BBC has revealed its list of 100 inspiring and influential women from around the world for 2024."

Entre elas estão estão a astronauta Sunita Williams, a sobrevivente de violaçóes Gisèle Pelicot, a actriz Sharon Stone, as atletas olímpicas Rebeca Andrade e Allyson Felix, a cantora Raye, a vencedora do Prémio Nobel da Paz Nadia Murad, a artista visual Tracey Emin, a activista climática Adenike Oladosu e a escritora Cristina Rivera Garza.




Maria Teresa Horta

crédito: Tiago Miranda

via Expresso


E resistente escritora e poeta, Maria Teresa Horta, também aí está incluída  !


"Writer and journalist Maria Teresa Horta is one of Portugal’s most prominent feminists and author of many award-winning books, but she is perhaps best known as co-author of the internationally acclaimed Novas Cartas Portuguesas (New Portuguese Letters), written with Maria Isabel Barreno and Maria Velho da Costa."

BBC 100 Women 2024




Novas Cartas Portuguesas, 1a edição, 1972

Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa

Estúdios Cor





Novas Cartas Portuguesas, 1a edição, 1972

Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa

Estúdios Cor

via Bestnet Leilóes


A escritora e jornalista portuguesa Maria Teresa Horta é descrita como "uma das feministas mais proeminentes de Portugal e autora de muitos livros premiados" destacando as "Novas Cartas Portuguesas", escrito em coautoria com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. 

Foi editado, em Abril de 1972, pela Estúdios Cor, dirigido por Natália Correia. Em um país onde as mulheres eram educadas para se manterem distantes dos acontecimentos e da cultura, Natália Correia conseguiu rasgar os horizontes. A sua voz fazia-se ouvir! 

Daí não me admirar nada que a poeta, e política desse voz também a estas "Três Marias".

O livro foi apreendido em Junho, a censura 'catalogou' a obra como 'imoral' (?) Foi proibido e retirado das livrarias. As autoras e editor, foram incriminados e levados a tribunal. O caso só terminou com a revolução de 25 de Abril de 1974. Nessa altura, já era um best-seller em Portugal e no estrangeiro.





As 3 Marias
via Museu do Aljube

A proibição da obra pelo governo da época, no ano da publicação, 1972, e o julgamento do processo conhecido por "Três Marias", por alegada ofensa à moral pública, segundo os padrões da censura da época, fizeram manchetes e inspiraram protestos em todo o mundo", escreveu a BBC.


O impacto internacional divulgado em França pela escritora Simone de Beauvoir - escritora que estudava na Faculdade de Letras -, chamou-me de imediato à atenção, até pela divulgação da proibição do livro em Portugal que as "Três Marias", assim vulgarmente denominadas, foram alvo de um processo.





Novas Cartas Portuguesas, 2a edição, 1974

Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horts e Maria Velho da Costa

Futura

https://www.livraria-trindade.pt/


Li o livro, edição 1974. Guardo-o religiosamente, entre muitos outros. Mas este tem um saboir especial. O primeiro livro de uma era que começara com Natália Correia, cujo Centenário foi celebrado em 2023. Foi mesmo?!


Já não lembro onde adquiri esta edição. Sei que li o livro, saboreando cada palavra, cada página... Era uma nova era! Uma escrita a três, sem sabermos quem escrevera o quê, dado o compromisso, assumido pelas autoras, de nunca revelarem a autoria individual dos vários textos.


Era o renascer de um tempo novo, sim, que se abria na literatura feminina portuguesa. Desta vez, fora-se mais longe, numa época tão castradoraa nível das ideias. 


Embora de família conservadora, fui sempre muito atenta às ideias que saíam fora do comum, talvez pelas viagens constantes com meus pais a França, centro da cultura e das novas ideias que invadiam a arte em várias frentes. Hoje dir-se-ia mais avançadas no que que diz respeito ao papel das mulheres. Fui a única, entre vários irmãos, a querer tirar um curso universitário.

Enfim, era aguerrida no pensamento e nas ideias, gostava de as debater entre alguns, mas conservadora no estar. 





Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa

via RTP Ensina


A obra "As Novas Cartas Portuguesas"  e as suas autoras foram alvo de defesa pública internacional de várias e conceituadas personalidades. Marguerite Duras, - autora que lia - Doris Lessing, que só li muito mais tarde, e Iris Murdoch e Delphine Seyrig.


Quando se juntaram para compor uma teia de poemas, cartas, ensaios e contos, Maria Isabel Barreno [1939-2016], Maria Velho da Costa [1938-2020] e Maria Teresa Horta [1937], não imaginaram, talvez que o seu livro provocasse tão efusivas manifestações, muito menos a nível internacional.


O livro Novas Cartas Portuguesas adquiriu uma enorme carga simbólica.


Infelizmente duas das escritoras já nos deixaram. Só Maria Teresa Horta continua a escrever. O que ela mais gosta de fazer.





Maria Teresa Horta 
crédito: Autor não identificado
via Google Images Archive

Posso sentir-me perto de Teresa, como 'amiga'. Sem nunca a ter conhecido, pessoalmente. Leio muitos dos seus últimos poemas. Agora mais escassos. Pelo menos vindos a público na sua página oficial.


Tem Livros belíssimos! De alguns, deixei por aqui vários excertos. 


Mas o que mais admiro hoje em dia é a sua poesia. Alguns poemas e curtas passagens de poemas de Maria Teresa Horta também lerão por aqui. 


Gosto do erotismo que imprime aos seus versos. Não em todos. Os menos 'despidos'. Gosto dos mais ternos, imbuidos de um erotismo mais afectuoso.


Maria Teresa Horta foi recentemente distinguida pelo Ministério da Cultura com a “Medalha de Mérito Cultural”, pelo seu contributo incomparável para a cultura portuguesa. 


A poeta não gosta de prémios, gosta de escrever. Sempre à mão. A poesia é a sua linguagem e o erotismo o seu tom de alma. 


Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago
sem termos sido a cidade
nem termos rasgado pedras
sem descobrirmos a cor
nem o interior da erva.

Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
minha raiva de ternura
meu ódio de conhecer-te
minha alegria profunda.

Maria Teresa Horta, Poema sobre a recusa




Maria Teresa Horta [1937-2025]

via RTP


Maria Teresa Horta deixou-nos neste dia, 04 de Fevereiro 2025.


Começo a juntar a fraca
claridade
dos dias demasiados curtos

e a sua gélida sombra
sobra entre os meus dedos

(...)

Clamo em vão, a procurar abrigo
na floresta onde fico
à espera entre as árvores

da vitória da luz sobre a escuridade

Maria Teresa Horta, Solstício de Inverno, Dezembro 2015


G.S

Fragmentos Culturais

12.12.2024

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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Notre Dame de Paris ! A beleza deslumbrante da catedral reconstruida ! Reabertura ao mundo !

 



Pietà
Notre Dame de Paris 2019
créditos: Christophe Petit Tesson/POOL/EPA-EFE/
REX/Shutterstock


"Tous les yeux s’étaient levés vers le haut de l’église. Ce qu’ils voyaient était extraordinaire. Sur le sommet de la galerie la plus élevée, plus haut que la rosace centrale, il y avait une grande flamme qui montait entre les deux clochers avec des tourbillons d’étincelles, une grande flamme désordonnée et furieuse dont le vent emportait par moments un lambeau dans la fumée."

Victor Hugo 
in Notre Dame de Paris, 1831

Premonição de autor? A tragédia a que o mundo assistiu em Abril 2019, deixou-nos prostrados frente ao pequeno ecrã. Impossível !! Um do monumentos mais smbólicos do mundo, Notre Dame de Paris era destruída por enormes labaredas de fogo.

Olhando as imagens, veio-me ao pensamento um excerto da obra Notre Dame de Paris de Victor Hugo 

O simbolismo que em Notre Dame se quiser encontrar, leva-nos sempre a Victor Hugo e à sua magnífica obra, Notre Dame de Paris








créditos: Stehane de Sakutin Poll via AP
via The Times

Eis agora, de novo, reerguida a Pietà que me levava sempre a emudecer, quando a venereva, perante a lancinante dor, espelhada na expressão daquele rosto, emocionalmente esculpido por Nicolas Cousteau em 1723.






Notre Dame 2024 (restaurada)
 Chapelle Saint-Marcel, décorée d’une fresque peinte par Théodore Maillot entre 1864 et 1868 
crédits: Connaissance des Arts / Manolo Mylonas


Hoje, sentimos um misto de oração e agradecimento aos 1.200 artesãos e arquitectos pelo trabalho incansável na restauração deste lugar sagrado. Marco histórico do Gótico, e Património Mundial da Humanidade. 






Notre Dame 2024 (restaurada)
crédits: Cristophe Petit Tesson AFP/ Getty Images
via NPR


Tantas vezes aí entrei. A primeira vez pela mão de meus pais. Memórias que guardo religiosamente.

E depois pela leitura de Notre Dame de Paris de Victor Hugo (1482).Como estudante universitária, e mais tarde, revisitado ao longo da vida pedagógica. Não só. É uma obra que fica gravada em nós. Outras memórias.

Já adulta lá voltava a Notre Dame, sempre que visitava Paris. Levada pelas memórias afectuosas. E mais tarde, pela beleza da obra de Victor Hugo no seu intenso e misericordioso romance Notre Dame de Paris.





Ilustração do livro original Notre Dame de Paris
Victor Hugo 1831
crédito: Luc-Olivier Merson


"La passion de l'archidiacre Claude Frollo pour la bohémienne Esméralda le conduira à tuer son rival Phœbus et à livrer au gibet Esméralda, accusée du meurtre, malgré les efforts du sonneur de Notre-Dame, Quasimodo, pour la sauver. Ce dernier précipitera Frollo du haut d'une tour et se laissera mourir auprès de la jeune victime."

(Livre huitième, chapitre VI)
in Larousse


A acreditar no biógrafo de Victor Hugo, Graham Robb, o que entusiasmava a maior parte dos visitantes da  catedral, era o hábito de um guia que, apontando para uma janela junto à torre do lado do rio Seine, dizia a quem o seguia que Victor Hugo ali havia escrito Notre-Dame de Paris.








Os homens, quando querem, fazem nascer novas lendas. Ou renascer das cinzas um novo amanhecer. 

Será que se puder voltar a Notre Dame, sentirei as mesmas emoçoes? Ou verei o que conhecera antes, com um novo olhar?! A renovação do belo espaço, bem mais claro, como que querendo apagar os dramas reais e ficcionados por Victor Hugo. E já sem as históricas lendas? Não sei ! 






Notre Dame 2024 (restaurada)
Les voûtes sur croisée d'ogives de la nef de la cathédrale. 
crédits: Connaissance des Arts / Manolo Mylonas


Talvez Quasimodo e Esmeralda pela mão de Victor Hugo espreitem, redimidos, lá do alto, sorrindo a um novo olhar que outrora estava preso às lendas e drmas. Mas também a emoções intímas...


Um 'novo' espaço este, mesclado de muito do antigo, que despertará emoções diferentes, fortes, certamente, perante a grandiosidade da arte de eterna beleza que conta e contará a Históra com novos olhares, outras afeições.






Le travail de restauration dans les 24 chapelles que compte Notre-Dame. La plupart des couleurs qui réapparaissent aujourd'hui datent des restaurations menées par Viollet-le-Duc au XIXe siècle.
crédits: Patrick Zachmann / Magnum Photos   


"C’est véritablement l’âme de Notre-Dame de Paris et ses vingt-neuf chapelles qui vont s’éveiller en même temps que sa flèche s’élèvera !"

Apenas a Pietà nos trará de volta a doce sensação do passado que se torna presente.

Notre Dame abriá ao público nos próximos dias 7 e 8 de Dezembro 2024.


"Notre-Dame de Paris resplendit comme jamais auparavant. Après une restauration exceptionnelle, la cathédrale dévoile la splendeur de ses décors intérieurs à quelques jours de sa réouverture au public."

connaissances des arts


G-S

Fragmentos Culturais

03.12.2024
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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Falando de livros e de Han Kang, Prémio Nobel da Literatura 2024 !

 




Nobel da Literatura 2024

via El Universal/ gu generación universitaria


"I’m so surprised and absolutely I’m honoured."

Han Kang


Contra a maioria das previsões, raramente assertivas, o Nobel da Literatura 2024 foi entregue à escritora Han Kang


Entre alguns dos possíveis nomeados, estavam escritores que muito admiro. António Lobo Antunes, Salman Rushdie, Haruki Murakami, só para citar os que mais leio.


Já toda a gente, todos os media escreveram sobre o Nobel da Literatura 2024.Eu sei! Mas não quero deixar de escrever algo que me diz muito. O mundo do livros, E dos escritores.


Para mais o Dia Mundial do Escritor foi dia 13 Outubro. Há que celebrar quem nos enrique a alma, dando-nos um dos maiores bens. Os livros.





Han Kang
Nobel da Literatura 2024
credits: Niklas Elmehed/Illustrations: 
© Niklas Elmehed, Nobel Prize Outreach 2023


Han Kang foi seleccionada “for her intense poetic prose that confronts historical traumas and exposes the fragility of human life” 

The Swedish Academy

Pela primeira vez, uma escritora asiática foi premiada pela Nobel Academy! Han Kang, sul-coreana, já escreve desde 2004. Mas foi em 2015 que começou a ser conhecida no Ocidente, após a tradução em inglês do livro The Vegetarian em 2015. Tradução de Deborah Smith.


Publicado em Portugal pela Dom Quixote em 2016, após ter ganho o Man Book Prize. O livro fora escrito em 2007. Li o livro nas férias desse verão. Estava muito curiosa...





The Vegeterian
Han Kang


"A beautiful, unsettling novel about rebellion and taboo, violence and eroticism, and the twisting metamorphosis of a soul."


Um dos meus bons 'vícios' é passar pelas livrarias para folhear as novidades. Gosto do cheiro dos livros. E, quase sempre, compro um livro sobre o qual já lera algo. Ou apenas porque conheça o.a escritor.a.








Han Kang, 2015
credits: David Levene/The Guardian


Han Kang nasceu em Gwangju em 1970. Desde os dez anos de idade, cresceu em Suyuri, Seul, depois de a sua família se ter mudado para lá. 


Estudou literatura coreana na Universidade Yonsei. Estreou-se literariamente como poetisa ao publicar cinco poemas, incluindo “Winter in Seoul”, na edição de inverno da Munhak-gwa-sahoe (Literatura e Sociedade) em 1993. 


Começou a sua carreira como romancista no ano seguinte, vencendo o Concurso Literário da Primavera de Seul Shinmun de 1994 com “Red Anchor”. Publicou a sua primeira colecção de contos intitulada Yeosu (Munji Publishing Company) em 1995. Participou no Programa Internacional de Escrita da Universidade de Iowa durante três meses em 1998 com o apoio do Arts Council Korea.






A Vegetariana
Hang Kang
Man Booker International Prize 2016
edições Dom Quixote

"The author, who has never shied away from criticizing Korean culture, has also given South Korea its first Nobel Prize in Literature."

Ed Parks, The Atlantic, Books


Esta foi a capa que atraiu de repente meu olhar. Flores lindas... com um pedaço de carne no meio delas? Hum! Chamativa pelo nonsense, sem dúvida. Despertou-me múltiplos sentires. Peguei e abri ao acaso. Adoro o toque e o aroma do papel que vai saindo dos livros enquanto os folheamos.


Já lera que a autora ganhara o Man Booker Prize, Estou atenta às coisas de livros. E o Man Booker Prize é um prémio de renome internacional. Escolhi um dos exemplares, e li curtos excertos. Comprei.





The Vegetarian 
Han Kang
Man Book Prize



“[Han] Kang viscerally explores the limits of what a human brain and body can endure, and the strange beauty that can be found in even the most extreme forms of renunciation.”


Li durante essas férias este seu primeiro livro editado em Portugal. Tinha toda a curiosidade em compreender. 


Kang estivera na Feira do Livro do Porto 2017. Seria talvez a rara oportunidade de escutar uma das vozes mais originais da nova literatura. Não pude comparecer.


Veio falar das suas obras (saira há poucos dias o seu segundo livro, Actos Humanos) divulgando pormenores reais, e até mais intimos, do seu processo de escrita.




Hang Kang
crédits: YouTube


No entanto, pude ler uma entrevista com Hang Kang, no Expresso. Entendi melhor a dor e a violência das palavras de A Vegetariana, a que a autora juntou sensualidade, numa tridimensionalidade estoica acerca da situação da mulher numa sociedade conservadora.


Ela escreve expondo e despertando todos os sentidos a que dá muito ênfase na sua prosa. Sensações vividas. Imagens visuais, tácteis e auditivas, deixando-as passar atráves das suas palavras.


Um livro perturbador sobre tabu e revolta, violência e erotismo. A metamorfose da alma.


Apesar da escrita quase coloquial, um livro não muiro fácil, se não deixar passar tudo o que a escritora nos quer fazer sentir. Aconselho vivamente.







Han Kang, alguns dos seus livros
credits: Jessica Gow/ CNN


Não deixem de ler a entrevista na sua língua materna, traduzida e legendada em inglês. Este documento mostrou-me a sensibilidade da jovem mulher por trás da sua escrita.


Não voltei a lê-la. Apesar de já ter imensos livros publicados em Portugal. No entanto, ao percorrer a listagem dos seus últimos livros, há um que aguardo em 2025...






We Do Not Part
Han Kang. 2025


O livro mais revelador de Han Kang, depois de The Vegetarian, We Do Not Part conta a história de uma amizade entre duas mulheres, enquanto avalia um capíltulo escondida da História sul-coreana. Veremos.


"When I write fiction, I put a lot of emphasis on the senses. I want to convey vivid senses like hearing and touch, including visual images. I infuse these sensations into my sentences like an electric current."

Kan Kang
in The Booker Prize


G-S

15.10.2024

Fragmentos Culturais

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