domingo, 27 de janeiro de 2008

Fama enganadora e injusta : tributo a jovens actores





Heath Ledger, 28 anos





Brad Renfro, 25 anos
créditos: Stephen Shugerman/Getty
http://www.people.com/

Dois jovens e promissores actores de Hollywood morreram no espaço de uma semana: Heath Ledger " Brokeback Mountain" e Brad Renfro "The Client".

Heather Ledger na fantástica interpretação em O Segredo de Brokeback Mountain filme vencedor do Leão de Ouro - "Festival de Veneza 2005" que a RTP1 passou ontem à noite, numa curta homenagem ao actor.

Brad Renfro, que surpreendeu tudo e todos aos 12 anos, quando contracenou com grande cumplicidade junto de Susan Sarandon e Tommy Lee Jones em The Client.

Estas duas trágicas mortes evocam as de mitos do cinema como James Dean, River Phoenix ou Marilyn Monroe.


Fama e dinheiro são ingredientes frequentes na receita do sucesso no cinema. E a maior parte destes actores são apanhados em fase adolescente! E depois há que contar com um forte carácter para não entrar nas drogas e álcool.

Como a história se empenha em comprovar, alguns dos que provam as dádivas deste mundo encantado não conseguem assimilar a sua transcendência e acabam por ser devorados pelas suas próprias sombras.






River Phoenix, 23 anos
James Dean, 24 anos


Marilyn Monroe, 36 anos

"Ó mente humana, ignorante do porvir e da sorte futura, e que não sabe guardar moderação quando o sucesso a exalta!"

Virgilio, Eneida


G-S


Fragmentos Culturais, Angel in the snow Elliot Smith

27.01.2007
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sábado, 19 de janeiro de 2008

Livros : Mulheres que lêem são perigosas ?






Les Femmes qui lisent sont dangereuses
Laure Adler & Stefan Bollmann
http://editions.flammarion.com/Catalogue/


(...)"derrière le bonheur de la femme qui lit court une réprobation toujours renouvelée, qui va jusqu'à la persécution. Car son plaisir est une honte, et son abandon, un vice." (...)


Elke Heidenreich, Préface

in Les Femmes qui lisent sont Dangereuses, Laure Adler & Stefan Bollmann, Flamarion, 2006

As mulheres que lêem foram desde sempre consideradas perigosas e até perseguidas. E isto desde a Antiguidade.

Sapho é tida historicamente, como a primeira mulher poeta. Viveu no séc. VII a.C. na Grécia. Célebre e apreciada, apenas chegaram até nós fragmentos e citações esparsas, feitas por outros autores. 

Diz-se que a sua poesia era lírica e que o tema favorito era a paixão amorosa.






Sapho (fresco de Pompeia)





Este é tido como um dos poucos fragmentos que chegaram até à Modernidade.






Sapho - Fragmento 98
http://www.as.miami.edu







Hipatia de Alexandria (360 d.C. - 415 d.C.)
Gravura provável: Gasparo
http://pt.wikipedia.org

"Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos de seu tempo. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber seus ensinamentos."

A Vida de Hipátia, Sócrates, o Escolástico
, História Eclesiástica

A sua eloquência, beleza e dotes intelectuais atraiam muitos alunos. Hipatia simbolizou o aprendizado e a ciência , que os primeiros cristãos identificavam com o Paganismo. Por este motivo foi cruelmente assassinada






La Liseuse 
Pablo Picasso
pastel em papel
http://www.christies.com/






La Liseuse 
Felix Valloton




La Lectrice 
Pierre Pivet


Perigosas por que razão? Porque lêem? Talvez porque reflectem, porque pensam, porque reagem, porque opinam!


Porque são mais criativas, mais apaixonantes e por que não mais apaixonadas?


As coisas pioram, se a essa inteligência se associar beleza física! Aí há toda uma pressão social que ainda continua a ser sentida! Isto é um facto! As mulheres não as perdoam. E os homens temem-nas?


"Les hommes prennent - souvent - les femmes belles pour des connes"

Laure Adler, Les femmes qui lisent sont dangereuses, 

Flamarion, 2006

Não comprei nem li o livro, embora ao folheá-lo me parecesse bastante interessante. Muito bem documentado, e inclusão de vasto e conceituado historial fotográfico.


Mas, não estava nas minhas prioridades. Afinal outros livros me encantavam!

Paridade cultural é muito desejável! E um direito inalianável. Se assim não for, qualquer tipo de relacionamento termina! Pela falta de esforço de uma das partes, na sua própria evolução.

A construção de um relacionamento em conjunto tem muito mais sabor! E uma mulher inteligente é muito mais interessante. Não são da mesma opinião?

Há felizmente casos bem sucedidos! Mulheres cultas e lindas que encontram homens fortes que apreciam nelas, precisamente, a inteligência. E numa relação profunda, evoluem par a par. Mas não são muitos...

G-S

Fragmentos Culturais


06.01.2007

(reescrito depois de ter sido publicado sob pseudónimo)

19.01.2008

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sábado, 12 de janeiro de 2008

Peões em Jogo - o filme




Lions for Lambs, 2007
http://www.imdb.com

"A wake-call for America"

Pete Hasmmond, Maxim


Neste momento, há pelos menos dois filmes em exibição na corrida para os Academy Awards de Hollywood, vulgarmente conhecida como a entrega dos Oscars. Dois filmes fortes que abordam a problemática das guerras no Oriente.

E com o tempo chuvoso e brumoso como este que se tem feito sentir, nada melhor do que me recolher numa confortável sala de cinema e assistir a um bom filme!



Lions for Lambs! Esperava com ansiedade este último filme de Robert Redford Talvez o mais ousado provocador das consciências dos norte-americanos.

Reúne três actores míticos, o próprio Robert Redford - realizador e actor - Meryl Streep e Tom Cruise. Três enormes nomes do cinema que marcam diferentes gerações, desde a década de 70.




Lions for Lambs
http://www.imdb.com

Ser-me-ia difícil enumerar o número de filmes, sempre de qualidade, em que os vi participar! Todos me agradaram, por um motivo ou por outro, mas sobretudo pela versatilidade e carisma de cada um destes grandes actores! 


Robert Redford, na dupla vertente de actor - realizador, agrada-me seriamente.


Parece-me quase desnecessário afirmar que as minhas expectativas saíram plenamente realizadas! E a de todos, não muitos, os que se encontravam na sala, aquela hora em final de tarde de frenesim consumista.

O filme apresenta uma profunda mas serena crítica às notícias e políticas de uma nação dividida, explorando as consequências humanas de uma complexa guerra. Explosivo na sua serenidade ousada!

Peões em Jogo (tradução portuguesa, em jeito de metáfora) apresenta-nos três histórias, cada uma delas bem delineada, e em sincronia total com a história central.

Tom Cruise no papel de Jasper Irving, um importante congressista que contacta a conceituada jornalista Janine Roth - Meryl Streep - confiando-lhe uma nova estratégia militar, induzindo deste modo a jornalista a escrever um exclusivo sobre a política governamental.

A mesma Janine Roth,
peça fundamental do sucesso da carreira política deste promissor senador, num artigo de opinião, no momento em que ela vira nele uma nova esperança!



Lions for Lambs

Entretanto dois antigos alunos em Ciência Política do Dr. Stephen Malley - Robert Redeford, Ernest e Arian - interpretados por Michael Peña e Derek Luke -jovens de escolas suburbanas que chegaram ao ensino universitário. Voluntariam-se na convicção de seguir os desafios do seu professor-tutor,  e encontram-se no campo de batalha, na precisa altura em que uma nova e infame ofensiva está em curso. E vão perecer de pé, como verdadeiros heróis, devido aos gravíssimos ferimentos, numa atitude de auto-coragem e martírio.





Robert Redeford | Prof. Mailley
Lions for Lambs

Prof. Mailley angustiado por tal perda, tenta no papel tutorial académico que lhe cabe, alertar Todd (Andrew Garfield), um aluno promissor, mas indiferente, para a importância das suas potencialidades. E mais do que isso, para o despertar da sua jovem consciência de cidadão, na convicção absoluta do futuro de uma nação.


Num momento crucial da vida de cada uma das personagens e do futuro da sua nação, as peças são jogadas, sem que saibamos muito bem qual o destino que as espera.


As cenas finais surpreendentes e de grande emotividade, desenrolam-se no maior silêncio. Perante o olhar apreensivo e entristecido de Meryl Streep, as imagens do Memorial deixam no espectador um impacto confrangedor. E de repente, o filme fecha-se sobre negra cor da película, e por segundos fica suspenso.

O filme não fornece respostas. Apenas deixa questões fortes, imbuídas de humanismo e pesar. No entanto, nele está patente o grito de revolta ou alerta contra o estado da política norte-americana, por uma das vozes/olhares mais críticos da cinematografia actual, Robert Redford.

O cinema para além de divertimento pode ser utilizado como uma forma de mudar comportamentos e opiniões. E é notória essa abertura deixada ao espectador!

A nós, cabe-nos ouvir/ver os argumentos apresentados e tirar daí as conclusões que acharmos pertinentes. A ver o trailer aqui.

Ficção ou realidade, nem sempre são conceitos distintos!



"Extraordinary!"

David Atkins, Daily Kos





Imprescindível! 

"On-the-mark"

Larry King


G-S



Fragmentos Culturais, m jeito de homenagem a todos os jovens que, independentemente de raça, país ou religião, perdem as vidas para honrar as suas convicções e as de seus países. 


12.01.2008
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Licença Creative Commons


domingo, 6 de janeiro de 2008

Lembrando Oscar Peterson : Fechou-se serenamente o piano






Oscar Peterson [1925 - 2007]
créditos: Nathan Denette/AFP Canadian Press

"A jazz player is an instant composer," he once said. "You have to think about it, it's an intellectual form."

Oscar Peterson



Oscar Peterson um dos mais célebres pianistas de jazz do século XX, morreu no dia 23 de Dezembro de 2007.


Lendário pianista e compositor canadense, gravou mais de 200 álbuns. Ganhou oito Grammy Awards, incluindo um Grammy pelo conjunto da sua obra. Foi premiado pela International Jazz Hall of Fame.


Gravou o seu primeiro single aos 19 anos e tocou com nomes como Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Duke Ellington e Nat "King" Cole.




Oscar Peterson
https://www.decca.com


"I was taught to respect it for what it was: a piano. And it spoke with a certain voice. And that was what I was determined to bring forward."

Oscar Peterson

Peterson sofreu um AVC em 1993 durante uma actuação no célebre clube de jazz Blue Note (Nova Iorque) que paralisou a sua mão esquerda.

"Even one-handed, he was \"still light years ahead of everyone else."

Ross Porter

Depois de dois anos de recuperação, continuou a gravar e a tocar, apesar da artrite e da dificuldade em andar.





Oscar Peterson
créditos: Michelle V. Agins
https://static01.nyt.com/

Oscar Peterson performing at Birdland in Aug. 200
The New York Times


"Age doesn\'t seem to enter into my thought to that great an extent,\" Peterson said in 2001 \"I just figure that the love I have of the instrument and my group and the medium itself works as a sort of a rejuvenating factor for me.\"




Oscar Peterson 
Peterson performing at Birdland, 2006
credit: Michelle V. Agins
"He was a wonderful player, prodigious technique, fantastic ideas and a very humble man"

Sir John DankworthBritish saxophonist







"If raindrops were made of crystal, they’d be akin to the sound of Oscar Peterson playing."






Jazz pianist Oscar Peterson 
créditos: Genaro Molina/ LA Times
via Google Images Archive


Tributo a Peterson o maior virtuose do teclado no jazz. Fechou-se serenamente o piano. 


G-S


Fragmentos Culturais

06.01.2008

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