Aung San Suu Kyi
Daniel Sannum-Lauten/AFP/Getty Images
"Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo"
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo"
Sophia de Mello Breyner Andresen, A Forma Justa
Aung San Suu Kyi, The Lady de Luc Besson terminou a sua viagem de duas semanas à Europa.
Ser-me-ia impossível não voltar a escrever sobre esta "senhora" que me impressionou, desde sempre, pela doçura mesclada de coragem.
Aung San Suu Kyi recebeu finalmente em Oslo, no dia 16 Junho 2012, o Prémio Nobel da Paz, vinte e um anos depois de a Academia Sueca lho ter concedido (1991). Aung San Suu Kyi declarou que este galardão "abriu uma porta no seu coração"
Ser-me-ia impossível não voltar a escrever sobre esta "senhora" que me impressionou, desde sempre, pela doçura mesclada de coragem.
Aung San Suu Kyi recebeu finalmente em Oslo, no dia 16 Junho 2012, o Prémio Nobel da Paz, vinte e um anos depois de a Academia Sueca lho ter concedido (1991). Aung San Suu Kyi declarou que este galardão "abriu uma porta no seu coração"
No discurso de aceitação do Nobel a ouvir aqui, Suu Kyi considerou que o comité que a premiou "estava a reconhecer que os oprimidos e isolados na Birmânia também faziam parte do mundo, estava a reconhecer a unidade da Humanidade".
"Para mim, receber o prémio Nobel da Paz significa que estendo as minhas preocupações em relação à democracia e os direitos humanos além das fronteiras nacionais (...)
Aung San Suu Kyi
Aung San Suu Kyi
Aung Suu Kyi | Reuters/Soe Zeya Tun
Em 14 de Outubro 1991 foi anunciado que o Nobel da Paz ia para Aung San Suu Kyi, pela sua luta a favor da democracia e dos direitos humanos na Birmânia - Mianmar.
Ex-estudante da Universidade de Oxford, Aung Suu Kyi viu-se impedida de receber o prémio em Oslo por se encontrar detida em sua casa, na capital Rangum.
"Durante os últimos 21 anos, esta lutadora demonstrou que o prémio está mais do que justificado. Suu Kyi é um exemplo moral para o mundo. Apesar de ter passado a maior parte da sua vida recolhida na prisão ou em casa, nunca deixámos de ouvir a sua voz"
Thorbjoern Jagland, presidente Comité Nobel da Paz
De regresso à Europa onde casou e teve dois filhos, Aung San Suu Kyi fez um roteiro de emoções.
Suíça, Noruega, Irlanda e sobretudo o Reino Unido estiveram no seu trajecto. A viagem termina amanhã em França.
Emocionada e sob uma chuva de aplausos recebeu no dia 20 Junho o título de "Doutor Honoris Causa" em Oxford, universidade onde estudou e viveu feliz com sua família antes que seu destino mudasse em 1988.
"Durante todos estes anos difíceis em prisão domiciliar (...) as minhas recordações de Oxford (...) ajudaram-me a responder aos desafios que precisava enfrentar",
"During the most difficult years I was upheld [by] my memories of Oxford," said Suu Kyi. "These were among the most important inner resources that helped me to cope with all the challenges I had to face."
Aung San Suu Kyi termina a sua viagem em 29 Junho em Paris. Aí, recebeu o título de "cidadã honorária da cidade", concedido em 2004. Foi acolhida com todas as honras. E teve como acto oficial final, o simbólico gesto de plantar "un arbre de la liberté" nos jardins do Ministério dos Negócios Estrangeiros, ontem 27 Junho.
Suíça, Noruega, Irlanda e sobretudo o Reino Unido estiveram no seu trajecto. A viagem termina amanhã em França.
"Durante todos estes anos difíceis em prisão domiciliar (...) as minhas recordações de Oxford (...) ajudaram-me a responder aos desafios que precisava enfrentar",
"During the most difficult years I was upheld [by] my memories of Oxford," said Suu Kyi. "These were among the most important inner resources that helped me to cope with all the challenges I had to face."
Aung San Suu Kyi
Créditos : REUTERS
Reconhecendo sentir-se cansada, depois desta intensa viagem rodeada de afectos e emoções, afirmou: "Quando as pessoas me fazem perguntas sobre todos os sacrifícios que fiz, sempre tenho a tentação de dizer que o que mais sacrifiquei foi o sono".
Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino (...)
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino (...)
Sophia de Mello Breyner Andresen, A Forma Justa
in A Forma das Coisas
Pelas útltimas notícias, Aung San Suu Kyi não está a honrar a distinção que lhe foi entregue. E são muitas as vozes que a acusam de estar a fazer uma limpeza étnica no seu país. Milhares de Rohingya estão a ser forçados a abandonar o seu país.
Também o líder espiritual Dalai-Lama apelou Aung San Suu Kyi para terminar pacificamente esta crise do povo Rohingya:
"May I take the liberty of writing to you once again to tell you how dismayed I am by the distressing circumstances in which the situation seems to have deteriorated further,"
Dalai-Lama, em carta enviada
Há vozes que se levantam a nível já mundial para que lhe seja retirado o Prémio Nobel da Paz.
Por isso deixo aqui a continuação do poema:
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo (...)
Sophia de M. Breyner Andrrsen, O Nome das Coisas, excerto
Triste e desiludida. Aung San Suu Kyi por quem manifestei minha admiração, sei agora que não a merece.
Etnia Rohingya
créditos: Getty Images
Pelas útltimas notícias, Aung San Suu Kyi não está a honrar a distinção que lhe foi entregue. E são muitas as vozes que a acusam de estar a fazer uma limpeza étnica no seu país. Milhares de Rohingya estão a ser forçados a abandonar o seu país.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, exprimiu na passada terça-feira, o seu repúdio perante tal situação. E afirmou que Aung San Suu Kyi tem a última oportunidade para parar com esta ofensiva:
"If she does not reverse the situation now, then I think the tragedy will be absolutely horrible, and unfortunately then I don't see how this can be reversed in the future."
António Guterres, Secretário-Geral ONU
crise etnia Rohingya/ Myanmar
créditos: AFP
Também o líder espiritual Dalai-Lama apelou Aung San Suu Kyi para terminar pacificamente esta crise do povo Rohingya:
"May I take the liberty of writing to you once again to tell you how dismayed I am by the distressing circumstances in which the situation seems to have deteriorated further,"
Dalai-Lama, em carta enviada
Há vozes que se levantam a nível já mundial para que lhe seja retirado o Prémio Nobel da Paz.
Por isso deixo aqui a continuação do poema:
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo (...)
Sophia de M. Breyner Andrrsen, O Nome das Coisas, excerto
Triste e desiludida. Aung San Suu Kyi por quem manifestei minha admiração, sei agora que não a merece.
G-S
Fragmentos Culturais
28.06.2012
actualização 17.09.2017
actualização 17.09.2017
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