Amy Winehouse
créditos: José Sérgio/Rock in Rio-Lisboa
via Sol/ Sapo
É óbvio que a principal vedeta do primeiro dia de "Rock in Rio 2008" seria Amy Winehouse!
E, quem não se deslocou a Lisboa, sentou-se vidrada no ecrã de televisão para poder, ao menos, ouvir e ver à distância esta fabulosa cantora pop soul.
A expectativa era grande! Até porque se temia que Amy Winehouse cancelasse, à última da hora, a sua presença como tem feito por esse mundo fora!
Gosto de Amy Winehouse, muito antes de ela se ter tornado famosa pela estrondosa vitória nos Grammy Awards 2008!
Visual esfuziante, um pouco retro, profundamente carismático, Amy Winehouse prende o nosso olhar!
E, quem não se deslocou a Lisboa, sentou-se vidrada no ecrã de televisão para poder, ao menos, ouvir e ver à distância esta fabulosa cantora pop soul.
A expectativa era grande! Até porque se temia que Amy Winehouse cancelasse, à última da hora, a sua presença como tem feito por esse mundo fora!
Existência complexa, amores difíceis, contornos devastadores, na sua voz... ela é inigualável!
Gosto de Amy Winehouse, muito antes de ela se ter tornado famosa pela estrondosa vitória nos Grammy Awards 2008!
Visual esfuziante, um pouco retro, profundamente carismático, Amy Winehouse prende o nosso olhar!
Amy
créditos: Autor não identificado
via Daily Express
Entre a panóplia que é todo o seu ser - corpo tatuado, vestidos coloridos, penteado retro, maquilhagem espessa, bem aos anos 60 - o que nos atrai é mesmo seu olhar!
Sim, o olhar! E aquela suave e angustiante nostalgia que se desprende, em notas soltas como mágoas, timbres melódicos de outras vivências. A voz mais soul da actualidade.
Quando Ivete Sangalo anunciou que Amy Winehouse já tinha chegado, todos nós soltámos um Ah! de alegria, os presentes e os distantes!
Eis que entra em palco, Amy Winehouse, desgarrada, tímida, completamente instável naquele seu andar, e deixa sair uma voz que mal atingia as notas das suas mais célebres canções! Ficámos emudecidos! Chocados! Temerosos! Compadecidos!
A cada tema, suspensos, nos perguntávamos, se conseguiria actuar até ao fim! Todos seguimos com angústia e muita tristeza os passos em salto bem alto da cantora, sempre receando vê-la cair, o que aconteceu. Poderia até desfalecer, tal seu estado. A sua presença parecia suspensa por um ténue fio...
Amy tinha consciência do seu estado confranged. Mas com determinação, apesar da queda, do microfone que se soltou das mãos, das constantes falhas de voz, continuou corajosamente, tentando fazer um pouco de humor com todo aquele fracasso. E ninguém arredou pé!
Todos a olhávamos, como se quisessemos protegê-la de um colapso em palco!
As centenas de pessoas presentes, davam-lhe as notas que lhe faltavam, cantando os seu êxitos mais expressivos.
Os seus músicos tentavam colmatar toda as falhas, reunindo-se em volta da cantora num esforço inequívoco de apoio e salvaguarda.
E nós, diante do ecrã, atónitos, pedíamos mentalmente que não sossobrasse! Um concerto intensamente triste.
Todos a olhávamos, como se quisessemos protegê-la de um colapso em palco!
As centenas de pessoas presentes, davam-lhe as notas que lhe faltavam, cantando os seu êxitos mais expressivos.
Os seus músicos tentavam colmatar toda as falhas, reunindo-se em volta da cantora num esforço inequívoco de apoio e salvaguarda.
E nós, diante do ecrã, atónitos, pedíamos mentalmente que não sossobrasse! Um concerto intensamente triste.
Amy Winehouse
Rovk in Rio Portugal 2008
créditos: via Blitz
'A noite do palhaço triste' foi o título dado à notícia/comentário que os comentadores do jornal digital Sol/Sapo deram à presença de Amy Winehouse na primeira noite do Rock in Rio! E isso chocou-me! Pela braveza com que apelidaram Amy! Um título impiedoso.
É indesmentível que o espectáculo que todos observámos foi profundamente confrangedor! Uma jovem cantora jovem, cheia de talento, que se autodestrói a cada dia que passa. Mas que direito temos de julgar a vida dos outros?!
É indesmentível que o espectáculo que todos observámos foi profundamente confrangedor! Uma jovem cantora jovem, cheia de talento, que se autodestrói a cada dia que passa. Mas que direito temos de julgar a vida dos outros?!
A comentadora da 'Sic Radical' também não se conteve. Já o comentador habitual dos festivais e concertos, não fixei nomes, ficou sobriamente num comentário discreto, resguardando um pouco da dignidade pessoal a que Amy Winehouse tem direito, apesar da sua autodestrituição.
Só quem não vê o imenso e oceânico olhar, vazio, angustiante, que José Sérgio tão bem captou, na primeira fotografia, ridiculariza assim um ser humano!
Numa biografia não autorizada de Amy Winehouse editada em Portugal, o autor Nick Johnstone escreve...
"Amy Winehouse é autêntica, uma artista genuína exposta pelas brilhantes luzes da ribalta", cuja vida pessoal "é sangue para tubarões."
Só quem não vê o imenso e oceânico olhar, vazio, angustiante, que José Sérgio tão bem captou, na primeira fotografia, ridiculariza assim um ser humano!
Numa biografia não autorizada de Amy Winehouse editada em Portugal, o autor Nick Johnstone escreve...
Quando a olho, revejo Jim Morrison na auto-destruição, Janis Joplin na angústia! Quando a oiço, lembro a tristeza de Hazel O'Connor na voz timbrada e melodicamente forte! A expressão de amargura sem retorno, essa leva-me indubitavelmente a Billie Holiday
Tanto talento, tanta juventude, tão boa música, dons que todos desperdiçaram, pela autodestruição permanente que lhes roubaria a vida.
Tanto talento, tanta juventude, tão boa música, dons que todos desperdiçaram, pela autodestruição permanente que lhes roubaria a vida.
(...)
Can I read a crystal ball?
Can my soul be like a wishing well?
Can it be locked up in hell?
Is it the reason why I lose?
Does it have the right to chose?
Can my soul take away my life?
Can it decide if it wants to die?(...)
Jim Morrison, My Eternal Soul
Can my soul be like a wishing well?
Can it be locked up in hell?
Is it the reason why I lose?
Does it have the right to chose?
Can my soul take away my life?
Can it decide if it wants to die?(...)
Jim Morrison, My Eternal Soul
G-S
Fragmentos Culturais
31.05.2008
© texto original
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